Alemanha/Dissolução da coligação “semáforo” cria
incerteza
Bissau, 07 Nov 24 (ANG) - A
Alemanha entra esta quinta-feira, 7 de Novembro, numa era de grande incerteza,
após a dissolução da coligação “semáforo”, formada pelos liberais, pelo Partido
Social Democrata (SPD) e pelos Verdes.
A oposição pede uma moção de
confiança e o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, apela à
responsabilidade dos dos políticos, sublinhado que o país “
precisa de maiorias estáveis e de um Governo
eficaz”.
O fim do Governo do chanceler alemão fica a
dever-se à demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, e à saída de
três ministros liberais esta quarta-feira, 6 de Novembro, decisão que priva o
Olaf Scholz de uma maioria.
A crise política rebenta no pior momento para
a maior economia da Europa. A Alemanha efrentar uma grave crise industrial e
está inquieta com as repercussões que a eleição do republicano Donald Trump
possam vir a ter no comércio e na segurança do país.
A coligação governamental alemã, que uniu
social-democratas e ecologistas à esquerda com os liberais do FDP à direita,
desfez-se devido a profundas diferenças entre os dois campos sobre a política
orçamental e económica a seguir. Os primeiros são a favor da revitalização da
economia nacional-estagnada através da despesa- enquanto os liberais defendem
cortes sociais e uma disciplina orçamental rigorosa.
Confrontado com “ultimatos” do ministro das
Finanças, Olaf Scholz considerou que já não havia “confiança suficiente para uma cooperação contínua”.
Porém, o chanceler alemão espera
conseguir resistir durante alguns meses para liderar um Governo minoritário e
aprovar alguns diplomas legislativos considerados prioritários, procurando
maiorias caso a caso. Quanto ao orçamento para 2025, cuja preparação está na
origem da crise atual, há incerteza. Na falta de aprovação no Parlamento, uma
versão mínima e reduzida poderá ser aplicada a partir de Janeiro.
O líder da União Democrata-cristã alemã
(CDU), Friedrich Merz, pediu a Olaf Scholz que não espere até Janeiro para
solicitar uma moção de confiança ao parlamento, mas que o faça o mais depressa
possível. O presidente do grupo parlamentar da CSU (partido irmão da CDU
na Baviera), Alexander Dobrindt, considerou que o país não se pode dar ao “luxo de ter um chanceler em coma”.
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier,
pediu aos políticos para serem responsáveis, sublinhado que o país “precisa de maiorias estáveis e de um Governo eficaz”.
O chefe de Estado alemão será responsável
pela dissolução do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, caso o Governo
perca, como seria de esperar, a moção de confiança que será submetida aos
deputados.
Ainda hoje, o chanceler alemã tentará
dissipar as preocupações, durante uma reunião na Hungria da Comunidade Política
Europeia (CPE), composta pelos 27 países da UE e pelos vizinhos, da Turquia à
Ucrânia.
Será seguida por uma reunião informal apenas dos líderes dos Vinte e Sete, muitos dos quais já estão preocupados com a vitória de Donald Trump, inclinado a travar batalhas comerciais e aduaneiras com o Velho Continente. ANG/RFI
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