quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Regiões/Vendedeiras do Mercado de Bissorã lamentam falta de negócios devido ao “fraco poder de compra dos citadinos”

Bissorã, 20 Nov 24(ANG) - As mulheres vendedeiras de peixe no Mercado Central de Bissorã, região de Oio, norte do país, lamentaram esta semana a falta de negócio dos seus produtos devido ao fraco poder de compra dos citadinos locais, e pedem ao Governo que faça tudo para diminuir o preço do pescado no mercado nacional.

O grito de socorro foi dado pela responsável da Associação das Mulheres Vendedeiras do Mercado de Bissorâ, Marã Sané, em declarações ao Correspondente da ANG na Região de Oio.

Marã pediu ao Ministério das Pescas que as ajudem a comprar o pescado ao preço normal para poderem abastecer aquela cidade que segundo ela é um setor muito grande com mais de 100 tabancas.

Aquela bideira explicou que compram um cartão do pescado de 30 quilogramas ao preço de  45 mil francos CFA e diz que, para obter lucro, uma vendedeira tem adoptar um que lhe vai permitir recuperar o seu investimento.

“Por isso as pessoas optam por comprar peixes mais baratos, casos da bentana, tainha e djafal. Se o Governo baixar o preço de peixe todas as famílias vão ter alimento em sua casa”, frisou.

Marã Sané pede  as forças de segurança para aumentarem as rusgas naquela localidade, por ja se estar quase na  quadra festiva que  os malfeitores roubam as suas caixas de peixes.

Sané encorajou as suas colegas a continuarem o seu trabalho apesar das dificuldades uma vez que dali é que vem o dinheiro para  sustentar a família, pagar escola das crianças entre outras necessidades.ANG/AD/MSC/ÂC//SG

                    Regiões/Paragem Central de Catió já está em funcionamento

Catió, 20 Nov 24 (ANG) – A Paragem Central de Catío voltou a estar operacional para  condutores de transportes que fazem a ligação entre Catió e Buba.

A infraestrutura foi construída desde 2017 mas não estava operacional desde então.

A informação foi esta quarta-feira avançada pelos condutores da zona em entrevista exclusiva ao Correspondente da   Agência de Notícias da Guiné para a região de Tombali.

O porta-voz dos condutores Mamadu Aliu Djaló não escondeu a sua  satisfação pela operacionalização daquela paragem, pelo que pode o seu bom uso aos seus colegas.

 “Ter um espaço para concentrar e organizar a partida de qualquer transporte público é sempre de louvar, uma vez que a organização é sempre fundamental para alcançar o progresso comum”, disse Mamadu Aliu Djaló.

O responsável da Paragem manifestou igualmente a sua satisfação pela entrada em funcionamento daquela Paragem  e diz que não era sem tempo mas que tudo se deveu a falta  de vontade dos anteriores responsáveis administrativos de sector de Catió.

Banhan Djaló,  disse igualmente que, apesar de paragem ainda se depara com falta de água potável,  é bem vindo ter este património para melhor controlo da circulação dos transportes públicos local. ANG/JQ/AALS/ÂC//SG

Regiões/Diretor da Escola de Brufa de Bissorã preocupado com falta de materiais escolares e de professores

Bissorã, 20  Nov 24(ANG) - O Diretor da Escola do Ensino Básico da tabanca de Brufa, setor de Bissorá, região de Oio, manifestou hoje a sua preocupação em relação  a falta de materiais escolares e de professores, que diz contribuir para fraco aproveitamento dos alunos.

Domingos Pansau, em entrevista ao Correspondente Regional da ANG de Oio, disse  que as dificuldades são muitas, desde a falta de carteiras e materiais didáticos passando por falta de professores, e numa  escola pública com cerca de 300 alunos.

A Escola de Brufa funciona com  professores que exercem em Regime de Contratado.

 “Eu na qualidade de Director, o meu contrato já expirou, mas entendo que neste momento se eu abandonar a escola tal como determina o Governo(que os professores contratados fossem para casa) a escola simplesmente vai fechar”, afirmou.

Pansau pede o Ministério da Educação para diligenciar formas de  sanear essas dificuldades porque a escola necessita de  professores formados, uma vez que está a ser assegurada por jovens de tabanca que concluíram o 12 ano de escolaridade.

Disse que a escola precisa, de imediato, de oito professores de pré-primária à 6º ano, tendo ainda pedido  que seja elevado  o nível da escolaridade naquele estabelecimento de ensino, uma vez que depois do 6º  ano as crianças vão ter que deslocar até a cidade de Bissorá, uma distância
de 37 quilómetros  para frequentarem as aulas.ANG/AD/MSC/ÂC//SG

COP 29/ Guiné-Bissau vai submeter relatório Bienal de Transparência até final de 2024

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) – O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática disse que o país vai submeter o relatório Bienal de Transparência até final de 2024, cumprindo assim as metas no âmbito do Acordo de Paris AP-Peter Dejong.


Viriato Soares Cassamá fez o anúncio, em entrevista à RFI, e defende  que,   nesta Cop29, que decore em Baku, Azerbaijão, “dever-se-ia concretizar a questão do financiamento climático”.

Disse esperar que desta Cop29 se comece a financiar as ações climáticas para que os países mais vulneráveis possam combater os efeitos nefastos das alterações climáticas.

“Cop de Cancún-Egipto (2010) quando se criou o Fundo Verde do Clima, foram prometidos 100 mil milhões de dólares por ano até 2020, o que se consumou”, lembrou.

 Viriato Soares Cassamá disse que a Guiné-Bissau está na vanguarda e será o primeiro país dos PALOP e o segundo da CPLP depois do Brasil) a apresentar o seu Relatório Bienal de Transparência.

“Até Dezembro, este relatório será apresentado ao UNFCCC. A Guiné-Bissau já tem praticamente mais de 95 por cento deste relatório pronto e creio que até dezembnro o documento vai ser apresentado”, afirmou.

Instado a falar se a Guiné-Bissau sofre com as consequências das alterações climáticas, nomeadamente na subida do nível do mar, da erosão costeira e também na questão da seca e o que é que tem  feito para colmatar estes efeitos, o ministro do Ambiente afirmou que o país tem estado a aproveitar todos os recursos e todos os financiamentos postos à sua disposição no âmbito das organizações internacionais de que faz parte.

“Estamos a implementar um projeto sobre a proteção da zona costeira no montante de 12 milhões de dólares. Temos já em carteira e com financiamento, um outro megaprojeto também para reforçar a resiliência das comunidades costeiras e dos sectores produtivos da nossa economia”, frisou.

Informou que, aproximadamente, 80 por cento deles situam-se na zona costeira, acrescentando que é um projeto que vai ser financiado pelo Fundo dos Países Menos Avançados, que também vai reforçar a resiliência das comunidades que vivem na zona costeira.

Acrescentou que já se iniciou   outro projeto no âmbito da mitigação, que é o mini sistema de geração e distribuição de energia eléctrica, em pequena escala e energias renováveis.

Adiantou que, embora a emissão de gases com efeitos de estufa no país seja bastante fraca, estão também a contribuir da sua maneira para que a temperatura média global não ultrapasse os 1.5 graus centígrados.

Cassamá disse que, o projeto da Organização para a Valorização do Rio Gâmbia (OMVG), que congrega quatro países, já está a produzir energia hídrica que abastece a Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Guiné-Conacri.

“Isto vai permitir, em larga medida, a redução do  uso de combustíveis fósseis para a produção de energia. A energia eléctrica vai permitir-nos atingir as metas que estabelecemos na nossa contribuição nacional determinada até 2030, que é a redução de 30% das emissões de gases com efeito estufa, até 2030. Estamos no bom caminho. Embora sejamos um país pequeno, temos estado a contribuir - à nossa maneira - para reduzir o aquecimento global”, disse.

Questionado se a sensibilização sobre  as alterações climáticas e  o aquecimento global do planeta está, na Guiné-Bissau, também a ser levada a cabo nas camadas mais jovens, Viriato Cassamá disse que “sim, sem sombra de dúvidas”.

“Ainda antes de irmos para COP29, nomeamos uma embaixadora jovem para o clima. Temos uma rede jovem sobre o clima que está representada em todo o canto da Guiné-Bissau”, informou.

O ministro do Ambiente, Biodiversidade  e Ação Climática disse que, na Guiné-Bissau, os jovens representam 60 por cento da população e que  têm estado a trabalhar muito essa camada jovem, e diz que, com o apoio da UNICEF conseguiram trazê-la à este barco, porque antigamente trabalhavam mais com o PNUD e outras organizações.

“A UNICEF agora está a colaborar com o Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática e fizemos  um estudo relativamente ao impacto das alterações climáticas nos jovens. Temos estado a difundir este relatório com o apoio da UNICEF e com o apoio desta rede recém-criada de jovens”, afirmou.

Acrescentou que não é por caso que o Fundo de Partes e Danos foi acertado entre todas as partes na penúltima Cop.

“A decisão de criar um fundo para perdas e danos foi tomada na COP 27, em 2022, em Sharm el- Sheikh, no Egipto), penso que a ausência dos países, como Estados Unidos da América, da França em peso, Alemanha e até da Rússia, fez com que continuemos esta discussão nas próximas COP’s”, disse.

Viriato Cassamá disse que  a ausência desses países no Azerbaijão não é falta de vontade política de continuar a combater as alterações climáticas, diz que provavelmente tem a ver com a relação desses países com a República do Azerbaijão.

“Não há a participação ativa dos chefes de Estado, mas a delegação francesa está representada, e a dos EUA também está representada, não por figuras de proa, mas está muito bem representada sob  ponto de vista negocial”, afirmou.

A COP 29 deve terminar no próximo dia 22 de Novembro.ANG/RFI

Brasil/Comunicado do G20 sai antes da hora com defesa da tributação de bilionários e mensagem para Trump sobre clima

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - O comunicado final de líderes do G20, que esteve a perigo, acabou saindo antes mesmo do previsto.

Com o apoio de última hora da Argentina, as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia (UE) e União Africana, apoiaram por consenso parte importante das prioridades da presidência brasileira do bloco.

Uma delas foi a tributação de indivíduos com "patrimônio líquido ultra-alto”, item comemorado pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad.

Não há nada concreto e há a ressalva de que isso será feito de acordo com a legislação de cada país, mas é sinalização importante. O entendimento também fala em uma Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo a vacinas, tratamentos terapêuticos e diagnósticos e outras tecnologias de saúde para doenças negligenciadas e pessoas em situações de vulnerabilidade.

No comunicado, os líderes reconhecem preocupação com o fato de que as perspectivas de crescimento global a médio e longo prazo estejam abaixo das médias históricas, mas veem boas perspectivas de uma aterrissagem suave da economia global, a despeito de múltiplos desafios que permanecem e do aumento de alguns riscos em meio a elevada incerteza.

Falaram no sofrimento humano e os impactos negativos da guerra e afirmaram o direito palestino à autodeterminação, reiterando o compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivam lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com o direito internacional e resoluções relevantes da ONU.

Especialmente em relação à guerra na Ucrânia, destacaram o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeias de suprimentos, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento. Mas não tocaram no nome da Rússia.

Outra questão cara ao Brasil foi incluída. O texto afirma que a digitalização do campo da informação e a evolução acelerada de novas tecnologias, como a inteligência artificial, impactaram dramaticamente a velocidade, a escala e o alcance da desinformação, o discurso de ódio e outras formas de danos online. Por isso, destacaram a necessidade de transparência e responsabilidade das plataformas digitais.

A dois meses a posse de Donald Trump o comunicado teve direito a mensagem dirigida ao novo chefe da Casa Branca. Os países manifestaram forte compromisso com o multilateralismo, especialmente à luz do avanço alcançado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e do Acordo de Paris e a determinação de que permaneçam unidos nos esforços para atingir os objetivos de longo prazo do Acordo.

Fala em compreender e reconhecer não só a urgência como gravidade da mudança do clima. Trump, que já disse que a mudança do clima é uma farsa, ameaçou durante a campanha presidencial deixar novamente o acordo de Paris.

O comunicado foi visto como grande vitória do governo brasileiro, a despeito das condições cada vez mais difíceis da geopolítica.

Nesta terça-feira, será realizada a terceira e última sessão plenária da cúpula. O tema é desenvolvimento sustentável e transição energética. Em seguida, acontece a sessão de encerramento e transferência do comando do bloco à África do Sul. Ainda não está claro como (ou se) haverá foto de família. Ninguém quer sair na mesma imagem que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.ANG/RFI

Etiópia/ África precisa de 1,3 biliões de dólares por ano para alcançar seus ODS até 2030 – UNECA

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - África precisa de 1,3 biliões de dólares por ano para alcançar os seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, disse o secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Claver Gatete .

Falando na consulta regional para a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento do Desenvolvimento em África, realizada nos dias 18 e 19 de Novembro em Adis Abeba, o Sr. Gatete indicou que em 2023, a dívida externa do continente excederá 1.000 mil milhões de dólares, com taxas extremamente elevadas, pagamentos anuais de juros, limitando a capacidade do continente de financiar o desenvolvimento.

Observou ainda que, nos últimos anos, o número de pessoas empobrecidas no continente aumentou acentuadamente e deverá atingir 476 milhões este ano, com 149 milhões de pessoas anteriormente não pobres tendo caído na pobreza, em grande parte devido à causa do crescente impacto dos desastres climáticos.

O atual sistema financeiro global infelizmente não consegue satisfazer as necessidades de África, lamentou, observando que “se não agirmos imediatamente, corremos o risco de não alcançar os 17 ODS até 2030”.

“Chegou a hora de rever a nossa arquitectura financeira e reformá-la para que represente e responda de forma justa às necessidades dos países em desenvolvimento e promova a estabilidade financeira para o desenvolvimento de África”, disse Gatete, sublinhando que África precisa de um sistema financeiro que dê prioridade os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2063 da UA e a acção climática, e que alavanca tanto o financiamento concessional como a ajuda oficial ao desenvolvimento. ANG/FAAPA


Rússia/ Moscovo diz que ataques da Ucrânia com armas americanas são “sinal” de que Kiev e Ocidente “querem escalada”

Bissau, 20 Nov 24 (ANG) - A Rússia prometeu  terça-feira (19) uma resposta “adequada” ao ataque de Kiev a seu território, com mísseis americanos ATACMS.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou que o conflito caminha para “uma nova fase” e anunciou que as possibilidades de utilização de armas nucleares foram ampliadas.

 “Consideraremos isto como uma nova fase na guerra ocidental contra a Rússia e reagiremos em conformidade”, disse ele à imprensa à margem da cúpula do G20 no Rio. Para ele, os mísseis americanos de precisão não podem ser usados ​​por Kiev “sem a ajuda de especialistas e instrutores americanos”, acusando diretamente os Estados Unidos de terem ajudado o Exército ucraniano.

Os ataques acontecem após sinal verde dado por Washington a Kiev, no domingo(17) para usar mísseis de longo alcance contra o território russo

Para o Kremlin a utilização destes armamentos representava uma linha vermelha a não ser ultrapassada.Em Setembro, Vladimir Putin advertiu que se o uso de mísseis ocidentais de longo alcance pela Ucrânia contra o território russo sinalizaria que "os países da OTAN estariam em guerra com a Rússia".

O presidente russo ainda não falou publicamente sobre o ataque ucraniano, mas de acordo com Moscou o alvo eram instalações militares.

Segundo o relato do exército russo, “às 3h25, o inimigo atingiu um local na região de Bryansk”, não muito longe da fronteira com a Ucrânia, com “mísseis táticos ATACMS”. Cinco projéteis foram destruídos e outro danificado pela defesa antiaérea russa.

O ataque foi confirmado por uma autoridade à AFP, sob anonimato. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse simplesmente, numa conferência de imprensa em Kiev, que seu país tinha estes mísseis e iria “utilizá-los”.

Vladimir Putin levantou repetidamente a possibilidade de usar armas nucleares desde o início da ofensiva em fevereiro de 2022.

Na terça-feira, o presidente russo respondeu à decisão americana de permitir o uso de suas armas, assinando o decreto que formaliza a nova doutrina nuclear da Rússia, , que amplia a possibilidade de recurso a armas atômicas em caso de ataque “massivo” por parte de um país não nuclear, mas apoiado por uma potência nuclear. Uma referência clara à Ucrânia e aos Estados Unidos.

“Era necessário adaptar os nossos fundamentos (da doutrina nuclear) à situação atual”, defendeu friamente Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo.

A Ucrânia exigiu durante meses permissão dos Estados Unidos para atacar alvos militares em território russo, visando perturbar a logística de seu exército, agora apoiado por soldados norte-coreanos.

Diane do Parlamento ucraniano, Volodymyr Zelensky estimou nesta terça-feira que o resultado da estratégia chegaria em 2025. “Esta fase determinará quem vencerá”, disse, garantindo que “a Ucrânia pode derrotar a Rússia”, mesmo que “seja muito difícil”. Mas Zelensky reconheceu, pela primeira vez, que a Ucrânia poderá ter de esperar até depois de Putin para “restaurar” a sua integridade territorial, pois os russos a ocupam quase 20% de seu território.

No âmbito diplomático, a volta de Donald Trump à Casa Branca gera temores de que a Ucrânia seja forçada a fazer concessões.

Neste contexto, a Polônia e outros Estados europeus afirmaram estar “prontos para assumir a responsabilidade do apoio militar e financeiro” a Kiev, conforme o chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, após uma reunião em Varsóvia com vários outros ministros de Relações Exteriores europeus.ANG/RFI/AFP

 CAN-2025/Guiné-Bissau derrotada por Moçambique  falha apuramento para a competição 

Bissau,20 Nov 24(ANG) -  A seleção de futebol da Guiné-Bissau foi derrotada ,terça-feira pela seleção de Moçambique, por 2-1no seu reduto em Bissau e este resultado minou o sonho guineense de realizar a quinta participação consecutiva na CAN, a ter lugar em Marrocos.

A partida  contava para a sexta jornada do grupo I da fase de qualificação para a competição. 

Os ‘Djurtus’ orientados por Luís Boa Morte  ficou fora da fase final da 35.ª edição do CAN que terá lugar em Marrocos, de 21 de dezembro de 2025 a 18 de janeiro de 2026.

Após quatro participações consecutivas no CAN, em que  a Guiné-Bissau nunca conseguiu apurar-se para a fase seguinte, a Federação de Futebol do país (FFGB), decidiu mudar a equipa técnica substituindo o selecionador Baciro Candé por Luís Boa Morte.

Em seis jogos realizados na fase de qualificação para o CAN’2025, a Guiné-Bissau venceu apenas uma partida na primeira jornada frente à seleção de Eswatini em partida realizada em Bissau, graças ao golo de Bura. 

Após o triunfo frente ao Eswatini, a Guiné-Bissau perdeu na segunda jornada diante de Moçambique, perdeu na terceira jornada diante do Mali, empatou com Mali para quarta jornada em Bissau, empatou com Eswatini na quinta jornada e perdeu no encerramento da sexta jornada em casa frente à seleção de Moçambique. 

Esta partida poderia dar a qualificação a Guiné-Bissau, pois os pupilos de Boa Morte estiverem superiores à seleção de Moçambique, assumindo completamente a posse de bola, mas essa superioridade não se traduziu em golos

Moçambique demonstrou  ser uma seleção mais experiente em relação à Guiné-Bissau e conseguiu fazer dois golos de bolas paradas que lhe permitiu vencer os Djurtus, em Bissau e carimbar o passaporte para a próxima edição do maior torneio de futebol africano.

Os golos dos Mambas, como é conhecida a seleção moçambicana, foram marcados por intermédio de Bruno Langa e Stanley Ratifo, respectivamente aos 8 e 65 minutos, da partida realizada no Estádio Nacional 24 de Setembro.

O único golo da Guiné-Bissau foi apontado por intermédio de Beto, que se estreou a marcar pela seleção nacional, no seu quarto jogo oficial pela seleção nacional. Após um canto apontado por Carlos Mané, o avançado do Everton da primeira liga inglesa limitou-se a cabecear a bola para o fundo da baliza do guardião moçambicano.

A equipa técnica nacional fez várias mexidas e mudanças táticas na segunda parte, mas acabou por não resultar e a seleção adversária saiu vencedora, apesar da fraca exibição durante os 90 minutos, assistido por número considerável dos adeptos guineenses.

O jogo ficou marcado por várias críticas ao trabalho da equipa de arbitragem que veio da Nigéria devido a algumas decisões que tomou, principalmente na primeira parte e que deixou indiferente o selecionado Boa Morte e alguns jogadores .

Para além da crítica ao trabalho da equipa de arbitragem foi visível a troca de palavras entre adeptos da Guiné-Bissau e de Moçambique que assistiam ao jogo nas bancadas.

No final do jogo, Luís Boa Morte lamentou a derrota que deixou a Guiné-Bissau fora do CAN.

“Foi um jogo que dominamos e tivemos dificuldades em fazer mais golos, mas uma partida que dominamos e sabíamos que a seleção de Moçambique é uma equipa organizada e conseguiu fazer dois golos. O primeiro foi bem feito e o segundo foi por culpa nossa, mas temos que dar o mérito ao adversário. Contudo, dominamos e não conseguimos materializar”, disse.

Fazendo o balanço da campanha de qualificação para o CAN durante três meses, o técnico luso-santomense entende que foi curta, porque não houve tempo para permitir a preparação da equipa da melhor forma.

“Sem arranjar desculpas foi a nossa culpa não ter conseguido apuramento para a prova”, afirmou Boa Morte, visivelmente triste pela derrota.

Embora tenha reconhecido a derrota, Boa Morte não aceitou parabenizar a seleção de Moçambique e limitou-se a lamentar a situação política que aquele país lusófono vive após anúncios dos resultados das últimas eleições presidenciais.

Satisfeito pela qualificação para o CAN, o Selecionador Moçambicano, Chiquinho Conde enalteceu o trabalho que tem feito a frente dos Mambas desde que assumiu o cargo, e que permitiu qualificar a seleção de Moçambique em 2023 e 2025.

“É fantástico conseguir este resultado e quero agradecer a todos aqueles que proporcionaram este projeto que permitiu eu estar na minha cadeira de sonho. Sempre disse quando comecei essa caminhada em 2021, que isso seria uma missão patriótica e espinhosa, porque a seleção de Moçambique esteve arredada 13 anos de uma grande competição e estrutura da federação e os jogadores proporcionaram esta oportunidade de desfrutar esta minha carreira do sonho quando eu menos esperava … no segundo ano consecutivo estamos novamente no CAN”, disse.

“Quero desde já agradecer os meus jogadores, a estrutura da Federação de Futebol, todos os meus colaboradores e dedicar esta vitória a todo o povo moçambicano, porque eu sei que estamos a atravessar momentos difíceis em termos políticos”, afirmou Conde.

O selecionador dos Mambas que foi jogador de futebol e agora treinador sublinhou que a sua equipa se empenhou  no sentido de dar alegria ao povo moçambicano e que espera que esta vitória e a qualificação possa minimizar o sofrimento do povo moçambicano que luta pelo direito.

Relativamente às trocas de mimos com Boa Morte, Conde lembrou ao técnico nacional que é fundamental ser digno ganhar ou perder uma partida de futebol e diz que ficou triste pela postura do selecionador da Guiné-Bissau. Conde afirma ainda que se o Boa Morte pretende continuar como treinador é fundamental ter humildade como pessoa.

Inserida no grupo I, a Guiné-Bissau ficou pelo caminho com 05 pontos na tabela classificativa e as seleções do Mali e Moçambique garantiram o apuramento para o CAN. Mali conseguiu somar 14 pontos e a seleção, que venceu a Guiné-Bissau fora e dentro, conseguiu somar 11 pontos.

No último lugar ficou a seleção de Eswatini com dois pontos na tabela classificativa. Eswatini foi derrotado por 6 a 0 diante do Mali, a única seleção que não perdeu nenhum jogo no grupo I.

Contratado em Março último para substituir Baciro Candé, Luís Boa Morte tinha como o principal objetivo qualificar a Guiné-Bissau, mas acabou por não conseguir esta proeza. O foco agora é o Mundial.

A Guiné-Bissau vai agora voltar a competir em março de 2025 para o acesso ao Campeonato do Mundo 2026. Três jogos já disputados, a Guiné-Bissau venceu uma partida e empatou três jogos. Djurtus empataram no último jogo diante do Egipto em Bissau.

Após empate com os egípcios, a Guiné-Bissau soma seis pontos, atrás do Egito, que lidera o Grupo A com 10.ANG/O Democrata

Ambiente/ Jovens guineenses participam no Seminário da Juventude, Ambiente e Justiça Climática no Brasil

Bissau, 29 Nov 24 (ANG) -  Duas jovens guineenses, Aua Embaló e Gundo Sissé deixaram terça-feira o país rumo ao Brasil onde irão  participar  no Seminário da Juventude Lusófona, Meio Ambiente e Justiça Climática, a decorrer de 21 à 25 naquele país.

Segundo o Gabinete de Comunicação da Rede Luso na Guiné-Bissau, o evento serve de preparação destas jovens para o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental da CPLP e na COP30.

A iniciativa implementada  pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil tem como objetivo o fortalecimento da juventude lusófona, bem como dialogar e apoiar as ações da presidência da CPLP, que neste biênio 2023-2025, é coordenada por  São Tome e Príncipe, e tem como lema "juventude e sustentabilidade na CPLP".

As duas  jovens foram acompanhadas ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissau, pelo Coordenador Adjunto da Rede Luso Guiné-Bissau, Sumba Nansil, Secretário Geral da Rede Luso,  Isnaba Posto Merba, e pelo Adjunto Responsável do Gabinete de Comunicação da organização lusófona, Alison Cabral.ANG/JD/ÂC//SG

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Pescas/ Director-geral da Pesca Industrial nega que haja falta de peixe no mercado

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) – O Diretor-geral da Pesca industrial disse haver  peixe suficiente para abastecer o mercado Nacional, contrariamente ao que algumas informações veiculadas na imprensa nacional indicam.

Amadú Djaló  disse que não se verifica a falta de peixe, porque  neste momento se encontram  nas unidades de conservação cerca 500 toneladas do peixes, mas diz que o problema tem a ver  com fraca capacidade de compra dos  guineenses.

“Neste momento todos os navios que operam tem obrigação de descarregar peixe no país para o mercado”, disse acrescentando que tem havido incumprimento dessa medida por parte de alguns armadores.

Segundo Djaló  já se faz a exportação do pescado nacional  para outros países, nomeadamente, Abidjan, Senegal e a República Popular da China.

Informações sobre a falta de peixe no mercado motivaram  esta terça-feira visitas  às unidades de Conservação e Transformação do Pescado no Porto de Pesca Artesanal de Alto Bandim, por parte do Diretor-geral da Pesca Artesanal, Cipriano Fernandes Sá.

Disse que o mercado está ser abastecido regularmente, tendo em conta a decisão do governo de reduzir o preço de licença em 30 a 35 por cento, para garantir que o consumidor tenha capacidade de compra de peixes.

Cipriano  Fernandes Sá revelou que neste momento o Ministério das Pescas e Economia marítima dispõe de 12 câmaras de conservação e de produção de gelo, que serão instalados nas oito localidades, por forma melhorar a capacidade produtiva dos pescadores. ANG/LPG//SG

Nova data das Legislativas/Presidente da CNE diz ter aconselhado  ao chefe de Estado para respeitar os 90 dias previstos na Lei

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) – O Presidente interino da Comissão Nacional de Eleições (CNE), disse que aconselhou o chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló à respeitar os três meses previsto na Lei para marcação da nova data das eleições uma vez que, a primeira que estava prevista para 24 de Novembro foi adiada.

Mpabi Caby falava à imprensa esta terça-feira, à saída de uma sessão de auscultação que o Presidente da República promoveu envolvendo  a direcção da CNE e os partidos políticos com assento parlamentar, visando a  marcação de uma nova data para as eleições legislativas antecipadas .

Questionado se a CNE está pront
a para responder à qualquer data que o Presidente da República venha a anunciar , respondeu que sim, acrescentando   que a instituição que lidera tem recursos humanos competentes para dar resposta ao processo eleitoral no país e que também têm fundos para conduzir os seus trabalhos.

Por sua vez, o líder da Coligação PAI-Terra Ranka,  Domingos Simões Pereira afirmou que  mostraram ao chefe de Estado que,  de momento, a fixação da data para realização das eleições legislativas significa adiar o destino do país.

Simões Pereira alega existirem  problemas relevantes para solucionar nomeadamente o de Assembleia Nacional Popular, a caducidade da CNE e eleições no Supremo Tribunal de Justiça, para garantir que tudo corra na base das leis que regulam o regime democrático.

“Na minha opinião, depois da resolução desses  problemas, o Presidente da República poderia fixar uma data para realização das eleições presidenciais. Porque, a realização das eleições legislativas não vai resolver o problema com que a Guiné-Bissau se depara”, disse Domingos Simões Pereira.

Salientou que os partidos políticos legalmente constituídos deviam fazer parte das consultas para que possam dar as suas contribuições a respeito do mesmo processo.

Segundo o  Vice-coordenador do Movimento para a Alternância Democrática(Madem-G15), Aristides Ocante da Silva, o PR prevê o alargamento das consultas hoje iniciadas à todos os partidos legalmente estabelecidos, de modo a obter melhor resultado no que tange a marcação da data para realização das eleições legislativas no país. 

O líder do Partido dos Trabalhadores Guineense (PTG) Botche Candé, prometeu colaborar com Umaro Sissoco Embaló para tirar o país da crise em que se encontra.

As legislativas antecipadas estavam previstas para 24 de Novembro em curso mas foram adiadas para uma data a anunciar, razão pela a qual o Presidente da República inicio esta terça-feira novas consultas para a marcação de nova data para legislativas antecipadas. ANG/AALS/ÂC//SG

Economia/ UEMOA promete disponibilizar  50  mil milhões de francos CFA para financiar projectos na Guiné-Bissau

Bissau, 19 Nov 24(ANG) – O Comissário da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) para Desenvolvimento Humano garantiu que os 50  mil milhões de francos CFA prometidos por esta organização comunitária para financiar   projetos e investimentos para o desenvolvimento na Guiné-Bissau ainda são  acessíveis.

Mamadú Serifo Jaquité deu esta garantia na cerimónia de  entrega de uma mensagem do Presidente da Comissão de UEMOA  ao Chefe de Estado Guineense, no quadro das celebrações de 60 anos das FARP, 51 anos da Independência e do Centenário de Amílcar Cabral.

Em declarações à imprensa, à saída do encontro com o Presidente da República, Serifo Jaquité disse que, na qualidade de Comissário, aproveitou dar algumas informações sobre o desenrolar das atividades da Comissão ao Umaro Sissoco Embaló e que  recebeu  conselhos e  instruções do chefe de Estado.

Referiu   que, nos últimos tempos, a UEMOA tem estado a dar uma atenção particular ao país, desde a aprovação de pacotes de financiamento e investimento , na Conferência dos chefes de Estados. 

Salientou que quadros da UMEOA se encontram em Bissau  com a finalidade de preparar  projetos e programas a serem executados , de acordo com as normas da organização.

O Comissário disse que estão a trabalhar na possibilidade de a língua portuguesa venha a ser de trabalho na UEMOA.ANG/JD/ÂC//SG

Migração ilegal/Resgatado no Atlântico com 249 pessoas a bordo o barco que partiu da Guiné-Bissau

Bissau,19 Nov 24(ANG) - Um barco com 249 pessoas a bordo( 11 mulheres, dois bebés e dezenas de menores), que terá partido há sete dias da Guiné-Bissau, foi resgatado pelo serviço de Salvamento Marítimo espanhol, anunciaram as autoridades esta segunda-feira.

O barco foi avistado sábado por um veleiro alemão que navegava a sudoeste de Dakhla (cidade do Saara Ocidental), a 603 quilómetros da ilha espanhola da Gran Canária, disse uma porta-voz da agência de salvamento.

Os seus ocupantes foram resgatados pelo navio Guardamar Talía por volta das 14h45 de domingo (13h45 em Lisboa) e chegaram ao porto de Los Cristianos, em Tenerife, adiantaram as autoridades espanholas.

Fontes dos serviços de emergência disseram que os ocupantes afirmam ter partido da Guiné-Bissau, o que implica que se aventuraram numa travessia em mar aberto de quase 1.900 quilómetros, dos quais já tinham percorrido dois terços quando foram avistados pelo veleiro Thor Geyenerdahl.

A confirmar-se a origem da travessia, será a embarcação que mais se afastou em direção às Ilhas Canárias nesta última etapa da Rota Atlântica, cujo extremo sul é marcado pelo Senegal e pela Gâmbia.

O barco foi abandonado à deriva com uma marca de identificação pelo Salvamento Marítimo para não dar origem a falsos alarmes se alguém o reencontrar na sua rota.

O número de menores a bordo (44, incluindo os dois bebés) é ainda provisório, uma vez que a idade de alguns dos jovens e adolescentes está a ser verificada.

O serviço de emergência 112 informou que quatro dos ocupantes do caiaque tiveram de ser transferidos para centros de saúde.ANG/Lusa

 

           Brasil/ Líderes do G20 anunciam Aliança Global contra a fome

Bissau, 19 Nov2 (ANG) - Os líderes do G20 reúnem-se  segunda-feira, 18 de Novembro, no Rio de Janeiro e debateram questões relacionadas com a cooperação, políticas económicas e ambientais.

Nesta presidência brasileira esta em causa a criação da Aliança Global contra a fome, com sede em Roma, que deverá funcionar até 2030. 

Entre os 37 países que já aderiram à Aliança Global está a França, a  Alemanha, a Espanha e também algumas instituições como é o caso da Fundação Bill e Melinda Gates. A aliança que terá sede em Roma, Itália, espera reunir maus de 100 países, nos próximos meses, e deverá funcionar até 2030. 

O objectivo principal desta Aliança Global contra a fome passa pela criação de projectos e políticas públicas que já foram aplicados com sucesso no combate à fome. Os países que enfrentam desafios específicos poderão escolher as medidas mais adequadas às suas necessidades e aproveitar os recursos disponibilizados pelas entidades participantes.

A meta é alcançar 500 milhões de pessoas e retirar todas as nações do mapa da fome, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Esta iniciativa surge num contexto de retrocesso no combate à fome. Segundo um relatório da ONU de 2023, o mundo regrediu aos níveis de 2008, com 733 milhões de pessoas a passar fome.

Os líderes do G20 reúnem-se nesta segunda-feira, 18 de Novembro, no Rio de Janeiro para debater questões relacionadas com a cooperação, políticas económicas e ambientais.

Os chefes de Estado e de Governo das maiores economias, incluindo os presidentes das duas superpotências, o americano Joe Biden e o chinês Xi Jinping, devem tentar fazer avanços na questão dos financiamentos para as políticas ambientais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu neste domingo, 17 de Novembro, no domingo aos líderes do G20 para que assumam a “liderança” e façam “compromissos” para permitir “um resultado positivo na COP29”, a conferência sobre o clima em Baku onde as negociações estão paralisadas há uma semana.

Os membros do G20 (19 países, bem como a União Europeia e a União Africana) representam 85% do PIB global e 80% das emissões de gases com efeito de estufa.

A invasão russa da Ucrânia e a ofensiva israelita em Gaza e no Líbano são outras questões que vão ser debatidas no G20. A reunião de alto nível acontece no dia em que Washington autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia. ANG/RFI

 

COP29/“Precisamos de soluções de curto a médio prazo” para fazer face às alterações climáticas

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) - Os ministros dos países membros do Acordo de Paris têm até sexta-feira para definir como financiar um trilião de dólares por ano.

O secretário executivo da ONU para o Clima, Simon Stiell, pediu menos “teatro” e mais acção. Nélio Zunguza, economista agrário moçambicano e coordenador executivo da Plataforma Juvenil para Acção Climática YCAC MOZ lamenta que os mais altos representantes das nações tenham escolhido ir ao Brasil, ao G20, em vez de virem à COP29.

Na base da discórdia está o clássico pingue-pongue entre países ricos e o resto do mundo, com o financiamento e os esforços de redução de emissões de gases a serem empurrados de um lado para o outro.

Mas se as decisões se querem em Baku, o dinheiro e poder estão concentrados, até esta terça-feira, no Rio de Janeiro, na cimeira do G20, onde o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “compromissos” para salvar a COP29.

A participar na cimeira do clima, no Azerbaijão, está Nélio Zunguza, economista agrário moçambicano e coordenador executivo da Plataforma Juvenil para Acção Climática YCAC MOZ. Em declarações à RFI, lamenta que os mais altos representantes das nações tenham escolhido ir ao Brasil ao G20, em vez de virem à COP29:

Nós vimos o número dos tomadores de decisão, ao mais alto nível que se deslocaram a esta COP, foi um número bastante reduzido para as últimas duas COP’s que eu pude assistir e isso já é um sinal. Mas, entretanto, começou recentemente o G20 e temos a China, os Estados Unidos, ao mais alto nível de representação.

Qual é a mensagem que queremos transmitir?

Será que as COP’s ainda têm relevância? O que é que se pretende? Se têm, como é que isso se torna efectivo? 

Numa COP em que o objectivo único é o financiamento, até agora não estamos a ter clareza em termos de estrutura, de como é que esse financiamento estará disponível. E estamos a precisar de recursos para responder aos eventos climáticos extremos.

Nélio Zunguza integrou igualmente um painel intitulado “O impacto das políticas climáticas da União Europeia nos países em desenvolvimento: o do CBAM (Mecanismo de ajustamento carbónico fronteiriço) em Moçambique. 

O encontro teve em foco o CABM e estivemos a conversar com jovens moçambicanos e jovens europeus, sobre quais seriam as implicações reais sob o ponto de vista socioeconómico para a vida dos jovens, mas também olhando para aquilo que é o contrabalanço em termos de ganhos ambientais nesta jornada de transição justa, principalmente para Moçambique. 

A COP29 decorre até dia 22 de Novembro em Baku, capital do Azerbaijão. ANG/RFI

 

Bélgica/João Gomes Cravinho é o novo representante especial da União Europeia para o Sahel

Bissau, 19 Nov 24 (ANG) -  Os responsáveis pela diplomacia europeia nomearam  segunda-feira, o antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros para o cargo de representante especial da União Europeia para o Sahel.

João Gomes Cravinho assume o cargo já no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.

Em comunicado, a instituição refere que o novo responsável vai trabalhar para o alcance da “paz duradora, estabilidade e desenvolvimento desta região, que integra o Burkina Faso, o Chade, Mali, a Mauritânia e o Níger, estratégica em termos de segurança.

Enquanto representante especial da União Europeia para o Sahel, João Gomes Cravinho vai colaborar com os países da bacia do Lago Chade, outros países e entidades regionais ou internacionais dentro e fora da região, incluindo o Magrebe e o Golfo da Guiné e os países vizinhos afetados pela dinâmica do Sahel", avança o documento.

De acordo com a agência de notícias Lusa, a nomeação do antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros já tinha sido acordada na semana passada, mas foi oficializada hoje, em Bruxelas, com João Gomes Cravinho a assumir o cargo no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.

A região do Sahel atravessa actualmente várias crises simultâneas, como a crise de segurança com ataques regulares perpetrados por grupos armados e terroristas contra civis e forças de segurança, acrescentando-se a vaga de golpes de Estado. Para além da Guiné Conacri houve registo de três golpes militares no Burkina Faso, no Níger e no Mali.

No passado mês de Outubro, em declarações à agência de notícias Lusa, João Gomes Cravinho considerou que a Europa é o único continente que será capaz de resolver os problemas desta região.

"Trabalho não me vai faltar, e importância estratégica da região para a Europa também não; se não tomarmos conta disto, e mais ninguém vai tomar, porque os Estados Unidos olham para o Sahel como um problema que afeta a Europa, a NATO também não tem instrumentos nem vocação para trabalhar aqui, portanto é a União Europeia que tem de usar os seus instrumentos para gerar uma dinâmica diferente na região", disse.

Desde 2014, que a União Europeia e os Estados-membros disponibilizaram cerca de 8 mil milhões de euro para apoiar a segurança, a defesa, assistência humanitária e desenvolvimento da região.ANG/RFI