França/ Emmanuel Macron anunciou ameaça iminente da
Rússia
Bissau, 06 Mar 25 (ANG) - Emmanuel
Macron, Presidente francês, pronunciou uma alocução para sensibilizar os
franceses perante o que está em jogo neste momento no xadrez mundial, onde a
Rússia é uma ameaça e onde a Europa não pode, forçosamente, contar com os
Estados Unidos.
Perante os franceses, numa alocução
televisiva seguida por 15 milhões de pessoas, Emmanuel Macron decidiu abordar um dos temas da actualidade: a situação
na Ucrânia, onde os ucranianos continuam a lutar contra a invasão russa.
Emmanuel
Macron afirmou que a “ameaça russa” está já em
território francês,
porque não “há fronteiras”
perante o perigo que representa a Rússia para a Ucrânia e a Europa.
Para
o Presidente francês, este conflito é europeu,
visto que ciberataques russos manipulam as eleições na Roménia e na
Moldávia, organizam ataques contra os sistemas informáticos de hospitais e
tentam manipular as opiniões com falsas notícias divulgadas nas redes sociais.
Este
conflito também acaba por ser mundial para Emmanuel Macron visto que os Estados
Unidos têm apoiado a Ucrânia, mas que, desde a chegada ao poder de Donald
Trump, tende a baixar ou até a suspender os financiamentos para os ucranianos.
Para
o chefe de Estado francês, a Europa tem de meter mãos à obra e
ser independente relativamente às ajudas norte-americanas:
“O
futuro da Europa não precisa ser decidido em Washington ou Moscovo. Um grande
financiamento conjunto será decidido para comprar e produzir munições, tanques
e armas em território europeu. Teremos que fazer novas escolhas orçamentais e
investimentos adicionais que agora se tornaram essenciais. Isso exigirá
reformas, escolhas e coragem. Temos capacidade de dissuasão nuclear. Isso
protege-nos muito mais do que muitos dos nossos vizinhos. A nossa dissuasão
nuclear protege-nos, ela é abrangente, soberana e totalmente francesa. Desde
1964, ela tem desempenhado explicitamente um papel na preservação da paz e da
segurança na Europa. Mas, em resposta ao apelo histórico do futuro chanceler
alemão (ndr: Friedrich Merz),
decidi abrir o debate estratégico sobre a protecção proporcionada pela nossa
dissuasão aos nossos aliados no continente europeu. Aconteça o que acontecer, a
decisão sempre esteve e permanecerá nas mãos do Presidente da República, o
chefe das forças armadas”, concluiu o Presidente francês.
Emmanuel
Macron anunciou um investimento na defesa, mas sem aumentar os impostos, e
também uma reunião na próxima semana, em Paris, com chefes de Estado-Maior dos
países que estão disponíveis para assegurar uma paz na Ucrânia.
De notar que já houve
várias reacções políticas à intervenção de Emmanuel Macron. Jordan Bardella,
presidente do RN - União Nacional, partido de extrema-direita, ficou surpreendido por Emmanuel Macron ter “aberto os olhos sobre o facto deste
mundo ser o mundo da força” e que para haver um futuro, a “França e a Europa têm de ser
independentes” perante os “desafios
que preocupam os compatriotas”.
Para
Jean-Luc Mélenchon, presidente da França Insubmissa, partido de
Esquerda, estamos num momento de “mudanças” em que já
não se tem que seguir “os
Estados Unidos” e que a “prioridade
absoluta é a segurança das nossas próprias fronteiras nos cinco continentes”.
Quanto
a Marine Tondelier, secretária da Europa Ecologia-Os Verdes,
partido de Esquerda, ela nunca poderá estar “contra a defesa de uma democracia
europeia”, mas como financiar essa “economia de guerra”? Para ela não será com o dinheiro dos “mais precários”.
Nesta quinta-feira,
06 de Março, os 27 chefes de Estado e de
Governo dos países membros da União Europeia estão reunidos em Bruxelas,
na Bélgica, para abordar os temas da defesa e da ajuda da Ucrânia. ANG/RFI
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