Guerra
médio oriente/NATO apoia Israel mas pede “proporcionalidade” na resposta
Bissau, 12 Out 23 (ANG) - Os
países da NATO manifestaram, esta quinta-feira, em comunicado, o apoio a Israel
após o ataque do Hamas, mas pediram "proporcionalidade" na resposta.
Entretanto, várias dezenas de especialistas
independentes da ONU condenaram “os crimes horríveis cometidos pelo Hamas”, mas
também a resposta de Israel denunciada como “uma punição colectiva” de Gaza.
“O secretário-geral Jens Stoltenberg
disse que a NATO condenou os ataques terroristas nos termos mais fortes
possíveis, acrescentando que Israel não está sozinho (…) Os Aliados expressaram
solidariedade com Israel, deixando claro que tem o direito de se defender com
proporcionalidade contra estes actos de terror injustificáveis”.
Também esta quinta-feira, em comunicado
conjunto, várias dezenas de especialistas independentes da ONU condenaram “os crimes horríveis cometidos pelo
Hamas”, mas também a resposta de Israel denunciada como “uma punição coletiva” de
Gaza. “Condenamos
veementemente os crimes horríveis cometidos pelo Hamas (…) Também condenamos
veementemente os ataques militares indiscriminados de Israel contra o povo
palestiniano de Gaza”, pode ler-se no comunicado.
Ao sexto dia de guerra entre o Hamas e
Israel, o exército israelita informou que “o
objetivo de Israel é liquidar o governo do Hamas” e que se prepara
para “uma manobra terrestre”
na Faixa de Gaza, ainda que esta não tenha ainda sido decidida. “Estamos a preparar-nos para as
próximas etapas da guerra (…) Pode ser por via aérea, pode ser conjuntamente a
partir do mar e do ar (…) Ainda nada foi decidido, mas estamos a preparar-nos
para uma manobra terrestre, caso seja decidida”, disse o
tenente-coronel Richard Hecht numa conferência de imprensa online.
Esta quinta-feira, o secretário de Estado
norte-americano, Antony Blinken, está em Israel para “sublinhar o apoio inabalável dos
Estados Unidos ao direito de Israel de se defender”. Na
terça-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que "o terrorismo não tem desculpa"
e comprometeu-se a dar a Israel todo o apoio necessário, nomeadamente para
salvar reféns detidos pelo Hamas, incluindo cidadãos norte-americanos.
Desde o início da ofensiva do Hamas, no
sábado, Israel confirmou mais de 1.300 mortos, de acordo com a imprensa
israelita, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o país está “em guerra” com o Hamas e
impôs um cerco total à Faixa de Gaza, com o corte de abastecimento de água,
combustível e eletricidade.
O número de mortos na Faixa de Gaza subiu
para 1.200, de acordo com o ministério palestiniano da Saúde, na sequência do
aumento dos bombardeamentos israelitas sobre o enclave palestiniano controlado
pelo movimento islamita Hamas.
Segundo o Gabinete de Coordenação de
Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), no final do dia de quarta-feira, o número
de pessoas deslocadas neste território densamente povoado, com cerca de 2,3
milhões de habitantes, tinha "aumentado
em mais 75.000, para 338.934".
O ministro israelita da Energia, Israël
Katz, disse hoje que o seu país não vai permitir a entrada de bens de primeira
necessidade ou ajuda humanitária em Gaza enquanto o Hamas não libertar os
reféns sequestrados em Israel no sábado. "Ajuda humanitária em Gaza? Nenhum interruptor eléctrico
será ligado, nenhuma torneira de água será aberta e nenhum camião de
combustível entrará até que os israelitas raptados regressem a casa",
afirmou o responsável em comunicado de imprensa. Cerca de 150 israelitas,
estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade foram sequestrados pelo Hamas,
de acordo com o governo israelita.
Esta quarta-feira, o presidente do Irão,
Ebrahim Raïssi, pediu aos países muçulmanos para “se coordenarem” e “travarem os crimes” de
Israel contra Gaza. A declaração foi feita durante o seu telefonema ao homólogo
sírio Bachar al-Assad, na quarta-feira à noite. De acordo com a imprensa
saudita e iraniana, Ebrahim Raïssi falou também com o príncipe saudita Mohammed
ben Salmane, a quem disse que “contrariamente
aos tratados internacionais”, os israelitas “estão a fazer um cerco a Gaza e a privar
os habitantes de água, eletricidade, medicamentos e combustível”.
Hoje, o chanceler alemão Olaf Scholz
exprimiu o apoio total a Israel e acusou o Irão de ter permitido o ataque
"sem precedentes"
contra o Estado hebraico devido ao seu apoio ao Hamas nos últimos anos. Na
quarta-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse ter “assinalado claramente aos iranianos
para terem cuidado”. O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, negou,
na terça-feira, qualquer implicação do seu país na ofensiva do Hamas. ANG/RFI
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