África do Sul/Ex-Presidente acusa sucessor
de "desrespeitar" justiça
Bissau, 12 Abr 24 (ANG)
- O ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma acusou quinta-feira o seu sucessor,
Cyril Ramaphosa, de "desrespeitar" a Justiça do país.
Zuma, de 81 anos, falava após comparecer no Tribunal Superior de
Gauteng, em Joanesburgo, que adiou para 6 de Agosto uma decisão sobre a acção
judicial particular, que interpôs desde o ano passado contra o actual chefe de
Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Zuma recorreu ao tribunal em Joanesburgo, a capital económica do
país, após acusar o Presidente da República de não ter agido quando o informou
sobre uma suposta má conduta do procurador público Billy Downer, que pretende
afastar do processo judicial público que enfrenta há 20 anos no caso de suborno
e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul
democrática pós-'apartheid' quando era vice-presidente da República.
"O senhor Ramaphosa não respeita a lei porque não vai a
tribunal, apesar de ter um processo contra ele", afirmou Zuma, citado pela
imprensa sul-africana, quando se dirigia a simpatizantes partidários.
Na óptica do ex-Presidente Zuma, que governou a África do Sul
entre 2009 e 2018, a liderança do seu sucessor "é um problema" para o
país.
"Este líder é um problema. Desde que assumiu o cargo,
tivemos problemas. Tínhamos resolvido o problema da (falta) electricidade, mas
agora estamos sob constante redução de carga (termo local para apagão)",
declarou, acrescentando que decidiu criar a nova formação política uMkhonto
weSizwe (MKP) para "salvar a nação" do "ANC de Ramaphosa".
O ex-Presidente sul-africano, que assumiu recentemente a sua
dissidência do antigo movimento nacionalista africano, no qual militou desde os
anos 1960, preconizou que no próximo mês de Agosto o MKP "estará no
comando da nação".
Sobre a recente decisão da Comissão Eleitoral Independente (IEC,
na sigla em inglês) de desqualificar a sua candidatura, posteriormente
revertida pelo tribunal eleitoral, Zuma questionou: "Desde quando é que o
IEC se imiscui na política?". E salientou que "o papel da comissão
eleitoral é ajudar os cidadãos a votar".
"Quem será o próximo Presidente da nação não é da conta da
comissão eleitoral", frisou. ANG/Angop
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