Venezuela/ Exército reafirma
"lealdade absoluta" a Nicolás Maduro
Bissau, 08 Ago 24 (ANG) - As forças armadas de
Venezuela rejeitaram os apelos de apoio à oposição, considerando-os
"desesperados e pretensiosos" e reafirmaram "lealdade
absoluta" ao Presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição é contestada.
Mais uma vez as forças armadas da Venezuela vieram a público
sublinhar a “lealdade absoluta” ao Presidente Nicolás Maduro. Já o tinham feito
no dia a seguir às eleições, a 28 de Julho, e voltaram a fazê-lo.
Em comunicado, o exército rejeita “firmemente as propostas
desesperadas e sediciosas" da oposição que "procuram minar a
nossa unidade". No documento assinado pelo ministro da Defesa, general
Vladimir Padrino, é ainda reafirmada uma "lealdade absoluta ao cidadão
Nicolás Maduro Moros (...), legitimamente reeleito pelo poder popular".
A oposição venezuelana, que reivindica a vitória, apelou na
segunda-feira passada (05 de Agosto) ao exército, pilar do poder, para que se
alinhe "ao lado do povo" contra Nicolás Maduro, proclamado vencedor
das eleições presidenciais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
"Apelamos à consciência dos militares e polícias para que
se alinhem com o povo e com suas próprias famílias", escreveram num
comunicado conjunto a líder da oposição Maria Corina e o candidato presidencial
Edmundo González Urrutia.
A procuradoria venezuelana reagiu imediatamente e abriu uma
investigação criminal contra os dois líderes por "usurpação de funções,
divulgação de informações falsas, incitação à desobediência às leis, incitação
à insurreição e associação criminosa".
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou na sexta-feira
passada a vitória de Nicolás Maduro com 52% dos votos. Mas, segundo a oposição,
González Urrutia venceu a eleição com 67% dos votos.
Os distúrbios que se seguiram à proclamação da vitória do
presidente cessante já provocaram pelo menos 24 mortos, de acordo com um
balanço divulgado na terça-feira por organizações de defesa dos direitos
humanos.
Do outro lado, Nicolás Maduro anunciou a morte de dois membros
da guarda nacional e a prisão de mais de 2.000 pessoas. Além disso, prometeu
continuar a repressão contra o que qualifica de uma tentativa de "golpe de
Estado imperialista".
Maduro apela, ainda, ao boicote da aplicação WhatsApp, afirmando
que militares e responsáveis locais que defendem a sua reeleição receberam
"ameaças" através da plataforma.
Vários países, incluindo os Estados Unidos e a Argentina, reconheceram González Urrutia como o vencedor do sufrágio. A União Europeia exige a publicação completa das actas de votação para se posicionar. ANG/RFI
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