ONU quer inquérito sobre morte
de Morsi
Bissau, 19 jun 19 (ANG) - A ONU pediu uma investigação sobre a morte de Mohamed
Morsi, antigo presidente do Egipto, enterrado terça-feira , numa pequena
cerimónia sob alta protecção policial, um dia depois de ter sofrido um ataque
cardíaco durante uma audiência em tribunal.

Morsi foi o primeiro presidente eleito
democraticamente na história moderna do Egipto. A sua presidência foi curta.
Durou apenas um ano, ao ter sido destituído em 2013 pelo actual presidente do
Egipto, Abdel Fatah El Sisi, e a sua vida acabaria por terminar segunda-feira
com um ataque cardíaco num tribunal.
O ex-presidente acabaria por ser enterrado
discretamente a leste do Cairo poucas horas depois.
A sua morte não poderia deixar de gerar controvérsia. Condições
precárias durante seis anos de detenção poderão ter acelerado a deterioração da
sua saúde, mas é improvável que Morsi tenha sido assassinado, porque há poucas
ou nenhumas razões para isso.
O ex-presidente é uma figura marginal na vida política
do Egipto desde pelo menos 2014, e o mesmo se pode dizer da Irmandade
Muçulmana.
Quase todos os líderes ou apoiantes desta organização
se encontram detidos, exilados ou em silêncio desde há vários anos.
Não é de surpreender que apenas um jornal dito
independente tenha publicado hoje em primeira página o falecimento do
ex-presidente.
A explicação reside na limitada liberdade de imprensa
instaurada no Egipto no período pós Primavera Árabe. O actual regime tem
assumido este posicionamento como necessário para manter o país estável.
O percurso de Morsi é uma história de infortúnio.
Quando foi escolhido para representar a Irmandade Muçulmana nas primeiras
eleições democráticas do Egipto, não era sequer um dos membros mais
proeminentes da organização.
Durante a sua presidência, Mohamed Morsi pareceu
sempre um homem inseguro, tentando disfarçar a sua falta de autoridade com uma
linguagem corporal de general que acabaria por nunca assimilar. ANG/RFI
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