Crise Ucrânia/Rússia nega ter enviado resposta por escrito a propostas dos EUA
Bissau, 02 Jan 22(ANG) - A Rússia negou terça-feira que tenha enviado aos Estados Unidos da América (EUA) uma resposta por escrito a uma proposta norte-americana para desanuviar a crise sobre a Ucrânia.
"Não
é verdade", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia,
Alexander Grushko, à agência de notícias russa Ria Novosti, citada pela agência
norte-americana Associated Press (AP).
A
Ria Novosti também citou um diplomata russo, cuja identidade não foi divulgada,
que apontou que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov,
enviou uma mensagem ao seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, e a outros
colegas ocidentais sobre "o princípio da indivisibilidade da
segurança".
As
fontes citadas pela agência russa disseram, no entanto, que não se trata de uma
resposta às propostas dos EUA.
O
porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitry Peskov, disse hoje aos
jornalistas que tem havido confusão sobre a troca de missivas entre Moscovo e
Washington, e afirmou que a resposta da Rússia às propostas dos Estados Unidos
ainda está em curso.
O
que foi transmitido aos funcionários ocidentais "foram outras
considerações, sobre uma questão um pouco diferente", disse Peskov, citado
pela AP.
Três
funcionários do Governo norte-americano que não foram identificados pela AP
disseram, na segunda-feira, que a Rússia tinha enviado uma resposta escrita às
propostas dos EUA, também enviadas por escrito.
Um
funcionário do Departamento de Estado, que também não foi identificado,
recusou-se a dar mais detalhes sobre a resposta, considerando "imprudente
discutir em público" e acrescentando que devia ser a Rússia a divulgar o
conteúdo.
As
propostas dos Estados Unidos já constituíam uma resposta escrita a exigências
da Rússia para desanuviar a crise sobre a Ucrânia, suscitada pela concentração
de dezenas de milhares de tropas russas junto à fronteira com o país vizinho.
Os
dirigentes ucranianos e ocidentais acusam a Rússia de ter enviado as tropas
para a fronteira para invadir novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a
península ucraniana da Crimeia, em 2014.
A
Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise
a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.
Essas
exigências incluem uma garantia de que a Ucrânia nunca será membro da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e que a Aliança retirará as
suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a 1997.
Os
Estados Unidos rejeitaram as exigências russas, mas deixaram a porta aberta
para conversações sobre outras questões de segurança, tais como destacamentos
de mísseis ou limites recíprocos de exercícios militares.
Os
chefes da diplomacia russa, Sergei Lavrov, e norte-americana, Antony Blinken,
têm na agenda de hoje uma conversa telefónica sobre a crise entre a Ucrânia e a
Rússia.
Na
segunda-feira, num debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a
crise, a Rússia acusou o Ocidente de "fazer aumentar as tensões"
sobre a Ucrânia e disse que os Estados Unidos tinham levado "nazis
puros" ao poder em Kiev.
A embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, respondeu que a crescente força militar russa ao longo das fronteiras da Ucrânia constitui a "maior mobilização" de tropas na Europa em décadas.ANG/Angop
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