RDC/Ruanda/ Angola quer apostar num
"acordo de paz duradoura"
Bissau, 13 Ago 24 (ANG) – O Presidente angolano, João Lourenço, propôs um "acordo
de paz duradouro" para o conflito no leste da RDC, durante um encontro
que manteve com com o chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC),
Félix Tshisekedi, nesta segunda-feira, em Kinshasa.
A proposta surge na sequência da assinatura de um
cessar-fogo com o Ruanda e a RDC, no passado dia 31 de Julho, sob mediação
angolana. No entanto, no dia 4 de Agosto, dia em que entraria em vigor o
cessar-fogo, os rebeldes M23 assumiram o controlo de uma cidade na fronteira
com o Uganda.
Esta segunda-feira 12 de Agosto, o Presidente
angolano João Lourenço, reunido em Kinshasa com o homólogo da RDC, Félix
Tshisekedi, apresentou uma proposta de "acordo de paz duradoura"
entre Kinshasa e Kigali, cujo
conteúdo ainda não é conhecido. O texto deve agora ser analisado pelos dois
países nos próximos dez dias, antes de ser discutido em Luanda ao nível
ministerial.
No final do encontro entre os dois chefes de Estado, em
conferência de imprensa, a ministra dos Negócios
Estrangeiros da RDC, Thérèse Kayikwamba Wagner, considerou que
se observa uma "dinâmica
encorajadora" relativamente ao acordo de cessar-fogo em vigor,
apesar de algumas "excepções".
"Os dois
chefes de Estado saudaram a entrada em vigor do cessar-fogo a partir da
meia-noite de 4 de Agosto, apesar de algumas excepções que, naturalmente, não
escaparam à nossa atenção. Estamos, no entanto, numa dinâmica encorajadora em
que o cessar-fogo é amplamente respeitado", afirmou a ministra
do antigo Zaïre Thérèse Kayikwamba Wagner.
Esta proposta angolana para uma paz duradoura surge na sequência do mais recente acordo de cessar-fogo entre o Ruanda e a
RDC, assinado a 31 de Julho e que deveria entrar em vigor a 4 de Agosto.
No entanto, no dia de entrada em vigor do acordo, os rebeldes do M23 assumiram o
controlo da cidade de Ishasha, na fronteira com o Uganda.
Os dois chefes de Estado, João Lourenço e Félix Tshisekedi, reconheceram que os desafios continuam enormes, como
testemunham os recentes avanços do M23.
No que diz respeito à presença de cerca de 4
000 militares ruandeses na RDC ao lado dos rebeldes do M23, como
relatado pelos analistas da ONU, o chefe da diplomacia angolana, Tete António, mostrou-se cauteloso, insistindo
na importância do dispositivo conjunto de verificação.
"Foi
discutido o reforço do mecanismo de verificação ad hoc. Esta é uma das
ferramentas que temos para garantir que estamos a alcançar os resultados
esperados. É um processo, e todos nós estamos comprometidos com ele",
garantiu Tete António.
No domingo, o chefe
de Estado angolano esteve também no Ruanda, onde assistiu à
investidura de Paul Kagamé para um novo mandato de cinco anos.
A RDC acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde M23, para se apoderar dos recursos minerais do Leste do país, enquanto o grupo armado alega estar a defender uma parte ameaçada da população tutsi que vive na província do Kivu do Norte.ANG/RFI
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