quarta-feira, 27 de maio de 2020


Cultura/ “José Carlos Schwarz deve ser estudado no campo literário como qualquer outro poeta”, diz Francelino Cunha 

Bissau, 27 mai 20 (ANG) – O Secretário de Estado da Cultura defendeu hoje a inclusão no currículo escolar das poesias do pioneiro da música moderna guineense, José Carlos Schwarz, “para que possam ser estudadas como outros poetas nacionais e estrangeiros nas universidades”.

Francelino Cunha falava numa cerimónia em homenagem ao José Carlos que esta quarta-feira completa 43 anos de desaparecimento físico.

O governante disse que José Carlos como poeta é um pensador nato, um escritor, um criativo e um homem dotado de muita inteligência e capacidade poética, sustentando  que como linguista, o pioneiro da música moderna guineense, como ninguém, escreveu e cantou em Crioulo de “forma incrível”.

O secretário de Estado da Cultura qualificou igualmente de incrível o domínio que José Carlos tinha nessa língua(o Crioulo) que une todos os guineenses.  

Cunha considerou o pioneiro da música guineense de um homem facetado e de muitos dons, nomeadamente artista musical, poeta, linguista, compositor e no campo político como combatente da Liberdade da Pátria.

Disse que como artista musical esse homem deixou muitas obras que hoje serviu e vai servir de fonte de inspiração para a  nova geração.

“Como sabemos, a mensagem passa com muita facilidade através da música e José Carlos foi um  músico de intervenção e lutou contra a presença colonial através da música, e ajudou a despertar a consciência nacionalista de muitos filhos da Guiné e de muitos africanos para compreender que estamos sob jugo colonial e que precisávamos, com máxima urgência,de lutar e conquistar a nossa independência”,frisou Francelino Cunha.

Segundo o governante, José Carlos como combatente da liberdade de Pátria não poupou o esforço e fez tudo que podia fazer como combatente de palavra, de microfone, de caneta, e lutou até que foi preso e passou tudo que um combatente na clandestinidade pode passar, tendo morrido  muito jovem.

Cunha sublinhou que esse músico deixou para a juventude um legado humano e intelectual para inspirar nova geração e sociedade guineense em geral.

Segundo o músico da nova geração, Mário Mendonça vulgo Mc.Mário, José Carlos Schwarz simboliza a raíz das inspirações dos músicos da nova geração.

Mc Mário sustenta que todos os que estão a fazer música  hoje têm um bocado de influência do pioneiro da música guineense.

“A nova geração não tem como  fugir do caminho deste músico. Todos nós que estamos a fazer música moderna guineense ou seja, música em crioulo, temos um bocadinho deste homem nas nossas veias artísticas”, frisou.

Perguntado se o pioneiro da música guineense sentiria orgulhoso da nova geração que as vezes diz palavrões nas músicas, disse que a arte é algo livre e que cada um tem a sua forma de a fazer, acrescentando que muitas das vezes dizer palavrões nas músicas é uma forma também de fazer revolução, sustentando que uma coisa é dizer palavrões na música sem que isso seja arte e a outra é dizê-la de uma forma artística.

Mc. Mário considerou José Carlos Schwarz de um apologista de tudo que é a arte, de tudo que é revolução e sobretudo daquele que caminha para mudar a mente no sentido positivo.
O dia 27 de Maio é anualmente celebrado como Dia Nacional da música e igualmente da morte do pioneiro da música guineense, José Carlos Schwarz.

Na celebração foram recitados poemas de autoria do  músico e poeta José Carlos Schwarz como “Antes de partir”, “Momentos primários da construção” e “Fidjus di Guiné” nas vozes do poeta Tomás Barbosa, Carlos Sambu e Braima Djaló, e poema “Guinendadi” de autoria de Rui Jorge Semedo, na voz de Jacinto Mango vullgo Atchós Express.

Presentes nas celebrações estiveram  artistas de nova e velha geração que acompanharam a deposição de  coroa de flores na campa de José Carlos, no Cemitério Municipal de Bissau. ANG/DMG/ÂC//SG 



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