China/Presidente
Junping pede a Putin esforços para salvaguardar justiça internacional
Bissau, 18 Out 23 (ANG) – O Presidente chinês, Xi Jinping,
apelou hoje ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que faça “esforços” no
sentido de “salvaguardar a justiça internacional”, durante um encontro à margem
do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota.
Citado pela agência
noticiosa oficial Xinhua, o líder chinês elogiou o estado das relações entre os
dois países e sublinhou que a “confiança política está a aprofundar-se de forma
constante”, com uma “coordenação estratégica estreita e eficaz e o comércio
bilateral em máximos históricos”.
Xi e Putin reuniram após
a cerimónia de abertura do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, que está a
decorrer em Pequim.
O líder russo viajou
para a China apesar do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal
Internacional (TPI) contra este, pela deportação ilegal de crianças ucranianas.
“Encontrámo-nos 42 vezes
nos últimos dez anos. Desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda
amizade”, afirmou.
Durante a reunião, Xi
congratulou-se com o facto de os governos dos dois países “estarem a pôr em
prática os importantes consensos” a que os dois líderes chegaram nas reuniões
anteriores.
“A confiança política
mútua está a aprofundar-se de forma constante e a cooperação estratégica é
eficaz e estreita. O comércio bilateral atingiu máximos históricos, caminhando firmemente
para o objetivo que estabelecemos de 200 mil milhões de dólares por ano”,
acrescentou o líder chinês.
Recordando que no
próximo ano se assinala o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações
entre os dois países, Xi disse que a China quer trabalhar com a Rússia para
“compreender a tendência histórica do desenvolvimento global com base nos
interesses dos nossos dois povos”.
“Temos de enriquecer
ainda mais a cooperação bilateral, refletindo a nossa responsabilidade enquanto
potências, e continuar a contribuir para a modernização dos nossos dois
países”, afirmou o líder chinês.
“Temos de fazer esforços
para salvaguardar conjuntamente a justiça internacional" e "promover
o desenvolvimento global", acrescentou.
Citado pela Xinhua,
Putin afirmou durante a reunião que a Iniciativa Faixa e Rota “deve ser
reconhecida como um bem público global” e que espera que mais países adiram ao
projecto chinês no futuro.
O encontro entre os dois
surge numa altura de crise geopolítica alimentada pelo conflito israelo-palestiniano
ou pela ofensiva russa na Ucrânia, sobre a qual a China tem mantido uma posição
ambígua.
A China tem servido como
‘tábua de salvamento’ de Moscovo, após a invasão da Ucrânia. O país asiático é
agora o principal parceiro comercial e aliado diplomático da Rússia.
O líder russo viajou
para a China com uma grande delegação de altos funcionários, incluindo dois
vice-primeiros-ministros e responsáveis pelos negócios estrangeiros,
desenvolvimento económico, transportes ou finanças.
Pequim considera a
parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal,
numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um
período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e
tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong
Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China.
Poucas semanas antes da
invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin e Xi declararam, em Pequim, uma amizade
“sem limites”.
A China recusou condenar
a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções
internacionais contra Moscovo. ANG/Lusa
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