Suíça/Organização
Meteorológica Mundial alerta para continuação de aumento das temperaturas
Bissau,07 Jul 23 (ANG) – A Organização Meteorológica Mundial
(OMM) advertiu quinta-feira que as temperaturas vão continuar a subir, após o
passado mês de junho ter batido o recorde de mais quente da história.
“O aquecimento
excecional em junho e no início de julho ocorreu quando começava a
desenvolver-se o fenómeno de El Niño, que se prevê que aumente o calor tanto na
Terra como nos oceanos e leve a temperaturas mais extremas e ondas de calor
marítimas”, afirmou Chris Hewitt, diretor dos Serviços do Clima da OMM, o
organismo científico das Nações Unidas.
Em junho passado
registaram-se temperaturas 0,5 graus acima da média entre 1991 e 2020,
superando o recorde de temperatura média mensal do mesmo mês em 2019, segundo
dados do sistema europeu “Copernicus”.
Por outro lado, e de
acordo com dados preliminares, na passada segunda-feira, 03 de julho, a
temperatura média diária global alcançou os 16,88 graus Celsius, batendo o
recorde anterior de 16,80 graus de agosto de 2016.
Chris Hewitt afirmou
“que se podem esperar mais recordes à medida que o El Niño avança e os seus
impactos se estendam até 2024”, o que considerou ser “uma notícia preocupante
para o planeta”.
A OMM assinalou que as
comparações globais de temperaturas diárias só são possíveis através de
reanálises (combinações de simulações de satélites e modelos informáticos),
enquanto este organismo das Nações Unidas utiliza uma combinação de reanálises
de um conjunto de dados baseados em observações a partir de estações montadas
na superfície terrestre e em navios.
O cientista responsável
pela OMM explicou que as temperaturas à superfície dos mares também bateram
recordes em maio e junho e que este fenómeno terá consequências na distribuição
dos peixes e na circulação oceânica em geral.
“Não se trata só da
superfície. Todo o oceano está a ficar mais quente e a absorver energia que ali
permanecerá por centenas de anos. Os alarmes estão a soar muito fortes devido
às temperaturas sem precedentes no Atlântico norte”, alertou.
Segundo o mesmo perito,
foram observadas recentemente ondas de calor no Atlântico, concretamente nas
zonas do Reino Unido, Irlanda e Mar Báltico.
ANG/Lusa
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