quinta-feira, 19 de outubro de 2023


Dia Internacional de erradicação de pobreza
/Inaugurado Centro de Transformação de Produtos hortícolas

Bissau, 19 Out 23 (ANG) – A ministra da Acção Social Familia e Promoção da Mulher  presidiu, quarta-feira, a cerimónia de inauguração do Centro de Transformação de Produtos hortícolas não orgânicas, na Granja de Pessube, em Bissau.

A inauguração do  Centro coincidiu com as celebrações do Dia Internacional de Erradicação da Pobreza, assinalado no passado dia 17 de Outubro, sob o lema “No nosso Compromisso Coletivo, Advogar e Agir pelo Acesso Universal ao Trabalho Decente e Proteção Social”.

Na ocasião, Cadi Seide disse que na Guiné-Bissau a incidência da pobreza nos agregados familiares chefiados por mulheres é de 50,3 por cento, frisando que 70 por cento dos guineenses vivem ainda na pobreza com menos de dois dolares por dia, e que 33 por cento na extrema pobreza com um dolar por dia.

Por isso, diz que é chegada a hora de se auto consciêncializar, adquirindo novas práticas de estilo de vida, trabalhando duro, porque o país dispõe do solo fértil para a lavoura.

“Temos que deixar a cultura de ser pedintes e trabalhar, sem escolher tipo de trabalho, pois os nossos jovens devem ser mais proactivos, elaborando projetos e submeté-lo aos parceiros”, recomendou Cadi Seidi.

Lembrou que a data remonta a 17 de Outubro de 1987,  quando mais de 100 mil pessoas reunirem em Paris para  homenagear as vítimas da pobreza extrema, violência e da fome, e que foi nesta cidade que é declarada universalmente os direitos humanos.

Cadi Seidi considerou as mulheres horticultoras da Granja  de Pessubé de   “heroínas incondicionais de luta contra a pobreza”, porque labutam  pela sua sobrevivência, saiem em busca de espaços para cultivos, de água para regar, colocando as sua vidas em constante insegurança, por caminhar longas distancias na escuridão.

“A maior erradicação da pobreza que se deve fazer na realidade é erradicar a pobreza mental dos homens, trabalhar para que não haja injustiça, a desigualidade social, a insegurança, para combater a corrupção e os conflitos que abstaculizam o desenvolvimento sustentavel no mundo”, disse.

Quanto a protecção social e do trabalho digno, a ministra da Acção Social Familia e Promoção da Mulher assegurou que é preciso capacitar pessoas, adotar salário justo, melhorar as condições de trabalho e reconhecer a pessoa humana pelo o  que faz.

“Todos os trabalhos são importantes e interligados. Porque, se quem deve limpar não limpa,  o responsável não pode estar no gabinete. Se quem deve lavrar e não a fez, os outros não poderão comer”,sustentou Cadi Seide.

Da governante defendeu  que os governos devem ouvir a voz dos mais carenciados e  estabelecer uma “parceria forte” com base nos interesses dos necessitados, em deterimento dos monopolio dos ganhos pessoais ou de grupos.

O Diretor-geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Júlio Malam Indjai disse estar satisfeito com a inauguração do Centro, porque vai permitir a transformação e  conservação dos produtos horticolas que outrora, por falta de condições para sua conservação, acabam por estragar.

Júlio Indjai afirmou que a Guiné-Bissau oferece condições agroecológicas invejáveis,  e recordou as palavras do líder imortal Amilcar Lopes Cabral, em 1953,  quando orientava  o primeiro recenseamento agricola, segundo as quais a “Agricultura é a base da  economia da Guiné-Bissau”.

Por isso,Indjai  pede mais investimentos no setor, por forma não só a revolucionar a economia, mas também para  garantir a segurança alimentar dos guineenses.

O evento contou com a participação do  Representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Alexandra Gazasa, para quem a proteção social é uma questão urgente e necessária para garantir a segurança de renda para todos, focando nos membros mais vuneráveis da socieade e sobretudo as mulheres.

“Hoje, com o apoio do PNUD, inauguramos um Centro de transformação de produtos horticolas denominado “No djunta Mom pa Kaba ku Fome”, que contribuirá para o alcance do ODS 1, 2 e 5 e 13, que vão além da mera metigação dos sintomas da   pobreza, mas também a promoção da agroecologia inteligente em termos climáticos e o empoderamento económico e digital dos jovens e mulheres”,enalteceu Alexandra Gazasa.

Reiterou o empenho do PNUD na promoção de um crescimento  da economia verde inclusivo, diversificado e equitativa, centrado nas economias azuis, para uma maior deversificação económica, resiliente às alterações climáticas, em conformidade com a agenda 2030.

Gazasa pede para não se deixar ninguém para trás  no desenvolvimento do setor privado,  garante de um crescimento económico equitativo, que proporciona oportunidades aos  grupos marginalizados, especialmente mulheres e jovens, cujo o papel no mercado de trabalho ainda está longe de atingir o seu pontencial.ANG/LPG/ÂC//SG

 

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