Economia/“Guiné-Bissau pode perder até 7 por cento do seu Produto Interno Bruto per capita até 2050”, indica relatório
Bissau, 06 Nov 24 (ANG) – O relatório sobre o clima e desenvolvimento apresentado, na terça-feira, pelo Governo e o Banco Mundial indica que o país pode perder até sete por cento do seu Produto Interno Bruto(PIB) per capita até 2050 e que cerca de 200 mil pessoas poderão ser empurradas para a pobreza extrema.
No documento refere-se ainda que o impacto será sentida nas áreas como a educação e a saúde, sectores já fragilizados por falta de infraestruturas e de recursos.O relatório destaca a importância de integrar os objectivos climáticos
no processo de desenvolvimento económico, envolvendo o setor privado, em busca de
recursos essenciais para garantir a resiliência do país, identificar a
agricultura como um setor prioritário, representando cerca de 50 por cento do
Produto Interno Bruto nacional e empregando cerca de 80 por cento da população.
Falando no ato de
apresentação do referido documento, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú sublinhou que a ação representa um esforço profundo para
se entender como as mudanças climáticas afectam o desenvolvimento e o que se
deve fazer para enfrentar esse desafio .
Soares Sambú agradeceu à
todos quanto participaram no processo que culminou com a elaboração do relatório
que deverá orientar as próximas ações do Governo.
“A Guiné-Bissau situada na África Ocidental se destaca pela
sua riqueza natural e possui o maior capital natural per capita da região. Esse
património inclui ecossistemas preciosos como as florestas, mangas e Arquipélago
de Bijagós que é considerada reserva da
biosfera mundial “,contou.
Segundo o governante, essas
riquezas são vitais para o meio ambiente, mas igualmente para o sustento das
comunidades, e diz que o relatório demonstra que o país enfrenta um enorme
desafio, devido a dependência económica de uma única ou principal fonte de
ingresso e principal veiculo de exportação que é a castanha de caju.
Sambú refere que o aumento
das temperaturas, a variabilidades das precipitação, a intensificação das secas
e a elevação do nível do mar estão a impactar diretamente a agricultura
nacional, a segurança alimentar, as pescas, infraestruturas essenciais, as
condições de pobreza e vulnerabilidade das populações.
O ministro da Economia disse
que apesar de tudo o país assumiu compromisso
significativos para mitigar os efeitos
das mudanças climáticas, uma vez que estabeleceu a meta de reduzir as emissões
de gazes de efeito de estufa em 30 por cento
até 2030, com ações focadas na conservação florestal, na agricultura
sustentável e no fortalecimento das comunidades.
Segundo diz, a implementação
destas metas exige apoio financeiro internacional pois a capacidade interna de financiamento é
limitada.
“As mudanças climáticas afetam não só o ambiente
mas também o bem-estar da população”, frisou Soares Sambu.
Exaltou que se deve investir na diversificação da agricultura, uma vez que é urgente investir nas tecnologias de irrigação, nas variedades de culturas adaptadas, bem como nas infraestruturas que permitam ao agricultor enfrentar melhor os desafios climáticos.ANG/MSC/ÂC//SG
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