quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Guerra Médio Oriente/Continuam negociações para prolongar trégua entre Israel e o Hamas

Bissau,29 Nov 23(ANG) - A trégua entre Israel e o Hamas entra, esta quarta-feira, no sexto dia e espera-se nova troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos. Os mediadores internacionais continuam as conversações para prolongar o cessar-fogo temporário.

Esta quarta-feira é o sexto dia da trégua acordada entre o Hamas e Israel, que já tinha sido prolongada dois dias. Os mediadores estão reunidos no Qatar para tentar estender a trégua para além de quinta-feira e uma fonte próxima do movimento islamista afirmou à AFP que o Hamas aceita prolongar o cessar-fogo temporário por mais quatro dias.

Até às 05h00 GMT desta quinta-feira, deverão ser libertados 20 reféns do Hamas e 60 prisioneiros palestinianos, de acordo com o Qatar, o principal mediador nas negociações. Os jornais israelitas dizem que o gabinete do primeiro-ministro já recebeu a lista com os reféns que o Hamas pretende libertar esta quarta-feira.

A agência de notícias France Presse informou, esta manhã, que uma fonte próxima do Hamas indicou que o movimento islamista aceita prolongar o cessar-fogo temporário por mais quatro dias.

Na terça-feira, ao quinta-dia da trégua, Israel libertou 30 prisioneiros palestinianos, enquanto o Hamas libertou 12 reféns que mantinha em cativeiro desde os ataques de 7 de Outubro.

O acordo da trégua, negociado com o apoio também do Egipto e dos Estados Unidos, permitiu, até agora, a libertação de 60 reféns israelitas e de 180 palestinianos encarcerados em prisões israelitas. Vinte e um reféns estrangeiros, a maioria tailandeses que vivem em Israel, também foram libertados fora do âmbito deste acordo.

O governo israelita estima em cerca de 240 o número de pessoas raptadas e levadas para Gaza a 7 de Outubro, depois do ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel, a grande maioria civis. Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e tem bombardeado a Faixa de Gaza desde então, numa operação que fez, até agora, quase 15.000 mortos, incluindo acima de 6.000 crianças.

Nos bastidores, os mediadores estão a trabalhar para prolongar a trégua para além de quinta-feira. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al Ansari, disse que “o principal objectivo neste momento é conseguir uma trégua duradoura que conduza a novas negociações e, em última análise, ao fim da guerra”. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve voltar a Israel e à Cisjordânia esta semana.

A extensão da trégua permitiu a entrada de novos camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e bombardeada há sete semanas pelo exército israelita. Apesar da chegada de centenas de camiões desde 24 de Novembro, a situação continua “catastrófica”, informou o Programa Alimentar Mundial, alertando para “risco de fome”. A Organização Mundial da Saúde afirmou ter observado um “aumento maciço” de algumas doenças contagiosas, numa altura em que a maioria dos hospitais na Faixa de Gaza estão paralisados.

A Faixa de Gaza estava já sujeita a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo israelita desde 2007 e foi colocado sob cerco total a 9 de Outubro. Cerca de 1,7 dos 2,4 milhões de habitantes são agora deslocados de guerra. Mais de metade das casas na Faixa de Gaza foram danificadas ou destruídas, segundo a ONU.ANG/RFI

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