OIM /Organização diz precisar de 6,4 milhões para
afetados por ciclones em Moçambique
Bissau, 07 Mar 25 (ANG) - A Organização
Internacional para as Migrações (OIM) precisa de quase sete milhões de dólares
(6,4 milhões de euros) para apoiar cerca de 240.000 pessoas afetadas pelos
ciclones Chido e Dikeledi, no norte de Moçambique.
"O Financiamento
adicional é essencial para sustentar a resposta e permitir o reabastecimento de
todos os canais humanitários", refere-se no mais recente relatório da OIM,
a que a Lusa teve hoje acesso.
Os ciclones Chido e Dikeledi atingiram a
região norte de Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro, com maior
impacto para as províncias de Cabo Delgado e Nampula, causando mortes e danos
materiais com destruição de infraestruturas públicas e privadas.
Segundo aquela agência das Nações unidas para
as migrações, dos 12,1 milhões de dólares (11,1 milhões de euros) necessários
para a resposta humanitária nas províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado,
afetadas pelos ciclones, apenas 5,2 milhões de dólares (4,7 milhões de euros)
foram disponibilizados.
"As comunidades precisam urgentemente de
água potável, medicamentos, saneamento e instalações de higiene para prevenir
doenças transmitidas pela água, bem como abrigo e kits de reparo para
reconstruir suas casas", explicou.
De acordo a OIM, como parte do apoio inicial
de "emergência" às comunidades afetadas, mais de 35.000 pessoas receberam
kits de abrigo e itens não alimentares, desde 15 de dezembro.
"Estes kits incluíam itens essenciais
tais como conjuntos de cozinha, redes mosquiteiras, colchonetes, lonas e
ferramentas de fixação", refere-se no documento.
Além dos ciclones, no relatório, a OIM
alertou ainda para o surto de cólera em Nampula, que resultou
em "centenas de casos e mortes" e os violentos ataques armados
em Cabo Delgado, que fizeram "milhares de pessoas deslocadas
internamente".
"A necessidade é imensa e o processo de
reconstrução levará tempo. À medida que as operações continuam, o povo de
Moçambique permanece resiliente, determinado a reconstruir suas vidas e
restaurar um senso de estabilidade", concluiu.
Em 13 de janeiro, o ciclone tropical severo
Dikeledi atingiu Moçambique, causando pelo menos 11 mortos e afetando outras
250 mil pessoas, incluindo a destruição de quase 20 mil casas, segundo o
mais recente balanço oficial das autoridades moçambicanas.
O ciclone Chido, que atingiu Moçambique em 14
de dezembro, causou a morte de pelo menos 120 pessoas e afetou outras 450 mil.
Moçambique é considerado um dos países mais
severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando
ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre
entre outubro e abril.
Em fevereiro, o Governo moçambicano anunciou
a alocação de 120 milhões de euros para assistência e reabilitação de
infraestruturas públicas destruídas na passagem dos ciclones Chido e
Dikeledi, no norte do país.
O porta-voz do Conselho de Ministros,
Inocêncio Impissa, indicou ainda que o Governo, na primeira fase, vai priorizar
"respostas imediatas" face às necessidades nas províncias atingidas,
prometendo mobilizar recursos para "intervenções de médio e longo prazos".ANG/Lusa
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