Grupo Parlamentar do PRS considera de “nepotismo e
clientelismo” as nomeações feitas pelo Primeiro-ministro
Bissau, 16 Jul 19 (ANG)
– O Grupo Parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS) considerou de
“excessivo” os 22 Conselheiros e Assessores afectos ao gabinete do Primeiro-ministro
e que os actos indicam práticas de “nepotismo, clientelismo, servilismo” e de
corrupção na gestão da coisa pública.
Qualificou ainda o acto
de “vergonhoso” e que contribuirá para piorar o relacionamento do governo com
os parceiros sociais, pondo em causa a estabilidade governativa, paz social e
desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Relativamente as
afirmações do primeiro-ministro, Aristides Gomes segundo as quais a maioria dos
Conselheiros nomeados não aufere os salários por serem beneficiários da
subvenção mensal vitalícia, enquanto titulares de cargos políticos, Sola
N´quilin Nabitchita considera essa justificação
uma “ignorância” ou uma intenção
deliberada e maligna de enganar a opinião pública nacional e internacional.
Afirma que os conselheiros e assessores auferem de
direitos e regalias equiparados aos Secretários de Estado em função ou seja
recebem um salário mensal líquido de 1.320.000,00 fcfa, (um milhão e trezentos
e vinte mil francos cfa) cada, uma quantia superior as pensões e subsídios
vitalícios que nomeados auferem enquanto titulares dos cargos públicos.
Quanto a alegada extinção dos subsídios de
representação, desde setembro de 2018, referido por Aristides Gomes, no quadro
da implementação das medidas de reformas e de reajuste salarial, o líder do
Grupo Parlamentar dos renovadores disse que os mesmos foram incorporados ao
salario actual dos Secretários de Estado que passou de 405.600 francos CFAS (quatrocentos
e cinco mil e seiscentos francos fcfas) para 1.320 000,00 fcfa, (um milhão e
trezentos e vinte mil francos cfa) o valor que os recém- nomeados Conselheiros e Assessores
beneficiam por força do referido direito.
Por outro lado, o Grupo
Parlamentar afirmou que as nomeações feitas pelo chefe do governo violam os
princípios da razoabilidade e da racionalidade pressupostos basilares de uma boa
governação.
Disse que o
primeiro-ministro não necessita de ter 22 conselheiros e assessores, porque já
dispõe de um conjunto de conselheiros, nomeadamente ministros, Secretários de
Estados, Sindicatos e Empregadores que compõe as três categorias organizadas, respectivamente em Conselho de ministros, Conselho Permanente de Concertação
Social e no Conselho Económico e Social.
Em relação a
distribuição de responsabilidade aos Conselheiros e Assessores o Grupo Parlamentar
detetou ainda a duplicação de funções nos sectores da Reforma Administrativa, com
cinco (5) titulares, da Defesa e Segurança com três (3) titulares e da
Comunicação Social também com mesmo número.
O líder do Grupo Parlamentar
do PRS aproveitou a ocasião para criticar as afetações que considera “descabidas”
que o Presidente da Assembleia Nacional Popular tem feito, e disse que podem
prejudicar o erário público, violando o
número 1 do artigo 7 da lei orgânica da ANP, que determina a composição do seu
gabinete, apenas com 1 assessor de imprensa, contra mais de uma dezena de assessores com que se
conta actualmente.
“Assim sendo, é
importante que o PAIGC compreenda, uma vez por todas, que este país não é sua
propriedade privada e que deve ser viabilizado através de boas práticas administrativas”,
disse o líder do Grupo Parlamentar do PRS, Sola Nquilin Nabitchita.ANG/LPG/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário