quarta-feira, 12 de março de 2025

Moçambique/ PGR aplica Termo de Identidade e Residência a Venâncio Mondlane

Bissau, 12 Mar 25 (ANG) - A Procuradoria-Geral da República de Moçambique aplicou terça-feira,  a medida de Termo de Identidade e Residência a Venâncio Mondlane.

O ex-candidato presidencial Mondlane garante que vai continuar a actividade política normal e avança que continua sem saber de que crime é acusado.

O Ministério Público acusa o ex-candidato presidencial de incitar à violência nas manifestações pós-eleitorais.

O político foi ouvido na Procuradoria-Geral da República sobre um dos oito processos em que é visado no âmbito dos protestos  pós-eleitorais em Moçambique.

À saída da audiência Mondlane garantiu que vai continuar a actividade política normal e avança que continua sem saber de que crime é acusado.

Até agora eu não consigo dizer efectivamente se estou a ser injustiçado ou não, porque não sei qual é o crime de que sou acusado. Esse é um dos protestos que nós vamos apresentar.

Como é que nós podemos ficar numa audição de quase dez horas sem saberes qual é o crime de que te acusam? 

Foi-me aplicada uma medida sancionatória ou de limitação, que é o Termo de Identidade de Residência. Isso significa que eu não posso me deslocar sem avisar à Procuradoria.

Vou continuar a fazer a minha actividade política normal, meu trabalho normal. A única questão é que todos os movimentos, para além de cinco dias, têm que ser informados à Procuradoria. 

A audiência do ex-candidato presidencial levantou um clima de suspense em Maputo, com um forte contingente policial a bloquear os acessos à PGR.

A polícia chegou a lançar gás lacrimogéneo nas imediações do edifício da Procuradoria-Geral da República, para dispersar dezenas de apoiantes de Venâncio Mondlane, que permaneciam no local entoando hinos de apoio.

Moçambique vive desde as eleições gerais de 09 de Outubro de 2024 um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória à Frelimo e ao seu candidato Daniel Chapo.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.ANG/RFI

 

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