Moçambique/ Jornalistas denunciam
intimidação e difícil acesso às fontes
Bissau, 12 Abra 24 (ANG) - Moçambique assinalou,
quarta-feira, o Dia do jornalista, com
os profissionais da classe a denunciar os actos de intimidação, o difícil
acesso às fontes de informação e os entraves ao exercício do jornalismo no
país.
A efeméride foi assinalada com o desaparecimento, há quatro anos
o desaparecimento, do jornalista Ibraimo Mbaruco, em Palma, Cabo Delgado, e o
assassínio, ano passado, doeditor do jornal Ponto por Ponto, Joao Chamusse.
O jornalista Serôdio Towo recorda que estes exemplos trágicos
são reveladores daa inércia das autoridades que tardam em encontrar os culpados
e das condições em que trabalha a classe jornalística que arrisca, muitas
vezes, a própria vida no terreno.
“São exemplos da
continuidade de atrocidades contra a classe jornalística, sobretudo quando
casos deste gênero não tem nenhum desfecho. É verdade que a vida destes nossos
irmãos nossos colegas nunca mais volta, mas se pudéssemos saber o que aconteceu
de verdade. Saber quem são os autores já seria um alivio. Como aconteceu para
com o caso de Carlos Cardoso há mais de 10 décadas”, recordou.
São ainda muitos os desafios para a classe jornalística em
Moçambique. Cândido Mondlane, da direção do Sindicato Nacional de jornalistas,
defende que os jornalistas devem ser capacitados e conscientizados dos perigos
que correm ao exercer esta profissão
“É cada vez mais
urgente profissionalizar o próprio jornalismo e isso vai permitir com que não
existam indivíduos imaturos que, por ironia do destino, vão cair nesta
profissão”, defendeu.
Em 2023, Moçambique subiu 14 pontos no Índice da liberdade de
imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras, ainda assim a ONG concluiu que um
número significativo de meios de comunicação é "controlado directa ou
indirectamente pelas autoridades ou membros do partido no poder, a Frelimo, o
que prejudica consideravelmente a sua independência".
A ética e a deontologia profissional estiveram em reflexão em
Maputo, neste dia do jornalismo moçambicano, onde o acesso às fontes de
informação foi também apontado como um sério entrave ao exercício da profissão,
num país onde a carteira profissional ainda não existe. ANG/RFI
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