China/ Governo sanciona duas
empresas dos EUA por venda de armas a Taiwan
Bissau, 12 Abr 24 (ANG) - A China
anunciou a imposição de sanções contra duas empresas norte-americanas por causa
da venda de armas a Taiwan, ilha autónoma que Beijing reivindica como uma
província sua, anunciou hoje a Reuters.
As sanções implicam o congelamento dos
activos da General Atomics Aeronautical Systems e da General Dynamics Land
Systems na China e a interdição de entrada no país de membros da direcção das
duas empresas.
As vendas contínuas de armas dos Estados
Unidos à região chinesa de Taiwan violam gravemente o princípio “Uma só China”,
interferem nos assuntos internos chineses e minam a soberania e a integridade
territorial" do país, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros
chinês, Qin Gang, em comunicado.
Sem avançar pormenores sobre o alegado
envolvimento das empresas no fornecimento de armas à ilha.
A General Dynamics opera meia dúzia de
jactos executivos e desenvolve operações em serviços de aviação na China que
continua fortemente dependente da tecnologia aeroespacial estrangeira, mesmo
quando tenta construir uma presença própria no sector.
A empresa também ajuda no fabrico do
tanque Abrams que está a ser comprado por Taiwan para substituir equipamento
obsoleto.
A General Atomics produz os veículos
aéreos não tripulados (drones) Predator e Reaper, usados pelas Forças Armadas
norte-americanas.
China insiste que o continente e a ilha,
para onde as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram em 1949, no final
da guerra civil, continuam a fazer parte de uma única nação chinesa.
As sanções foram decretadas ao abrigo da
lei de combate às sanções estrangeiras, recentemente promulgada por Beijing,
para retaliar contra restrições financeiras e de viagem impostas pelos EUA a
funcionários chineses acusados de violações dos Direitos Humanos na China e na
região semi-autónoma de Hong Kong.
As entidades detidas a 100% pela General
Dynamics estão registadas em Hong Kong, cidade sobre a qual Beijing tem vindo a
aumentar progressivamente o controlo político e económico.
Beijing tem ameaçado tomar medidas
contra empresas e governos estrangeiros que ajudam a Defesa de Taiwan e a
presença militar dos EUA na região, levando a boicotes comerciais e impasses
diplomáticos.
Anteriormente, a China tinha já proibido
as empresas norte-americanas Lockheed Martin Corp. e Raytheon Missiles &
Defense de entrarem no mercado chinês como retaliação pela utilização de um
avião e de um míssil para abater um suposto balão espião que sobrevoou o
território continental dos EUA no ano passado.
Balões semelhantes têm sido
frequentemente avistados sobre Taiwan e oceano Pacífico.
Apesar da ausência de laços diplomáticos
formais, depois de Washington ter estabelecido relações oficiais com Beijing em
1979, os EUA continuam a ser a fonte mais importante de apoio e o principal
fornecedor de equipamento militar a Taiwan, desde caças a sistemas de defesa
aérea.
Taiwan também tem vindo a investir
fortemente na indústria de defesa, com a produção de mísseis e submarinos.
A China tinha 14 aviões de guerra e seis
navios da marinha a operar em torno de Taiwan nos dois últimos dias, com seis
dos aviões a atravessar a zona de identificação da defesa aérea de Taiwan.
A maioria dos 23 milhões de habitantes
da ilha opõe-se à unificação política com a China, de acordo com sondagens
recentes. ANG/Angop
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