Saúde Pública/ “A crise de insegurança alimentar afecta 121 mil pessoas na Guiné-Bissau”, diz o nutricionista do PAM-GB
Bissau, 09 Jul 25(ANG) – O nutricionista do Programa Alimentar Mundial na Guiné-Bissau, PAM-GB afirmou hoje que 121 mil pessoas estão afetadas pela crise da insegurança alimentar no país.
Pita Correia, que falava na cerimónia de abertura de um Workshop sob o lema” Soluções e Oportunidades para o Reforço das cadeias de Valor Nutricionais Locais na Guiné-Bissau”, disse que é preciso fazer uma intervenção de emergência mais efetiva para colmatar as sequelas que estão a devorar as populações.“Quando se fala das crianças, mulheres grávidas e as que estão a amamentar, é neste Workshop que o Governo deve aproveitar para mobilizar os parceiros para financiar fundos, para programas do Ministério da Agricultura e outras instituições que atuam nesta área, a fim de minimizar a questão da insegurança alimentar no país.
Correia afirmou que a maioria dos produtos alimentares consumido pela população é importada, e que, por essa razão, deve ser incentivada a produção local, apoiando os pequenos produtores e preparar os campos agrícolas (as bolanhas) para poderem produzir mais.
O nutricionista afirmou que as zonas mais afetadas pela crise alimentar são as regiões de Oio, Gabu, Tombali e Cacheu.
Por sua vez, o Representante residente do PAM-GB, Claude Kakuke sublinhou que durante os últimos dois anos em que trabalhou na Guiné-Bissau, ouviu, frequentemente, homens e mulheres falarem da produção alimentar local do país após a independência.
“As pessoas ainda se
lembram de produtos emblemáticos
como o leite Blufo de Bissau, o óleo de amendoim de Cumere, as compotas de
fruta de Bolama e o arroz local de Quinara e Tombali. Mas hoje, o país importa
grande parte do que a sua população consome, mesmo produtos que poderiam ser
cultivados ou produzidos localmente, como o arroz, alimento básico”, disse.
Segundo Claude kakuke , 68 por cento da população não tem meios para ter uma alimentação saudável e nutritiva, e diz que a má nutrição continua a ser um problema grave, especialmente para as crianças e mulheres.
Em consequência
dessa situação, e segundo
dados do VI inquérito de Indicadores Múltiplos conglomerados de 2019, 28 por cento das crianças com idades entre 6 e
59 meses apresentam atraso no crescimento e cinco por cento das crianças com menos de cinco anos
sofrem de emaciação.
Para Kakuke,
produzir, transformar e comercializar alimentos localmente significa criar
empregos sustentáveis, valorizar os saberes locais, reforçar a segurança
alimentar, promover uma alimentação mais saudável e construir comunidades mais
fortes.
“Investir
nas cadeias de valor nutritivas locais não é apenas uma escolha de
desenvolvimento, é um caminho para a resiliência e a soberania”, disse.
O Representante Residente do PAM-GB disse estar satisfeito com o esforço do Governo, para a identificação e transformação dos sistemas alimentares, incluindo as cadeias de valor, como uma prioridade nacional.
“As Nações Unidas, através do PAM e da FAO, têm a honra de apoiar esses esforços, promovendo o desenvolvimento de um tecido agroalimentar estruturado, inclusivo e sustentável”, disse Claude Kakuke.ANG/JD/ÂC//SG

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