“Governo vai distribuir o “arroz do
povo” apreendido pela Polícia Judiciária”, diz Primeiro-ministro
Bissau, 10 mai 19 (ANG) – O Primeiro-ministro,
Aristides Gomes disse que o governo vai distribuir o “arroz do povo” apreendido
pela Polícia Judiciária no passado mês de abril, mas que fora retirado, à
força, do controlo da PJ, pelo Ministério público.

Aristides Gomes disse que há má-fé no dossiê “arroz do povo”, e garantiu tudo fazer para uma boa condução do processo.
Considerou de desvio, a retirada do arroz
pelo magistrado do Ministério Público, Blimat Sanhá porque foi feito nas
horas impróprias, e que vai
responsabilizar os polícias que
asseguraram a operação do Ministério Público.
Gomes garantiu que o governo vai retirar ainda hoje o
referido arroz do armazém, no Alto Bandim, em Bissau para outro armazém, que ficará a guarda de policias de
ordem pública , antes de sua distribuição aos beneficiários.
Em plena investigação e numa altura em que a PJ já
tinha em mãos alguns supostos indiciados de desvio desse arroz doado para não
ser vendido pela República Popular da China, o Ministério Público evocou o
processo e determinou que a quantidade desse cereal apreendido seja devolvido
ao Ministério da Agricultura, cujo titular, Nicolau dos Santos fora visado pela
PJ como um dos suspeitos desse alegado desvio.
Presente no encontro o ministro do Interior, Edmundo
Mendes disse que o seu ministério não tem nada a ver com o processo de arroz,
considerando de falsa a informação, segundo a qual o Ministro desalojou a PJ.
“ O Ministério do Interior, na pessoa do seu ministro
não tem a competência de expulsar a Polícia Judiciaria. A atuação dos policias
do Ministério só pode ocorrer a mando do
Ministério Público ou de um tribunal. Não
somos a entidade que pratica atos jurisdicionais.
A lei nos dá direito de auxiliar entidade
judicial no cumprimento da decisão judicial”, disse o Ministro do Interior.
Alegou que quando o Ministério recebe uma instrução judicial
ou despacho de juiz, não tem a competência de ver se tal despacho tem o mérito
ou não porque não é órgão jurisdicional e nem órgão de recurso.
Acrescentou que o processo do arroz é da
responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Judiciária.
A Diretora da Polícia Judiciária, Filomena Mendes
Lopes disse que a polícia judiciária cumpriu todo o procedimento legal, acrescentando
que a PJ está a atuar nesse processo como sempre atuou na base da lei e enquanto
polícia de investigação criminal, negando a existência de conflito entre o
Ministério Público e a direção que dirige.
Afirmou que o armazém foi violado pelo magistrado e
assegurado pelos polícias do Ministério do Interior fortemente armados e que conseguiram
retirar o arroz apreendido.
A DG da PJ manifestou, por outro lado, a sua
estranheza relativamente ao aumento da segurança do ministro da Agricultura,
tido como um dos suspeitos de desvio de arroz e que só não fora detido porque a
sua segurança impedira.
Filomena Lopes declarou a determinação da PJ de
prosseguir com as investigações, e disse que não vai permitir que nenhuma outra
instituição faça essa investigação porque a PJ conhece melhor o processo. ANG/DMG//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário