sexta-feira, 13 de março de 2020

Crise pós-eleitoral


    União Europeia pede que se evite acções unilaterais que aumente tensões

Bissau,13 Mar 20(ANG) - O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) pediu quinta-feira às partes na Guiné-Bissau que "se abstenham de qualquer ação unilateral" que aumente as tensões, devendo priorizar o diálogo, para assim concluir o processo eleitoral após as presidenciais.


“As eleições presidenciais na Guiné-Bissau ocorreram em 24 de novembro e em 29 de dezembro de 2019, [mas] o processo ainda não foi concluído e todas as partes devem respeitar o quadro legal e constitucional para resolver a crise pós-eleitoral”, sublinhou o Alto-Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, em comunicado.

Para o chefe da diplomacia europeia, as partes na Guiné-Bissau devem “priorizar o diálogo e abster-se de qualquer ação unilateral que possa exacerbar ainda mais as tensões”.

Na posição quinta-feira assumida, Josep Borrell vinca ser “importante que as forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau não interfiram no processo”, ao mesmo tempo que a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) no país deve “garantir a segurança das instituições e órgãos do Estado” na sua missão enquanto mediadora da crise guineense.

A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais do país pela Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.

Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.

Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país, que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos e que aguarda pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça.ANG/Lusa

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