sexta-feira, 21 de julho de 2023

Diplomacia/Crise  entre Iraque e Suécia depois de nova destruição do Corão em Estocolmo

Bissau, 21 Jul 23 (ANG) - O embaixador da Suécia vai ser expulso do Iraque, depois de mais uma destruição de um Corão em Estocolmo, sendo que na quinta-feira, uma centena de manifestantes invadiu a embaixada da Suécia em protesto contra a recorrência destes acontecimentos no país nórdico. 

Uma centena de pessoas invadiu a embaixada da Suécia em Bagdad e incendiaram uma parte dos locais para protestar contra uma nova destruição do livro sagrado do Islão, o Corão, prevista para o mesmo dia em Estocolmo. Uma manifestação que tinha sido autorizada, na véspera, pelas autoridades suecas.

Salwan Momika, um iraquiano refugiado na Suécia, espezinhou várias vezes um exemplar do Corão e assediou algumas dezenas de pessoas, na sua maioria hostis ao seu gesto, antes de se retirar sem incendiar o livro sagrado do Islão, como tinha ameaçado fazer.

Na sequência da invasão à embaixada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano condenou o ataque, tendo dado "instruções às autoridades competentes de segurança para conduzirem uma investigação urgente". 

A Suécia convocou o encarregado de negócios iraquiano para Estocolmo, e condenou o incidente que qualificou de "inaceitável". Logo a seguir, o Governo iraquiano ordenou a expulsão do embaixador sueco em Bagdade e repatriou o seu próprio representante no país escandinavo.

Na véspera, o Iraque já tinha ameaçado "romper as relações diplomáticas com a Suécia" se um exemplar do Corão fosse queimado novamente, o que não aconteceu. A constituição sueca protege o direito de realizar manifestações públicas e as leis contra a blasfémia foram abandonadas nos anos 1970.

No mês passado, um imigrante iraquiano cristão já tinha queimado um exemplar do Corão, no exterior de uma mesquita em Estocolmo, no início da celebração muçulmana do Eid al-Adha,provocando uma condenação generalizada no mundo islâmico. 

Em Janeiro foi o militante de extrema-direita sueco-dinamarquês Rasmus Paludan quem procedeu ao mesmo acto, queimando uma cópia do livro sagrado do Islão à porta da embaixada turca em Estocolmo. Durante o episódio, Rasmus Paludan atacou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan e a política de migração sueca, exibiu um desenho que retratava ironicamente a sexualidade do profeta Maomé e reivindicou a sua liberdade de expressão. 

A acção tinha sido autorizada pelas autoridades suecas, uma vez que não entrava em contradição com a lei. ANG/RFI

 

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