segunda-feira, 15 de abril de 2024

  Sudão/ Reino Unido sanciona mais empresas apoiantes de grupos militares

Bissau, 15 Abr 24 (ANG) - O Reino Unido decretou hoje sanções a empresas que apoiam as actividades dos dois grupos militares que desencadearam um conflito armado no Sudão há um ano, reiterando o apelo a um cessar-fogo.

As sanções de congelamento de bens ao Alkhaleej Bank, instituição financeira que tem apoiado as operações das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) e a Al-Fakher Advanced Works, uma empresa utilizada pelas RSF para exportar ouro. 

O Governo britânico também sancionou a Red Rock Mining, empresa mineira e de exploração filial da Sudan Master Technology, que fornece fundos às Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês), e que está também ligada à Defence Industries System, o braço económico e de produção das SAF.

O objectivo destas medidas é limitar o financiamento dos dois grupos armados para comprarem armas e continuarem a combater. 

O Reino Unido já tinha congelado bens no ano passado a seis empresas, três ligadas às RSF e três às SAF, o que impede qualquer cidadão ou empresa no Reino Unido de lidar com fundos ou recursos económicos que sejam propriedade, estejam na posse ou sejam controlados por entidades ou pessoas sancionadas. 

O Governo britânico reiterou um apelo para um "cessar-fogo duradouro" e o levantamento das restrições à ajuda humanitária. 
"Esta guerra brutal e sem sentido tem devastado vidas. Um ano depois do início dos combates, continuamos a assistir a atrocidades terríveis contra civis, a restrições inaceitáveis do acesso à ajuda humanitária e a um total desrespeito pela vida dos civis", lamentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Cameron. 

O antigo primeiro-ministro defendeu a responsabilização de empresas que apoiam as partes beligerantes, juntamente com responsáveis por violações dos direitos humanos. 

"O mundo não pode esquecer o Sudão. Precisamos urgentemente de acabar com a violência", vincou, em comunicado.
A guerra eclodiu em Cartum, a capital sudanesa, em 15 de Abril de 2023 entre as SAF, chefiadas pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas por outro general, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".

Estima-se que tenha causado mais de 14.000 mortos e nove milhões de refugiados e de pessoas deslocadas internamente.
As Nações Unidas pediram até agora aos doadores 2,7 mil milhões de dólares (2,54 mil milhões de euros) para responder às necessidades humanitárias no país, mas receberam apenas 155 milhões de dólares (145,6 milhões de euros), ou seja, 6% do montante pedido.

No mês passado, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Andrew Mitchell, anunciou um financiamento de 89 milhões de libras (104 milhões de euros) para o Sudão, incluindo o apoio à UNICEF, durante uma visita ao país vizinho Tchad.ANG/Angop

 

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