PGR moçambicana
desiste de recursos
Bissau, 12 fev
20 (ANG) - A Procuradoria-Geral da Republica
moçambicana anunciou, esta segunda-feira, a retirada dos recursos
submetidos à justiça sul africana contra a decisão de não extraditar
para maputo Manuel Chang, antigo ministro das finanças de Moçambique, numa
tentativa de acelerar a decisão final.

Adriano Nuvunga, do Centro de Democracia e
Desenvolvimento, calcula mesmo que a intenção da justiça
moçambicana pode ter passado por ter retirar "um incentivo para
as autoridades sul africanas de o mandarem para o Estados Unidos, porque o
outro [Jean Boustani] foi absolvido".
Já para Baltazar Fael do Centro de
Integridade Pública a decisão causa alguma estranheza, uma vez que o
governo moçambicano pagou pelo menos cerca de 1 milhão e 400 mil euros a
uma firma de advogados sul africanos em tribunais da África do Sul para evitar
a extradição de Chang para os Estados Unidos.
"Qualquer cidadão fica chocado com os
valores que vieram a público que estão a ser pagos aos escritórios de advogados
que está a fazer este trabalho", disse.
O antigo governante é arguido numa
investigação judicial de Moçambique no quadro das dívidas ocultas do país,
mas decorrem na África do Sul dois pedidos de extradição em
paralelo: um de Maputo e outro dos Estados Unidos.
Os norte-americanos já
anteriormente julgaram um processo referente às dívidas ocultas,
sendo que absolveram o principal suspeito, o empresário Jean
Boustani, dos crimes de fraude e lavagem de dinheiro no processo, por
falta de jurisdição dos tribunais.
As
autoridades moçambicanas acreditam, por isso, ter ficado demonstrado que é
a jurisdição adequada para julgar Chang.
A PGR moçambicana disse em comunicado
que "face aos desafios jurisdicionais enfrentados pelos EUA no
processo contra Jean Boustani que culminou com a sua absolvição, a
Procuradoria-Geral da República vê reforçado o seu entendimento de estar em
melhor posição para responsabilizar Manuel Chang".
O antigo ministro está detido
há mais de um ano na África do Sul pelo seu alegado desempenho no
escândalo da dívida oculta de Moçambique. ANG/RFI
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