CAN-2025/Guiné-Bissau derrotada por Moçambique falha apuramento para a competição
Bissau,20 Nov 24(ANG) - A seleção de futebol da Guiné-Bissau foi
derrotada ,terça-feira pela seleção de Moçambique, por 2-1no seu reduto em
Bissau e este resultado minou o sonho guineense de realizar a quinta
participação consecutiva na CAN, a ter lugar em Marrocos.
A partida contava para a sexta jornada do grupo I da
fase de qualificação para a competição.
Os ‘Djurtus’ orientados por
Luís Boa Morte ficou fora da fase final
da 35.ª edição do CAN que terá lugar em Marrocos, de 21 de dezembro de
2025 a 18 de janeiro de 2026.
Após quatro participações
consecutivas no CAN, em que a
Guiné-Bissau nunca conseguiu apurar-se para a fase seguinte, a Federação de
Futebol do país (FFGB), decidiu mudar a equipa técnica substituindo o
selecionador Baciro Candé por Luís Boa Morte.
Em seis jogos realizados na
fase de qualificação para o CAN’2025, a Guiné-Bissau venceu apenas uma partida
na primeira jornada frente à seleção de Eswatini em partida realizada em
Bissau, graças ao golo de Bura.
Após o triunfo frente ao
Eswatini, a Guiné-Bissau perdeu na segunda jornada diante de Moçambique, perdeu
na terceira jornada diante do Mali, empatou com Mali para quarta jornada em
Bissau, empatou com Eswatini na quinta jornada e perdeu no encerramento da
sexta jornada em casa frente à seleção de Moçambique.
Esta partida poderia dar a
qualificação a Guiné-Bissau, pois os pupilos de Boa Morte estiverem superiores
à seleção de Moçambique, assumindo completamente a posse de bola, mas essa
superioridade não se traduziu em golos
Moçambique demonstrou ser uma seleção mais experiente em relação à
Guiné-Bissau e conseguiu fazer dois golos de bolas paradas que lhe permitiu
vencer os Djurtus, em Bissau e carimbar o passaporte para a próxima edição do
maior torneio de futebol africano.
Os golos dos Mambas, como é
conhecida a seleção moçambicana, foram marcados por intermédio de Bruno Langa e
Stanley Ratifo, respectivamente aos 8 e 65 minutos, da partida realizada no
Estádio Nacional 24 de Setembro.
O único golo da Guiné-Bissau
foi apontado por intermédio de Beto, que se estreou a marcar pela seleção
nacional, no seu quarto jogo oficial pela seleção nacional. Após um canto
apontado por Carlos Mané, o avançado do Everton da primeira liga inglesa
limitou-se a cabecear a bola para o fundo da baliza do guardião moçambicano.
A equipa técnica nacional
fez várias mexidas e mudanças táticas na segunda parte, mas acabou por não
resultar e a seleção adversária saiu vencedora, apesar da fraca exibição
durante os 90 minutos, assistido por número considerável dos adeptos
guineenses.
O jogo ficou marcado por
várias críticas ao trabalho da equipa de arbitragem que veio da Nigéria devido a
algumas decisões que tomou, principalmente na primeira parte e que deixou
indiferente o selecionado Boa Morte e alguns jogadores .
Para além da crítica ao trabalho
da equipa de arbitragem foi visível a troca de palavras entre adeptos da
Guiné-Bissau e de Moçambique que assistiam ao jogo nas bancadas.
No final do jogo, Luís Boa
Morte lamentou a derrota que deixou a Guiné-Bissau fora do CAN.
“Foi um jogo que dominamos e
tivemos dificuldades em fazer mais golos, mas uma partida que dominamos e
sabíamos que a seleção de Moçambique é uma equipa organizada e conseguiu fazer
dois golos. O primeiro foi bem feito e o segundo foi por culpa nossa, mas temos
que dar o mérito ao adversário. Contudo, dominamos e não conseguimos
materializar”, disse.
Fazendo o balanço da
campanha de qualificação para o CAN durante três meses, o técnico
luso-santomense entende que foi curta, porque não houve tempo para permitir a preparação
da equipa da melhor forma.
“Sem arranjar desculpas foi
a nossa culpa não ter conseguido apuramento para a prova”, afirmou Boa Morte,
visivelmente triste pela derrota.
Embora tenha reconhecido a
derrota, Boa Morte não aceitou parabenizar a seleção de Moçambique e limitou-se
a lamentar a situação política que aquele país lusófono vive após anúncios dos
resultados das últimas eleições presidenciais.
Satisfeito pela qualificação
para o CAN, o Selecionador Moçambicano, Chiquinho Conde enalteceu o trabalho
que tem feito a frente dos Mambas desde que assumiu o cargo, e que permitiu
qualificar a seleção de Moçambique em 2023 e 2025.
“É fantástico conseguir este
resultado e quero agradecer a todos aqueles que proporcionaram este projeto que
permitiu eu estar na minha cadeira de sonho. Sempre disse quando comecei essa
caminhada em 2021, que isso seria uma missão patriótica e espinhosa, porque a
seleção de Moçambique esteve arredada 13 anos de uma grande competição e
estrutura da federação e os jogadores proporcionaram esta oportunidade de
desfrutar esta minha carreira do sonho quando eu menos esperava … no segundo
ano consecutivo estamos novamente no CAN”, disse.
“Quero desde já agradecer os
meus jogadores, a estrutura da Federação de Futebol, todos os meus colaboradores
e dedicar esta vitória a todo o povo moçambicano, porque eu sei que estamos a
atravessar momentos difíceis em termos políticos”, afirmou Conde.
O selecionador dos Mambas
que foi jogador de futebol e agora treinador sublinhou que a sua equipa se empenhou no sentido de dar alegria ao povo moçambicano
e que espera que esta vitória e a qualificação possa minimizar o sofrimento do
povo moçambicano que luta pelo direito.
Relativamente às trocas de
mimos com Boa Morte, Conde lembrou ao técnico nacional que é fundamental ser
digno ganhar ou perder uma partida de futebol e diz que ficou triste pela
postura do selecionador da Guiné-Bissau. Conde afirma ainda que se o Boa Morte
pretende continuar como treinador é fundamental ter humildade como pessoa.
Inserida no grupo I, a
Guiné-Bissau ficou pelo caminho com 05 pontos na tabela
classificativa e as seleções do Mali e Moçambique garantiram o apuramento para
o CAN. Mali conseguiu somar 14 pontos e a seleção, que venceu a Guiné-Bissau
fora e dentro, conseguiu somar 11 pontos.
No último lugar ficou a
seleção de Eswatini com dois pontos na tabela classificativa. Eswatini foi
derrotado por 6 a 0 diante do Mali, a única seleção que não perdeu nenhum jogo
no grupo I.
Contratado em Março último
para substituir Baciro Candé, Luís Boa Morte tinha como o principal objetivo
qualificar a Guiné-Bissau, mas acabou por não conseguir esta proeza. O foco
agora é o Mundial.
A Guiné-Bissau vai agora
voltar a competir em março de 2025 para o acesso ao Campeonato do Mundo 2026.
Três jogos já disputados, a Guiné-Bissau venceu uma partida e empatou três
jogos. Djurtus empataram no último jogo diante do Egipto em Bissau.
Após empate com os egípcios,
a Guiné-Bissau soma seis pontos, atrás do Egito, que lidera o Grupo A com 10.ANG/O Democrata