Médio Oriente/Israel anuncia entrada em vigor do cessar-fogo na Faixa de Gaza
Bissau, 10Out 25 (ANG) - O exército israelita anunciou a entrada em vigor, esta sexta-feira, pelas 09h00 TMG, do cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A trégua deve agora ser seguida, no prazo de 72 horas,
pela libertação dos reféns israelitas, cumprindo assim o acordo firmado com o
Hamas.
O cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas fazem parte
do acordo aprovado esta quinta-feira, 09 de Outubro, após quatro dias de
negociações indirectas no Egipto entre o Hamas e Israel.
Nesse sentido, “o acordo de cessar-fogo entrou em vigor ao
meio-dia local”, segundo o exército israelita, com as tropas a “retirarem-se de
várias zonas da cidade de Gaza”, no norte do território, e em Khan Younès, no
sul da Faixa de Gaza, “os veículos israelitas retiraram-se das partes sul e
central da cidade em direcção às zonas a leste”, confirmou a Defesa Civil de
Gaza.
Todavia, Telavive avisa que as “tropas do Comando Sul
continuarão a eliminar qualquer ameaça imediata”.
O acordo rubricado pelo Hamas e por Israel baseia-se num plano
anunciado no final de Setembro pelo presidente norte-americano Donald Trump para
pôr fim à guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel a 07 de outubro
de 2023.
Donald Trump declarou ontem que pretende deslocar-se ao Médio
Oriente no próximo domingo para assistir à libertação dos reféns: “Os reféns
devem regressa segunda ou terça-feira. Eu provavelmente estarei presente.
Espero estar presente. Prevemos partir no domingo”.
O governo de Benjamin Netanyahu ratificou esta sexta-feira antes
do amanhecer o acordo concluído no Egipto. O que se traduz que no prazo máximo
de 72 horas após a entrada em vigor, “todos os nossos reféns, vivos e mortos,
serão libertados, o que nos leva a segunda-feira”, disse porta-voz do governo
israelita.
Segundo um responsável do Hamas, os reféns israelitas vivos
serão libertados em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos detidos
por Israel, “simultaneamente com retiradas israelitas específicas (de Gaza) e a
entrada de mais ajuda humanitária”.
Das 251 pessoas raptadas durante o ataque de 07 de Outubro de
2023 e levadas para Gaza, 47 continuam detidas, das quais pelo menos 25
morreram. O ataque causou a morte de 1.219 pessoas, na sua maioria civis.
O acordo firmado no Egipto integra um plano de 20 pontos de
Trump que prevê um cessar-fogo em Gaza, a libertação dos reféns, a retirada
progressiva israelita de Gaza, o desarmamento do Hamas e a criação de uma
autoridade de transição formada por tecnocratas, liderada por um comité
chefiado por Donald Trump.
As negociações para a segunda fase, relativas ao desarmamento do
Hamas e à continuação da retirada israelita, devem começar “imediatamente” após
a assinatura do acordo da primeira fase.
Duzentos militares sob a direcção do chefe do Comando Militar
norte-americano para o Médio Oriente, o almirante Brad Cooper, vão ser
mobilizados para “supervisionar” a implementação do acordo sobre Gaza. Entre
eles, provavelmente militares do Egipto, do Qatar, da Turquia e dos Emirados
Árabes Unidos.
O exército turco disse estar “pronto para assumir qualquer
missão que lhes seja atribuída” em Gaza.
A campanha militar israelita em Gaza provocou, segundo o
Ministério da Saúde do Hamas, mais de 67.194 mortos, na sua maioria civis, e um
desastre humanitário.ANG/RFI

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