China Popular/Xi apela às potências mundiais para
que ajudem Rússia e Ucrânia a retomar o diálogo
Bissau, 08 Jul 24 (ANG) – O Presidente chinês,
Xi Jinping, apelou hoje à “criação de condições" para um diálogo direto
entre a Ucrânia e a Rússia, durante um encontro em Pequim com o
primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, avançou a imprensa estatal.
"Só
quando as grandes potências mostrarem energia positiva, em vez de energia
negativa, é que poderá surgir, o mais rapidamente possível, uma réstia de
esperança para um cessar-fogo neste conflito", afirmou Xi Jinping, citado
pela televisão estatal CCTV.
A
China e a Hungria "partilham" fundamentalmente as mesmas ideias,
acrescentou o líder chinês.
Orbán
fez hoje uma visita surpresa à China depois de viagens semelhantes na semana
passada à Rússia e à Ucrânia para discutir as perspetivas de um acordo de paz
na Ucrânia.
O
líder húngaro elogiou as "iniciativas construtivas e importantes" da
China para alcançar a paz e descreveu Pequim como uma força estabilizadora num
período de turbulência global, segundo a CCTV.
Para
além da Rússia e da Ucrânia, o fim da guerra "depende da decisão de três
potências mundiais, os Estados Unidos, a União Europeia e a China",
escreveu Orbán numa publicação no Facebook que o mostra a apertar a mão a Xi.
Orbán
encontrou-se com o líder chinês há apenas dois meses, quando o
recebeu na Hungria, no âmbito de uma visita a três países europeus que
também incluiu paragens em França e na Sérvia.
A
Hungria estabeleceu importantes laços políticos e económicos com a China.
A nação europeia acolhe uma série de instalações chinesas de baterias para
veículos elétricos e, em dezembro, anunciou que o gigante chinês do setor
automóvel BYD vai abrir a sua primeira fábrica europeia de produção de carros
elétricos no sul do país.
"Missão
de paz 3.0" é a legenda da fotografia de Orbán publicada hoje na rede
social X, que o retrata depois de ter saído do avião em Pequim. Foi recebido
pela vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, e por
outros funcionários.
A sua
visita não anunciada vem na sequência de viagens semelhantes realizadas na
semana passada a Moscovo e a Kiev, onde propôs que a Ucrânia considerasse a
possibilidade de chegar a um cessar-fogo imediato com a Rússia.
A sua
visita a Moscovo suscitou a condenação de Kiev e dos líderes europeus.
"O
número de países que podem falar com os dois lados em conflito está a
diminuir", disse Orbán. "A Hungria está a tornar-se lentamente o
único país da Europa que pode falar com todos", argumentou.
A
Hungria assumiu a presidência rotativa da União Europeia no início de julho e o
Presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que Orbán tinha ido a Moscovo como um
dos principais representantes do Conselho Europeu. Vários altos funcionários
europeus rejeitaram essa sugestão e disseram que Orbán não tinha mandato para
nada para além de uma discussão sobre relações bilaterais.
Desde
o início do conflito, a China tem adotado uma posição ambígua em relação à
guerra na Ucrânia, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos
os países, incluindo a Ucrânia, e ao respeito pelas "preocupações
legítimas de segurança" de todas as partes, em referência à Rússia.
Pequim
também condenou as sanções unilaterais contra Moscovo por "não resolverem
os problemas" e apelou repetidamente a uma "solução política"
para o conflito.
Orbán
apelou a um "cessar-fogo", contrariando as posições dos ucranianos e
dos seus aliados europeus.
O
líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou esta ideia,
considerando que Moscovo a utilizaria para reforçar a sua posição. O plano
ucraniano exige a retirada total das tropas russas do país, incluindo da
península da Crimeia anexada por Moscovo em 2014, e o pagamento dos danos
causados desde a invasão em fevereiro de 2022.
A
Ucrânia precisa crucialmente da ajuda do Ocidente para resistir à Rússia.
O
primeiro-ministro húngaro destaca-se pela sua oposição a esta ajuda. No início
do ano, vetou um pacote de 50 mil milhões de euros da UE, que acabou por ser
aprovado com algum atraso. ANG/Lusa
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