Portugal/Governo mantém apoio mas reitera que é contra bombas de fragmentação na Ucrânia
Bissau,09 Jul 23 (ANG) – O Governo reafirmou sábado
que apoiará a Ucrânia “pelo tempo que for necessário”, mas lembrou que Portugal
é signatário da Convenção de Oslo, que proíbe bombas de fragmentação como as
que os EUA vão fornecer a Kiev.
A
propósito do anúncio norte-americano de envio de bombas de fragmentação para a
Ucrânia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e o Ministério da Defesa
Nacional (MDN) garantiram que Portugal irá continuar a apoiar a Ucrânia “pelo
tempo que for necessário, nos planos político, militar, financeiro e
humanitário”.
No
entanto, numa resposta escrita conjunta enviada à Lusa, os responsáveis
recordaram que Portugal é “signatário da Convenção de Oslo sobre Munições de
Dispersão, que promove a proibição de bombas de fragmentação”.
“Recorde-se
que este tipo de armas pode provocar vítimas numa área muito alargada e, por
vezes, mesmo muito tempo depois de terem sido lançadas”, afirmam o MNE e MDN.
Os
dois ministérios garantiram ainda que “Portugal continuará a apoiar a Ucrânia
na sua legítima defesa contra a invasão ilegal e injustificada por parte da
Rússia”.
O
Governo norte-americano defendeu hoje que a Rússia é o "único
obstáculo" a uma "paz justa", um dia após ter anunciado que iria
fornecer munições de fragmentação (‘cluster’), ultrapassando assim uma barreira
importante no tipo de armamento oferecido a Kiev para se defender da Rússia.
O
conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, frisou na
sexta-feira que as munições que entregarão têm uma taxa de não explosão - ou
seja, permanecem no solo por detonar – inferior a 2,5%, indicando que haverá
muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não
intencionais de civis.
Por
outro lado, as bombas de fragmentação que a Rússia supostamente usou têm uma
taxa de não explosão de 30 a 40%, de acordo com Sullivan.
Mais
de uma centena de países, incluindo membros da NATO como a França e a Alemanha,
opõem-se ao uso de bombas de fragmentação e ratificaram a Convenção sobre
Munições de Fragmentação, da qual a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos não
fazem parte.
Antes
da confirmação por parte da Casa Branca, também o secretário-geral da ONU,
António Guterres, tinha condenado o uso de munições de fragmentação.
O
Reino Unido e o Canadá também já se manifestaram contra o uso de bombas de
fragmentação.
O
primeiro-ministro britânico Rishi Sunak lembrou que o Reino Unido é um dos 123
países signatários da Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008,
lembrando que Londres está a fornecer tanques e armas de longo alcance a Kiev
para lutar contra a invasão russa.
A
ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do
ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança
mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ANG/Lusa
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