sexta-feira, 22 de julho de 2016

“Descontrolo aeroportuário”



Representante da União Europeia lamenta eventual brecha de segurança no Aeroporto de Bissau
 
Bissau,22 Jul 16 (ANG) - O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, Vítor Madeira dos Santos, considerou quinta-feira de "preocupante" a eventual "brecha" de segurança no aeroporto de Bissau, com a entrada no país de uma comitiva sem controlo das autoridades, na última semana.

"Acho muito preocupante: se se verificar que isto aconteceu, é uma brecha importante na segurança aeroportuária do país, o que não é tolerável", disse à Lusa Vítor Madeira dos Santos.

A comunidade internacional "já tem alertado que a falta de autoridade neste país pode permitir a entrada de elementos terroristas", referiu.

"Não quer dizer que seja o caso. Mas abre-se um precedente", acrescentou Vítor Madeira dos Santos, para quem o verdadeiro problema não é "saber quem terá chegado ou o que trouxe" neste caso em concreto, mas sim os riscos relativos à falta de procedimentos de segurança.

"Ninguém, seja quem for ou qualquer que seja a justificação, pode passar sem o controlo das autoridades", ou seja, serviços de emigração e fronteiras, alfândegas ou Guarda Nacional, sublinhou o diplomata.

"Há uma queixa pública e dada a repercussão do assunto é necessário que as autoridades expliquem o que se passou", concluiu.

O ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, denunciou no sábado a aterragem do que classificou como "avião fantasma" no aeroporto de Bissau.

"Queremos explicações sobre a real proveniência e carga do avião fantasma que recentemente visitou o nosso país, tendo sido recebido pelo chefe da Casa Civil da Presidência [da República] ", detalhou num documento distribuído pelo partido que lidera, o PAIGC, aos jornalistas numa conferência de imprensa.

Fonte ligada aos serviços de segurança disse hoje à Lusa que o avião em causa aterrou em Bissau na segunda-feira, dia 11 de julho, sete minutos antes do meio-dia e que os seus ocupantes foram recebidos no salão VIP do aeroporto, entre outros, por pessoal da Presidência da República.

Segundo a mesma fonte, terão sido os serviços da Presidência a indicar que já havia sido dado conhecimento da visita a um nível superior, dispensando a comitiva e respetiva bagagem, trazida em mão, de procedimentos de controlo.

A comitiva chegou e partiu de Bissau, cerca de hora e meia mais tarde, num avião Airbus 319-111 de uma companhia privada da Arábia Saudita que aluga aeronaves, concluiu.

Tanto o Presidente da República, José Mário Vaz, como o primeiro-ministro, Baciro Djá, encontravam-se fora da Guiné-Bissau naquele dia.

Contactados pela agência Lusa, tantos os serviços de estrangeiros e fronteiras como a Presidência da República recusaram-se até agora a comentar o assunto.

A última vez que a UE se mostrou preocupada com a segurança no aeroporto internacional da Guiné-Bissau foi em dezembro de 2013.

Na altura, o alerta foi feito depois de a tripulação de um voo da companhia área portuguesa TAP ter sido foi coagida pelas autoridades de transição guineenses a transportar 74 passageiros ilegais, alegadamente sírios, para Lisboa.

Catherine Ashton, Alta Representante da UE à data, pediu à Guiné-Bissau para "cumprir plenamente as suas obrigações jurídicas internacionais e nacionais" com "medidas adequadas para evitar qualquer repetição deste tipo de incidentes".  

ANG-Lusa

Justiça



Tribunal Regional de Bissau condena “Doka Internacional” a 15 meses de prisão efectiva
 
Bissau 22 jul. 16 (ANG) – O Tribunal Regional de Bissau condenou hoje o editor  do blogue “Doka Internacional”, Danilson Ferreira a pena de 15 meses de prisão efectiva, por crime de difamação e injúrias contra o empresário  Armando Correia Dias(Ndinho).

Danilson Ferreira terá ainda que indemnizar à Armando  Dias a soma de 15 milhões de francos CFA, que deve ser pago num prazo de dois meses.

Ferreira publicou um artigo, dia 20 de julho de 2015, em que, entre outras, afirmara que Armando Correia Dias estaria implicado em vários crimes de sangue, envolvendo figuras públicas, ocorridos no pais.

Disse também que o empresário Ndinho teria participado na preparação de vários actos de distúrbios que aconteceram no país, tendo facultando armas aos jovens para o efeito.
De acordo com o tribunal, ao longo das audiências o réu não conseguiu provar essas acusações.  

ANG/FGS/JAM/SG

ANP



Primeiro-ministro solicita  discussão do Programa do Governo
 
Bissau, 22 Jul 16 (ANG) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Baciro Djá, propôs nesta quinta-feira ao Presidente do parlamento guineense duas datas: 29 do corrente mês e 1 de agosto, para a apresentação, discussão e consequente votação do programa do Governo que lidera para os próximos dois anos.

Foto arquivo
Djá reuniu com Cipriano Cassamá , quinta-feira sobre a questão .

Questionado sobre se está convicto na aprovação do documento pelos parlamentares, o primeiro-ministro disse que é prematuro fazer essa avaliação, e disse que dependerá, em grande medida, da forma como o documento for apresentado aos deputados. 

Quanto ao “Terra Ranka” que o PAIGC reclama ser a sua propriedade, Djá afirma que o documento é do Estado guineense, mas realça o papel do PAIGC na sua elaboração.

Sobre a aterragem polémica de um   avião no aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissau, Baciro Djá explicou  que um aparelho da Arábia Saudita trouxe à Bissau o Vice-ministro da Defesa, que veio entregar ao Chefe de Estado uma missiva do seu homólogo. Djá disse que a delegação Saudita teve encontro com o chefe da casa civil da Presidência, Marciano Silva Barbeiro.

A agência Lusa noticiou nesta quinta-feira que o avião em causa aterrou em Bissau na segunda-feira, dia 11 de julho, e que os seus ocupantes foram recebidos no salão VIP do aeroporto, entre outros, pelo pessoal da Presidência da República.

Segundo a agência Lusa que cita fontyes diplomáticas em Bissau, terão sido os serviços da Presidência a indicar que já havia sido dado conhecimento da visita a um nível superior, dispensando a comitiva e respetiva bagagem, trazida em mão, de procedimentos de controlo.

A comitiva chegou e partiu de Bissau, cerca de hora e meia mais tarde, num avião Airbus 319-111 de uma companhia privada da Arábia Saudita que aluga aeronaves, concluiu.
Tanto o Presidente da República, José Mário Vaz, como o primeiro-ministro, Baciro Djá, encontravam-se fora da Guiné-Bissau naquele dia.

Contactados pela agência Lusa, tantos os serviços de estrangeiros e fronteiras como a Presidência da República recusaram-se até então  a comentar o assunto.  

ANG-Lusa