G20/
Cimeira termina, descrita como "sucesso" pela Rússia, Brasil e Índia
Bissau,11 set 23(ANG) - A
cimeira do G20 terminou no Domingo, com Narendra Modi, o Primeiro Ministro da
India, país acolhedor, a Rússia e o Brasil a descreverem o encontro como um
"sucesso", apesar das múltiplas críticas sobre a declaração
comum, em que o grupo das principais economias do mundo deixou de criticar directamente
Moscovo pela invasão da Ucrânia.
A
cimeira do G20 ficará marcada pela adesão de um novo membro, a União Africana.
Uma decisão aplaudida por todos os membros e elogiada
internacionalmente. Fora este passo, foi difícil chegar a um consenso
entre os membros do G20, muito divididos quanto à atitude a adoptar face à
guerra na Ucrânia e na resposta às alterações climáticas.
A
declaração final pede a "todos os Estados"
que evitem "a ameaça ou o uso da força para se apoderarem do território",
mas não contém qualquer condenação
da Rússia nem referência à sua responsabilidade na guerra na Ucrânia.
O resultado foi uma
declaração muito mais fraca do que aquela que encerrou a cimeira do ano ano
passado em Bali, na Indonésia, em que o bloco exigia a saída imediata da Rússia
do território ucraniano.
O porta-voz do Ministério
dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, manifestou
desapontamento, lamentando que "em relação à agressão da Rússia
contra a Ucrânia, o G20 não tem nada do que se orgulhar”.
Pelo
contrário, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que representava o seu
país na cimeira, felicitou-se de que foram "capazes de frustrar as
tentativas do Ocidente de 'ucranisar' a agenda da cimeira".
Para Lavrov, o G20 está num
processo de “reforma interna” de afirmação dos países do Sul global,
sugerindo que Brasil, África do Sul, Índia e China conseguiram fazer-se ouvir
em Nova Deli.
Os Estados Unidos defenderam
a declaração de consenso da cimeira do G20, suscitando críticas de Kiev. Para
Jon Finer, do Conselho de Segurança da Casa Branca,o documento enviou uma
mensagem sobre a “necessidade imperativa” de a Rússia parar de usar a
força e abster-se de violar a integridade territorial da Ucrânia.
Além da Ucrânia, os países
do G20 também estão divididos sobre o futuro do petróleo. A declaração final da cimeira não menciona o
abandono dos combustíveis fósseis, em particular o petróleo, responsáveis pelo
aquecimento global.
Uma
decepção para as ONG que, menos de três meses antes da COP28, no Dubai, esperavam
um impulso do G20.
Os membros do bloco
comprometeram-se, no entanto, a apoiar pela primeira vez o objectivo de
triplicar a capacidade mundial em matéria de energias renováveis até 2030.
A cimeira terminou com a
homenagem dos lideres do G20, descalços, a Mahatma Gandhi, o herói da
independência indiana, no memorial que lhe foi dedicado.
A
próxima sessão realizar-se-á no Rio de Janeiro, no Brasil. Lula da Silva
anunciou desde já que Vladimir Putin seria convidado e que, em nenhum caso,
seria detido em território brasileiro
Vladimir Putin, alvo de um
mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suspeita de
crimes de guerra na Ucrânia, foi representado pelo chefe da diplomacia russa,
Serguei Lavrov. A outra ausência relevante em Nova Deli foi a do líder da
China, Xi Jinping, que se fez representar pelo primeiro-ministro Li Qiang.ANG/RFI
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