quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Dia das Forças Armadas//Alberto Cuma exalta que planos de Cabral davam sempre certos

Bissau, 13 Nov 24 (ANG) – O Chefe de Divisão Central da Educação Cívica, Moral e Patriótica das Forças Armadas disse que Cabral era um visionário que definia bem os seus planos que sempre davam certos.


Em entrevista concedida à ANG e Nô Pintcha no âmbito das celebrações do Centenário de nascimento de Amílcar Cabral e dos 60 anos da fundação Forças Armadas no próximo sábado, 16 de novembro, Albertinho António Cuma exalta a figura de Amílcar Cabral na luta pela independência da Guiné e Cabo Verde.

Disse que o Congresso de Cassaca, que decorreu de 03 à 17 de Fevereiro  foi determinante no processo de  luta de libertação da Guiné e Cabo Verde.

 “Cabral convocou o Congresso de Cassaca, porque havia falta de colaboração entre comandantes e a guerrilha matava a população,” justificou.

Acrescentou que esse congresso permitiu acabar com as matanças que se verificavam , por alegação de práticas de feitiçaria e criou-se as Forças Armadas Revolucionárias do Povo e o Conselho de Guerra.

Para além isso, Albertinho António Cuma disse que após a fundação do PAIGC em 1956, Cabral levou a cabo o processo de mobilização em todo o território nacional.

A situação acelerou quando os estivadores do porto de Pindjiguiti liderados por  Carlos Sambu reclamaram a melhoria das condições salariais e o regime colonialista comparou as reivindicações com a sensibilização que se fazia na altura e assassinou os reivindicadores.

A partir desse momento, de acordo com o Chefe de Divisão Central da Educação Cívica, Moral e Patriótica das Forças Armadas que Amílcar Cabral compreendeu que não haveria condições para continuar com o processo na cidade, porque não haveria entendimento com o colonialista e ordenou a retirada de todos  aqueles que já estavam sensibilizados da cidade para campo passando  para ação direta e não de sabotagem como fazia, antes do massacre de Pindjiquiti.

Antes de tudo isto, disse , Amílcar Cabral se deslocou a França e ao  Gana em busca de apoio dos africanos  sensibilizados com a necessidade de luta contra o colonialismo.

“No Gana falou com o chefe de Estado na altura e este organizou um encontro tripartida com  um dos ministro de Republica da Guiné Conacri e Amílcar Cabral pediu um espaço para instalar uma base militar”, informou.

Acrescentou que, o então ministro informou lhe de que há um cidadão guineense, de nome François Kancola Mendy, líder da Frente de Libertação Nacional da Guiné(FLING),  que tem a mesma ideia, mas que já está estava em Conacri.

Depois disso, Amílcar foi até Conacri onde se juntou ao François Kancola, mas a união dourou pouco tempo, porque não havia entendimento entre os dois grupos sobre quem deve liderar o processo de luta de libertação.

Perante está situação, o presidente da Republica da Guiné Conacri Ahmed Sekou Tourè pediu que cada um apresentasse o seu plano estratégico de luta e estatuto do  seu partido.

“Duas semanas depois, Sekou Turé chamou todos os corpos diplomáticos residentes na altura em Conacri, aos quais os  dois líderes guineenses apresentaram os seus respetivos planos de luta de libertação e a estratégia de Cabral foi aprovado em como quem deve  liderar a luta de libertação da Guiné e Cabo Verde contra o regime colonial.

No programa apresentado Cabral defendeu  “a Unidade Luta e Progresso”, e prometeu apoiar todos os países africanos para alcançarem a independência.

Revelou que graças ao apoio do Presidente Sekou Turé que Amílcar Cabral conseguiu falar com o Embaixador da China em Conacri tendo-lhe solicitado  apoio de  formação dos primeiro comandos guineenses, que foi assumido pelo governo chinês.

E com chegada desses elementos, Cabral constituiu cinco bases centrais, uma na frente sul e norte e quatro na  frente leste.

“Em Conacri, Amílcar Cabral organizou uma reunião de quadros do PAIGC  e discutiu-se as condições da realização da guerra, as consequências, fim da luta clandestina para ação direta e responsabilidades do   PAIGC enquanto   movimento que sensibilizou o povo guineense para aderir a luta para a libertação da Guiné Bissau", disse Cuma.

Nessa reunião, acrescentou, ficou decidido que a guerrilha deve atestar a sua capacidade combativa no aquartelamento mais forte do regime colonial, que era o quartel de Tite, na região de Quinara, sul de país.ANG/LPG/ÂC//SG

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