segunda-feira, 16 de março de 2020

Cultura


“Carnaval da Guiné-Bissau é o terceiro mais rico do mundo”, afirma o coordenador do grupo Netos de Bandim

Bissau, 16 mar 20 (ANG) – O coordenador do grupo cultural Netos de Bandim disse que Carnaval da Guiné-Bissau é o terceiro mais rico do mundo mais que rende muito pouco ou  nada aos cofres de Estado e muito menos aos grupos participantes nos desfiles carnavalescos.
Coordenador dos Netos de Bandim

Diógenes Cassamá falava em entrevista ao jornal Nô Pintcha, disse não obstante o Carnaval da Guiné-Bissau é um dos mais ricos do mundo, mas que o país não está a trabalhar no sentido de justificar essa realidade.

Segundo aquele responsável a maior manifestação cultural do país  merece ser institucionalizada, estruturada e dotada de um projecto, um fundo, um patrocinador e criada uma comissão organizadora devidamente pensada.

"Se as autoridades tivessem noção sobre o valor de carnaval ia trabalhar os aspectos de comunicação, criando páginas na Internet promovendo conferências e um espaço para comercializar as imagens do carnaval a nível nacional e internacional e torna-la ainda mais atractivo e competitivo, frisou Cassamá."

Para Diógenes Cassamá é inaceitável que a maior manifestação da cultura nacional reconhecida a nível internacional rende muito pouco ou nada ao Estado assim como aos grupos que participam nos desfiles, acrescentando que o governo não vê o carnaval  como fonte de rendimento para cofres de Estado.

" Entendo que os trabalhos de preparação de grupos participantes nos desfiles devem ser apadrinhados ou subvencionados, pois não é justo que a parte administrativa do evento gaste maior parte do dinheiro ou mais, exactamente 75 por cento de todo financiamento, defendeu ".

Assegurou ainda que a ausência de uma política de valorização da diversidade cultural do país e a falta de uma boa organização com incentivos financeiros, sobretudo para grupos que desfilam assim como a não exibição de máscaras de forma espontânea constituem uma das razões para a ausência de mesmas nesta grande manifestação cultural.

"Actualmente é difícil vender uma máscara e as autoridades deveriam dar resposta a isso, motivando a sua produção individual  e colectiva de forma a promover e incentivar a exibição de trajes que fazem parte da cultura, disse."

Em relação ao prémio pan-africano, atribuído ao coordenador do Netos de Bandim em Dezembro de 2019 no Dubai(Emirados), revelou que foi uma distinção atribuída anualmente por uma comissão pan-africana que acompanha e reconhece os trabalhos de entidades individuais e colectivas que trabalham para progresso sociocultural da identidade cultural africana.

De acordo Diógenes Cassamá, a sua atribuição foi uma surpresa para ele e para grupo, porque havia muitos países que investem muito mais na cultura do que a Guiné-Bissau, acrescentando que o grupo era apenas um aventureiro naquele certame tendo em conta o nível da organização cultural de outros países concorrentes.

 "Arrebatamos o  prémio pelo valor de originalidade da nossa cultura, enquanto trabalhávamos pensando que o nosso esforço internamente não estava a ser observado com muita atenção” realçou Cassamá." ANG/ jornal Nô Pintcha    

Sem comentários:

Enviar um comentário