Suécia/Nobel da Medicina para Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e S. Sakaguchi
Bissau, 06 Out 25 (ANG) - Oprémio Nobel da Fisiologia ou Medicina foi entregue aos imunologistas norte-americanos Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e ao japonês Shimon Sakaguchi, pelas suas "descobertas relativas à tolerância imunitária periférica".
Segundo explica o Comité do Prémio Nobel no Instituto
Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, o trio recebeu o galardão pelo trabalho
sobre tolerância imunológica periférica, uma forma que o corpo tem de ajudar a
impedir que o sistema imunológico fique desequilibrado e ataque os seus
próprios tecidos em vez de invasores estranhos.
Os investigadores
vão receber formalmente o prémio, oficialmente conhecido como Prémio Nobel de
Fisiologia ou Medicina, durante uma cerimónia a realizar-se no dia 10 de
dezembro.
"O poderoso sistema imunitário deve ser regulado, caso contrário,
pode atacar os nossos próprios órgãos. Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon
Sakaguchi recebem o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina 2025 pelas suas
descobertas inovadoras sobre a tolerância imunitária periférica, que impede o
sistema imunitário de prejudicar o corpo", pode ler-se no comunicado da academia sueca.
"O Prémio
Nobel da Fisiologia ou Medicina deste ano incide sobre a forma como controlamos
o nosso sistema imunitário para podermos combater todos os micróbios
imagináveis, evitando ao mesmo tempo as doenças autoimunes", acrescentou
Marie Wahren-Herlenius, professora do Instituto Karolina.
"O poderoso
sistema imunitário do organismo deve ser regulado, caso contrário, corre-se o
risco de ele atacar os nossos próprios órgãos", acrescenta o Comité do
Prémio Nobel.
Os investigadores
"identificaram os guardiões do sistema imunológico, as células T
reguladoras, que impedem as células imunológicas de atacar o nosso próprio
corpo", salienta.
Como consequência,
as descobertas de Mary E. Brunkow, nascida em 1961, Fred Ramsdell, 64 anos, e
Shimon Sakaguchi, 74 anos, "lançaram as bases para um
novo campo de investigação e estimularam o desenvolvimento de novos
tratamentos, por exemplo, para o cancro e doenças autoimunes", afirma a
Assembleia Nobel num comunicado à imprensa.
"Isso também
pode levar a transplantes mais bem-sucedidos. Vários desses tratamentos estão
agora em fase de ensaios clínicos", acrescenta.
O trabalho dos investigadores remonta a 1995, quando Shimon Sakaguchi
descobriu um novo tipo de células T, uma descoberta fundamental, já que naquela
época muitos investigadores estavam convencidos de que a tolerância imunológica
só se desenvolvia devido à eliminação de células imunológicas potencialmente
nocivas no timo, através de um processo denominado tolerância central.
O cientista demonstrou que o sistema imunológico é mais complexo
e descobriu um tipo de células imunitárias até então desconhecido, que protege
o organismo de doenças autoimunes.
Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell obtiveram conhecimentos
decisivos sobre a origem das doenças autoimunes, depois de terem feito uma
descoberta fundamental em 2001, quando explicaram por que razão uma estirpe
específica de ratos (denominada scurfy) é particularmente vulnerável a doenças
autoimunes.
Mary E. Brunkow pertence ao Instituto de Biologia de Sistemas,
em Seattle. Fred Ramsdell é consultor científico da Sonoma Biotherapeutics, em
São Francisco e Shimon Sakaguchi é professor emérito do Centro de Investigação
de Fronteiras em Imunologia da Universidade de Osaka, no Japão.
Thomas Perlmann, secretário-geral do Comité Nobel, disse que só
conseguiu falar com Sakaguchi por telefone hoje de manhã e deixou mensagem de
voz a Brunkow e Ramsdell.
O prémio do ano passado foi partilhado pelos norte-americanos
Victor Ambros e Gary Ruvkun pela descoberta do microRNA, pequenos pedaços de
material genético que funcionam como interruptores dentro das células, ajudando
a controlar o que as células fazem e quando o fazem.
Este é o primeiro dos Nobel a ser anunciado, seguindo-se nos
próximos dias os galardões relativos à Física, Química, Literatura, Ciências
Económicas e da Paz. O anúncio da última categoria, Economia (Ciências
Económicas), só irá acontecer no início da próxima semana, no dia 13.
O Prémio Nobel consiste num diploma, uma medalha de ouro e um
cheque no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros).
Os investigadores vão receber formalmente o prémio, oficialmente
conhecido como Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina, durante uma cerimónia a
realizar-se no dia 10 de dezembro.
Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e
industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela
primeira vez em 1901.
Todas as categorias são anunciadas em Estocolmo, Suécia, exceto
o Nobel da Paz que, como habitualmente, será atribuído pelo Comité Nobel
Norueguês e terá como cenário o Instituto Nobel Norueguês, em Oslo.
Na edição deste ano dos Nobel é o galardão da Paz que concentra
as atenções por causa do Presidente norte-americano, Donald Trump, um potencial
vencedor que divide largamente opiniões a nível mundial. ANG/Lusa

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