Portugal/OIT incentiva países CPLP a adoptar novas diretrizes internacionais nas inspeções de trabalho
Bissau,
11 Out 23(ANG) – O chefe do serviço de administração, inspeção e segurança no
trabalho da Organização Internacional de Trabalho defendeu hoje que os
Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aproveitem
sinergias para adaptarem as novas diretrizes internacionais nesta área.
O
responsável da OIT considerou, em declarações à Lusa, que pode haver “partilha
de informação, de conhecimento e de experiências” e “sinergias” entre os nove
estados-membros da CPLP para acelerarem o processo de adaptação das suas
inspeções de trabalho às novas medidas, que, salientou, não são vinculativas.
Joaquim
Pintado Nunes, chefe do Serviço de Administração do Trabalho, Inspeção do
Trabalho e Segurança e Saúde no Trabalho da OIT falava à margem do “Fórum das
Inspeções do Trabalho dos países da CPLP: Criação de parcerias e reforço da
cooperação Sul-Sul e Triangular”, que decorre entre hoje e quarta-feira na sede
daquela organização em Lisboa.
No
encontro, apresentou as novas diretrizes da OIT, a que prefere chamar de
“orientações” para as inspeções e políticas de trabalho dos seus
Estados-membros (entre os quais se incluem os nove da CPLP).
O
documento das novas diretrizes “específica, atualiza, moderniza e complementa o
conteúdo de duas convenções”, uma sobre a inspeção de trabalho na indústria e
no comércio e outra sobre a inspeção do trabalho na agricultura, “já antigas e
desde então o mundo do trabalho evoluiu”, explicou.
Como
as novas diretrizes da OIT foram recentemente traduzidas para português, a
agência das Nações Unidas entendeu que este era “o momento ideal para as dar a
conhecer aos estados-membros da CPLP”, explicou Joaquim Pintado.
“O
que estamos a ver agora com os estados-membros é até que ponto as suas
políticas podem e devem ser adaptadas a estas diretrizes”, e como podem
acelerar “partilha de experiência e de informação, de conhecimento, de
especializações”.
“É
bom saber até que ponto, por exemplo, o Brasil pode apoiar Angola e Angola
apoiar Cabo Verde e identificar o que, na perspectiva das inspeções dos países
da CPLP, necessita de ser melhorado face ao conteúdo destas novas diretrizes e
ver até que ponto, através do apoio da OIT ou de práticas de intercâmbio
bilateral se conseguem sinergias entre países de língua portuguesa”, concluiu.
“Embora
não sejam juridicamente vinculativas estas diretrizes baseiam-se nos
princípios, direitos e deveres enunciados nas normas internacionais do
trabalho, e nada do que se encontra nelas se destina a justificar quaisquer
alterações nas obrigações dos Estados-membros que ratificaram essas normas”,
refere o documento das diretrizes apresentado hoje aos nove estados-membros da
CPLP.
As
diretrizes dizem respeito a estrutura e funções do sistema de inspeção do
trabalho, à sua organização, à política, planeamento e monitorização, ao
estatuto e carreira dos inspetores do trabalho, aos poderes e métodos de
inspeção, a medidas de controlo inspectivo. ANG/Inforpress/Lusa
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