Cooperação/Presidente da República inicia visita oficial de três dias a China
Bissau, 10 Jul 24 (ANG) – O Presidente da República ,Umaro Sissoco
Embaló iniciou esta quarta-feira uma visita de estado de três dias à República
Popular da China.
O programa de Umaro Sissoco Embaló na China inclui encontros com Xi
Jinping e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e uma visita à estatal Aluminum
Corporation of China, sediada em Pequim.
Na quinta-feira, o chefe de Estado guineense viaja para Xangai,
“capital” económica do país asiático, onde se vai reunir com representantes do
governo local, visitar o Instituto de Pesquisa do grupo tecnológico chinês
Huawei e a cidade universitária de Songjiang.
Os dois países cooperam desde
1974 em diversas destacando-se as de infraestrturas, agricultura, saúde, Pescas
e formação.
China com a construção de infraestruturas, a agricultura e as pescas a
aproximarem Pequim e Bissau, num modelo de cooperação entre o país asiático e
nações em desenvolvimento.
Entre as infraestruturas erguidas no país africano com apoio da China
estão o edifício da Assembleia Nacional Popular‚ edifício-sede do Governo‚ o
Palácio da Justiça‚ o Palácio Presidencial e várias unidades hospitalares.
As estradas Buba, Catió e Quebo, Cacine, uma ponte sobre o Rio Farim ou
um “grande centro de conferências” para a presidência da Guiné-Bissau da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciado esta semana pelo
Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, antes de embarcar para Pequim são
outras das obras financiadas pela China, também no âmbito da iniciativa chinesa
Faixa e Rota.
Os dois países assinaram, em 2021, um memorando de entendimento no
âmbito da Faixa e Rota.
Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projeto do
século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo
corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última
década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais
de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.
A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento
das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios
académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária,
visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais. A Faixa
e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências
estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.
Num artigo publicado pela imprensa oficial chinesa, o embaixador
guineense em Pequim, António Serifo Embaló, destacou a construção da única
estrada na Guiné-Bissau que liga o aeroporto internacional Osvaldo Vieira à
localidade de Safim, obra orçada em 13,6 milhões de euros.
“O apoio chinês exemplifica o empenho na implementação da Iniciativa Faixa
e Rota (…) e estabelece uma base sólida para o desenvolvimento económico e
social da Guiné-Bissau, elevando a relação entre as duas nações”, apontou o
diplomata.
Serifo Embaló destacou como áreas prioritárias para futura colaboração e
desenvolvimento os setores infraestruturas, transportes, eletricidade, minas,
agricultura e cuidados de saúde.
A nível empresarial, o setor das pescas tem sido um importante foco de
atividade. Entre as empresas chinesas a operar no país está a Corporação
Nacional de Pescas da China. O principal Porto de Pesca Artesanal, em
Bissau, orçado em 26 milhões de dólares (24 milhões de euros), foi também
construído por um grupo estatal chinês, a título donativo.
O comércio entre os dois países é feito num só sentido: Em 2023, a China
exportou cerca de 60 milhões de dólares (55 milhões de euros), sobretudo arroz
polido, estações portáteis de comunicação e calçado, enquanto as importações
chinesas fixaram-se em cerca de 2.000 dólares (1.800 euros), sendo os
principais produtos peças de máquinas, segundo dados das alfândegas chinesas.
.ANG/Lusa
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