Níger/Militares
acusam Paris de preparar "agressão"
Bissau,11 set 23(ANG) - A
junta militar no poder em Niamey acusou este domingo 10 de Setembro, Paris de
preparar uma "agressão" contra o Níger.
O Presidente francês disse
Emmanuel Macron continuar a não reconhecer "qualquer legitimidade às
declarações dos golpistas".
O regime militar em Niamey acusou a França de estar a "mobilizar
as suas forças" em vários países de África Ocidental com o objectivo
de preparar uma "agressão" contra o Níger.
Num comunicado lido na
televisão nacional do Níger, o major coronel Amadou Abdramane acusou "a
Costa do Marfim, Senegal e Benim" de estarem a colaborar com França,
recebendo nos seus territórios helicópteros e veículos blindados
franceses.
Mais
tarde no mesmo dia, o Presidente francês Emmanuel Macron respondeu não
reconhecer "nenhuma legitimidade às declarações dos golpistas",
durante uma conferência de imprensa no fim da cimeira do G20 em Nova Deli, na
India.
No
sábado, o regime nigerino afirmou, num comunicado de imprensa, que, "no
dia 01 de setembro", o líder do exército do Níger "recebeu o
comandante das forças francesas no Sahel, em Zinder, para discutir um plano de
retirada das capacidades militares francesas".
O major coronel Amadou
Abdramana alertou que "um anúncio de retirada chegou-nos a um nível
operacional", que "não foi, portanto, anunciado pelo
Estado-Maior dos exércitos franceses, nem pelo governo francês e não foi
objecto de qualquer comunicado oficial".
O
Presidente Emmanuel Macron declarou, por sua vez, no domingo 10 de Setembro,
que uma eventual retirada das forças francesas no Níger apenas seria decidida a
pedido do Presidente deposto Mohamed Bazoum:
Se retirarmos o que quer que
seja, só o farei a pedido do Presidente Bazoum e em coordenação com ele. Não
com os responsáveis que hoje mantêm em detenção um Presidente.
Várias manifestações tiveram
lugar em Niamey, nos arredores de uma base militar francesa,
com milhares de pessoas a exigirem a sua retirada.
Por sua vez, os Estados
Unidos, que têm cerca de 1 100 soldados no Níger, começaram a reposicionar as
suas tropas, desde a base 101 de Niamey para a base 201 de Agadez, no centro do
país, como "medida de prevenção", segundo o Departamento de
Defesa norte-americano.
No
início de Agosto, a junta militar no poder anulou vários acordos de cooperação
militar com a França e exigiu a saída dos cerca de 1 500 soldados franceses do
país, assim como a do embaixador francês Sylvain Itté.
Até
agora, Paris não cedeu a nenhuma destas exigências. As
tropas francesas no terreno viram-se obrigadas a limitar as suas actividades e
o embaixador francês continua na sua residência, com a liberdade de circulação
restringida, sem imunidade e visto diplomáticos, retirados pelos militares
nigerinos.ANG/RFI
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