Cabo Verde/África precisa de 2,5 mil milhões de dólares para
implementar tratado de Paris sobre clima - comissária da UA
Bissau, 07 Jun
24 (ANG) - Os países africanos necessitam de um financiamento externo de 2,5
mil milhões de dólares entre 2020 e 2030 para implementar as suas contribuições
no tratado global do Acordo de Paris da convenção das Nações Unidas sobre
mudança do clima.
Esta posição foi
defendida recentemente em Gyeonggi-do, Coreia do Sul, pela Comissária da União
Africana Josefa Correia Sacko ao intervir no Fórum de Alto Nível sobre a
Aceleração do Acesso ao Financiamento Verde e Climático para África: Parceria
pioneira Coreia-África.
Segundo a
Inforpress que cita uma nota de imprensa , a diplomata disse ainda que os
fluxos actuais estão muito aquém, com o financiamento disponível que representa
apenas 12 por cento do objectivo determinado no acordo de Paris.
Josefa Sacko
afirmou que o continente contribui anualmente com menos de 4% (por cento) das
emissões globais de gases com efeito de estufa e, no entanto, é a região mais
vulnerável a sofrer alguns dos impactos mais desastrosos das alterações
climáticas.
“Sendo
responsável por nove dos dez países mais vulneráveis às alterações climáticas a
nível mundial e esta vulnerabilidade resulta de vários factores como a elevada
dependência da agricultura de sequeiro, o acesso desigual aos recursos
financeiros e uma fraca capacidade de adaptação, entre outros”, reforçou.
O êxito na
consecução de objectivos ambiciosos de redução das emissões, disse, vai
depender, no entanto, da disponibilidade de financiamento climático ou verde
significativo, cujos níveis actuais são “extremamente inadequados” para uma
transição justa em África.
Para colmatar
tal desiderato, frisou que o continente precisa de ter acesso a recursos
financeiros e técnicos sustentados provenientes de uma vasta gama de fontes,
públicas e privadas, bilaterais e multilaterais, incluindo fontes alternativas
inovadoras.
Para ilustrar o
quadro de financiamento actual do continente, referiu que África está a receber
apenas 12% do que necessita para gerir o impacto das alterações climáticas,
cujas necessidades podem atingir cerca de 250 mil milhões de dólares por ano
para ajudar os países africanos a adoptarem tecnologias mais ecológicas e a
adaptarem-se aos efeitos das alterações climáticas para atingir o objectivo de
zero emissões líquidas até 2050.
Tendo em conta
os desafios ambientais prementes, a União Africana tem estado empenhada em
impulsionar a transição ecológica de África, promovendo o bem-estar ambiental,
social e económico interligados.
ANG/Inforpress
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