Moçambique/ Renamo boicota retoma de
trabalhos parlamentares
Bissau, 19 Out 23 (ANG) - A retoma das sessões
plenárias da Assembleia da República agendada para esta quinta-feira, (19), não
deve contar com os deputados da Renamo.
O porta-voz da Renamo, José Manteigas, alega
que o principal partido da oposição vai boicotar os trabalhos, em protesto
contra os resultados provisórios divulgados das eleições autárquicas.
O país entrou num caos por conta da
fraude eleitoral. Todo o país está a manifestar-se para repudiar esta fraude
eleitoral. Nós, os deputados pela bancada parlamentar da Renamo, porque
somos parte integrante dos moçambicanos, porque estamos lesados e todos
exigimos a reposição da verdade eleitoral do dia 11, não vamos participar da
sessão de abertura que vai iniciar esta quinta-feira", afirmou José Manteiga.
O regresso da bancada parlamentar da
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) vai depender do “comportamento” da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, porque esta
força política é responsável pela adulteração dos resultados do escrutínio,
aponta José Manteiga.
Os resultados provisórios dão vitória
à Frelimo em 64 das 65 autarquias são “falsos”, aponta a Renamo,
sublinhando que há “provas” de que a segunda força do país tenha vencido em
“vários municípios”.
A Frelimo, partido no poder em
Moçambique, já criticou o anúncio da Renamo, em boicotar o recomeço das sessões
da Assembleia da República, defendendo que "o assento parlamentar
deve estar ao serviço do povo".
A Comissão Nacional de Eleições (CNE)
admitiu na terça-feira, (17) receber cada vez mais relatos de irregularidades
no apuramento dos dados das eleições autárquicas da semana passada. O
porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, promete ser "implacável" com
os agentes eleitorais responsáveis por comportamentos ilícitos.
“Já na altura do apuramento nas mesas
da assembleia de voto, os relatos de irregularidades avolumaram-se,
constituindo verdadeiros ilícitos eleitorais”, disse o porta-voz da CNE, em conferência de
imprensa, na sede da instituição, em Maputo, mas sem direito a perguntas.
Este órgão está a receber das
comissões provinciais os dados do apuramento dos resultados, devendo o
presidente da CNE anunciar os resultados do escrutínio até ao dia 26 de
Outubro, por imperativo da lei.
O presidente do Movimento Democrático
de Moçambique (MDM), a terceira força parlamentar, exigiu , quarta-feira, que
se faça uma recontagem dos resultados das eleições autárquicas, criticando a
gestão feita pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
“É correto que se faça a recontagem
dos resultados na base dos editais existentes”, defendeu Lutero Simango, durante uma conferência de
imprensa em Maputo.
As sextas eleições autárquicas em
Moçambique decorreram no passado dia 11 de Outubro em 65 municípios do país.
Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) nos últimos dias sobre
50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e MDM, na Beira.ANG/RFI
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