ONU/Embaixador palestiniano exige cessar-fogo e alerta para catástrofe em Gaza
Bissau, 12 Out 23(ANG) – O embaixador palestiniano na ONU, Riyad
Mansour, exigiu h
oje um cessar-fogo com Israel para que a ajuda humanitária
possa entrar na Faixa de Gaza, sujeita a um bloqueio total, e assim “evitar uma
catástrofe iminente” para a sua população.
Mansour
referiu, em conferência de imprensa, que a situação em Gaza é “extremamente
horrível”, agradecendo à agência das Nações Unidas para os Refugiados
Palestinianos (UNRWA) o seu trabalho.
O
diplomata palestiniano referiu também que o Egito, a Jordânia e a Autoridade Nacional
Palestiniana em Ramallah estão “a tentar enviar assistência, mas até agora não
estão a conseguir”.
“Deve
haver uma intervenção humanitária para evitar uma catástrofe iminente e uma
crise humanitária massiva na Faixa de Gaza”, alertou Mansour, exigindo que a
comunidade internacional “assuma as suas responsabilidades”, colabore e “entre
em cena” enviando ajuda para Gaza.
Para
isso, sublinhou, deve haver “um cessar-fogo ou a interrupção dos
bombardeamentos para que as caravanas [de ajuda] possam aceder e prestar
assistência às pessoas lá”.
Mansour
defendeu também que uma pausa nas hostilidades para permitir que a ajuda chegue
aos palestinianos “abriria o palco para possivelmente negociar outras questões
urgentes”.
O
diplomata palestiniano aludiu sempre aos civis palestinianos e não se referiu
aos bombardeamentos das milícias palestinianas lideradas pelo movimento
islamita Hamas contra o território de Israel, embora tenha reconhecido que
“também há sofrimento do outro lado”.
Questionado
sobre os mais de 100 reféns que as autoridades israelitas estimam terem sido
transferidos para Gaza pelas milícias, Mansour disse não ter registo como
embaixador.
Este
responsável palestiniano defendeu um avanço na direção da paz: “o que exige que
Israel reconheça que existimos, que somos humanos e temos direitos e aspirações
nacionais que devem ser cumpridos, e que haja um consenso global sobre a
solução de dois estados e o fim da ocupação”.
O Hamas,
no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a 07 de outubro um ataque surpresa
contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com
o lançamento de milhares de ‘rockets’ e a incursão de rebeldes armados por
terra, mar e ar.
Em
resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele
território palestiniano, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o seu país está
“em guerra” com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como
movimento terrorista não só por Israel como pelos Estados Unidos e a União
Europeia (UE), além de outros Estados.
Israel,
que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água,
combustível e eletricidade, confirmou até agora mais de 1.200 mortos e 3.700
feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e
pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado
palestiniano, o Ministério da Saúde local confirmou hoje que, em Gaza, os
ataques da retaliação israelita provocaram pelo menos 1.100 mortes e 5.339
feridos. ANG/Inforpress/Lusa
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