Bissau,03 Fev 22(ANG) - O
representante da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO)
no país, Emmanuel Ohim disse quarta-feira que a organização felicita ao
Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo,pela “calma e coragem”
demonstrada durante o ataque à sede do Governo.
Em declarações aos
jornalistas, à saída de uma audiência com Sissoco Embaló, o representante da
CEDEAO disse ter-se deslocado ao Palácio da Presidência, em Bissau, para
transmitir a mensagem das autoridades da organização sub-regional africana e
ainda disponibilizar apoios.
"Transmiti-lhe os
apoios da CEDEAO, ao seu regime, ao seu Governo e ao povo da Guiné-Bissau.
Igualmente exprimir ao Presidente da República a condenação firme e sem reserva
da tentativa de golpe de Estado", afirmou Emmauel Ohim.
O representante da CEDEAO
disse que "ninguém poderia imaginar" o que seria da Guiné-Bissau caso
a ação dos homens armados, ainda por identificar, tivesse tido sucesso. Neste
particular, afirmou que a organização enaltece a resposta dada por Umaro
Sissoco Embaló à situação.
"Também pude transmitir
ao chefe de Estado as felicitações das autoridades da CEDEAO pela sua calma e
coragem que manteve para sair ileso, são e salvo, daquele acontecimento que
durou cinco horas", sublinhou Ohim.
Disse ainda ter transmitido
a Embaló a disponibilidade da CEDEAO de continuar os apoios na sua luta contra
a corrupção e o tráfico de drogas na Guiné-Bissau, bem como no relançamento da
economia e do próprio desenvolvimento do país.
Vários tiros foram ouvidos
na terça-feira junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um
Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do
primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
A tentativa de golpe de
Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por vários outros países.
Em declarações aos
jornalistas ao início da noite de terça-feira, no Palácio da Presidência, o
Presidente da República afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e
organizado" que poderá também estar ligado a "gente relacionada com o
tráfico de droga".
O ataque provocou pelo menos
seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.
A Guiné-Bissau é um dos
países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de
habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração
unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de
Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.ANG/Lusa
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