Cooperação/China e Guiné-Bissau formam "parceria estratégica" durante visita do PR guineense
Bissau,11 Jul 24(ANG) - O
Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco
Embaló, anunciaram quarta-feira, num encontro, em Pequim, o elevar da relação
bilateral entre os seus países para o estatuto de "parceria
estratégica".
"A cooperação
pragmática expandiu-se e a coordenação internacional [entre China e
Guiné-Bissau] foi reforçada", afirmou Xi.
O líder chinês disse que
Pequim está disponível para enriquecer a parceria estratégica entre os dois países
e ajudar a Guiné-Bissau a alcançar um melhor desenvolvimento nacional.
"A China está pronta
para reforçar os intercâmbios amistosos com a Guiné-Bissau a todos os níveis,
aumentar a partilha de experiências em matéria de governação e expandir a
cooperação em áreas como agricultura, mineração, construção de infraestruturas
e economia azul, sob a orientação da construção de alta qualidade da Iniciativa
Faixa e Rota", apontou.
Os dois países assinaram, em
2021, um memorando de entendimento no âmbito da Faixa e Rota.
Designado pelo Presidente
chinês como o "projeto do século", a iniciativa foi inicialmente
apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia,
inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota
adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo
aderiram ao programa.
A aproximação entre Pequim e
os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação
no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou
acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o
yuan, nas trocas comerciais. A Faixa e Rota envolveu também a fundação de
instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o
Fundo Monetário Internacional.
Citado pela Xinhua, Xi disse
que a China dá as boas-vindas à importação de produtos agrícolas de alta
qualidade da Guiné-Bissau e encoraja as empresas chinesas a investirem no país
africano, visando "ajudar a Guiné-Bissau a transformar o seu potencial de
recursos em impulso de desenvolvimento".
"A China está disposta
a continuar a prestar apoio, dentro da sua capacidade, à construção interna da
Guiné-Bissau e continuará a enviar os seus peritos em arroz e equipas médicas
para ajudar a Guiné-Bissau a garantir a segurança alimentar e a saúde
pública", acrescentou.
Xi apelou às duas partes
para reforçarem os intercâmbios e a cooperação nos domínios da educação e
juventude para "aproximar os corações dos dois povos".
"A China continuará a
fornecer bolsas de estudo e oportunidades de formação para ajudar a
Guiné-Bissau a cultivar mais talentos para o seu desenvolvimento
nacional", disse.
A China divide em 16
categorias os acordos de parceria que estabelece com países estrangeiros, que
vão desde as parcerias "estratégicas" - o tipo mais comum, com pelo
menos 80 países - até às parcerias "permanentes", que descrevem laços
mais estreitos com países como o Paquistão, Venezuela e Bielorrússia.
China e Guiné-Bissau
estabeleceram relações diplomáticas em 1974' mas estas foram interrompidas
entre 1990 e 1998. Durante esse hiato, o Governo guineense reconheceu a
República da China, ou Taiwan, como um Estado soberano, em detrimento da
República Popular da China.
A construção de
infraestruturas, a agricultura e as pescas aproximam Pequim e Bissau, num
modelo de cooperação comum entre o país asiático e outras nações em
desenvolvimento.
O programa de Sissoco Embaló
na China inclui também um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e
uma visita à estatal Aluminum Corporation of China, em Pequim.
Na quinta-feira, o chefe de
Estado guineense viaja para Xangai, "capital" económica do país
asiático, onde se vai reunir com representantes do governo local, visitar o
Instituto de Pesquisa do grupo tecnológico chinês Huawei e a cidade
universitária de Songjiang.ANG/Lusa
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