Académico
conacri-guineense espancado até à morte
Bissau, 23 jul 19 (ANG) – Um jovém académico de Guiné-Conacri
foi espancado até a morte, pouco depois da final da CAN, realizada no dia 19 do
corrente, proximo de Rouen, nordeste de França.

A morte de Mamoudou Barry, jovem investigador na Universidade de
Rouen-Normandia, suscitou uma viva emoção em França, devido ao seu carácter
presumível racista.
Segundo fontes policiais, o suspeito cujo nome não foi divulgado,
nasceu em 1990 e revelou um histórico de perturbações mentais. Francês de
origem turca, o suspeito de ter espancado até a morte o jovem académico
conacri-guineense Mamoudou Barry, foi submetido a um exame médico e em seguida
hospitalizado.
A polícia de Rouen informou que o autor do assassínio é um
gatunozinho, conhecido por cometer pequenos delitos, como o tráfico de
estupefacientes.
De acordo com a mesma fonte policial,no momento em que matou
Mamoudou Barry, o assassino vestia uma camisola do clube turco de Istambul,
Galatasaray. A sua agressão ao jovem Barry, ocorreu na sexta-feira cerca das
18h20 TMG, pouco antes da final do CAN 2019, disputada entre a Argélia e o
Senegal.
Jonas Haddad, advogado da família do académico
conacri-guineense, considerou que o crime é sem dúvida racista, mas de momento
nada permite estabelecer qualquer laço com a final do CAN.
Segundo Haddad, parentes e amigos do conacri-guineense ,o autor
do crime insultou Mamoudou Barry próximo de uma paragem de autocarro, em
Canteleu, quando o académico voltava de carro, com a sua esposa, para a casa.
Kalil Aissata Keita, amigo de Barry e também investigador da
Universidade de Rouen-Normandia, que estava presente durante o espancamento do
seu compatriota, o agressor teria apontado o dedo para eles e afirmado
antes: pretos de merda, esta noite nós vamos dar
cabo de vocês! Foi
perante este insulto que Mamoudou Barry, saíu dasua viatura para pedir
explicações.
O autor do crime, começou então a agredi-lo com murros e uma
garrafa. Ao cair mal, a vítima perdeu muito sangue e uma pessoa tentou fazer
uma massagem cardíaca.Transportado em seguida para o hospital, Mamoudou Barry,
de 31 anos de idade,viria a falecer no sábado.
Segundo a Universidade de Rouen-Normandia,no dia 27 de Junho,
Barry tinha defendido uma tese, de direito, sobre as políticas fiscais e aduaneiras em matéria de investimentos
estrangeiros na África Francófona.
O advogado Jonas Haddad anunciou que uma marchabranca vai ser
organizada em Rouen, na sexta-feira, em memória de Mamoudou Barry.
Reagindo a morte do seu compatriota na segunda-feira, o
Presidente da Guiné-Conacri Alpha Condé afirmou estar profundamente emocionado.
Segundo um comunicado da presidência conacri-guineense, as
autoridades locais vão acompanhar atentamente as investigações, que estão a ser
efectuadas pela justiça francesa.
O presidente Condé deverá receber igualmente em audiência, o
embaixador da França em Conacri.
Sidya Touré, antigo chefe de governo conacri-guineense, declarou
estar muito entristecido pela morte do jovem académico,ocorrida em condições
que ele qualificou de trágicas.
Em Dacar, o Presidente senegalês Macky Sall condenou através das
redes sociais, o que para ele foi um crime hediondo.
O deputado francês, do partido da direita Les Républicains (
Republicanos ), Eric Ciotti, declarou domingo estar escandalizado pelo crime
bárbaro de que foi vítima Mamoudou Barry .
Por seu lado a presidente da região parisiense, Valérie
Pécresse,( ex-Republicanos ) afirmou estar chocada com o crime.
Para o Primeiro-secretário do Partido Socialista Francês,
Olivier Faure, o racismo expressou-se até as suas últimas consequências, a
morte.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, a organização
anti-racista SOS Racisme, considerou que tudo deve ser feito
rápidamente, para esclarecer as circunstâncias em que ocorreu o acto bárbaro.
Mamoudou Barry era casado e pai de uma filha.
ANG/RFI
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