quarta-feira, 12 de março de 2025

Portugal/ Assembleia da República chumbou moção de confiança do Governo

Bissau, 12 Mar 25 (ANG) - Em Portugal, o parlamento chumbou ontem à noite a moção de confiança apresentada pelo Governo, provocando a sua demissão. Cabe agora ao Presidente da República decidir se convoca ou não legislativas antecipadas. Votaram contra a moção de confiança o PS, Chega, BE, PCP, Livre e a deputada única do PAN. A favor votaram PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal. De acordo com a Constituição, a "não aprovação de uma moção de confiança" implica a "demissão do Governo".

Foi rejeitada a moção de confiança e caiu o Governo de Luís Montenegro. Ontem à noite, 11 de Março, à saída do parlamento o primeiro-ministro português, líder do partido de direita PSD, garantiu que o executivo fez tudo para evitar eleições antecipadas e acusou a oposição, nomeadamente o Partido Socialista, de aproveitamento político da situação.

Ficámos a perceber que o Partido Socialista não quer efectivamente as respostas. O Partido Socialista quer que a situação de impasse, de dúvida, de suspeição, se prolongue para poder, mais à frente, eventualmente, tirar dividendos políticos disso

Esta terça-feira, após mais de três horas e meia de discussão acesa na Assembleia da República, a sessão foi suspensa para negociações de última hora entre o partido no poder, PSD, e o maior partido da oposição, PS. A interrupção não serviu para sanar as divergências entre os dois e os socialistas, como tinha anunciado, votaram contra a confiança no Governo.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, acusa o executivo de manobras políticas inaceitáveis.

Aquilo que aconteceu hoje no Parlamento foi uma vergonha. É indecoroso. Foram manobras, foram jogos, foram truques. Isso é inaceitável.

A rejeição da moção de confiança pelo Parlamento abre caminho a eleições legislativas antecipadas, as terceiras desde o início de 2022. Cabe agora ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidir se dissolve o Parlamento. Caso sejam convocadas, as eleições legislativas antecipadas poderão realizar-se a 11 ou 18 de Maio.

No centro da polémica está uma empresa de prestação de serviços, Spinumviva, detida pela mulher e filhos de Montenegro, que tem contratos com várias companhias privadas, entre elas um grupo cuja actividade depende de concessões atribuídas pelo Estado. 

Neste cenário de um possível conflito de interesses, foi criada uma comissão parlamentar de inquérito. ANG/RFI

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