Desporto/”Quero levar o judo e a bandeira da Guiné-Bissau aos JO em Paris-202”, diz Bubacar Mané
Bissau, 07 Fev 23 (ANG) - A
corrida para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 está lançada em várias
modalidades e para vários atletas. Durante o fim-de-semana passado decorreu na
capital francesa o Grand Slam de Judo, uma das mais prestigiadas provas do
circuito mundial.
A África Lusófona, a pouco
menos de um ano e meio das Olimpíadas, esteve presente no torneio parisiense de judo para pontuar para o
apuramento para os Jogos Olímpicos.
Quatro atletas angolanos, três moçambicanos e um
guineense actuaram na prova para tentar almejar pontos.
A RFI falou com Bubacar Mané, o único
representante da Guiné-Bissau, que participou no Grand Slam.
O atleta de 36 anos, que vive no
Sul da França, decidiu
vestir as cores guineenses em homenagem aos avós, ele que já teve uma
primeira carreira no judo antes de escolher uma via profissional mais tranquila
numa empresa.
A corrida para
os Jogos Olímpicos de Paris-2024 está lançada em várias modalidades e para
vários atletas. Durante o fim-de-semana passado decorreu na capital francesa o
Grand Slam de Judo, uma das mais prestigiadas provas do circuito mundial.
A África
Lusófona, a pouco menos de um ano e meio das
Olimpíadas, esteve presente no
torneio parisiense de judo para pontuar para o apuramento para os Jogos
Olímpicos.
Quatro atletas
angolanos, três moçambicanos e um guineense actuaram na prova para tentar almejar pontos.
A RFI falou com
Bubacar Mané, o único representante da Guiné-Bissau, que participou no Grand Slam.
O atleta de 36
anos, que vive no Sul da França, decidiu vestir as cores guineenses em
homenagem aos avós, ele que já teve uma primeira carreira no judo antes
de escolher uma via profissional mais tranquila numa empresa.
Aos 36 anos, e com o objectivo olímpico, Bubacar Mané não esconde que é a última oportunidade
para ele de mostrar nos tatames a bandeira da Guiné-Bissau.
Em Paris, no Grand Slam, Bubacar Mané acabou por ser eliminado na primeira ronda pelo azeri
Dzhamal Gamzatkhanov na categoria de +100 kg.
RFI: Que análise
podemos fazer do combate frente ao azeri?
Bubacar Mané: Tive um adversário muito difícil, muito forte
fisicamente. Eu iniciei o combate com um erro técnico. A este nível os erros
são imperdoáveis. Tentei reentrar no combate mas ele era muito forte.
RFI: O que
significa estar presente no Grand Slam de Paris?
Bubacar Mané: É uma outra dimensão. Aqui temos os melhores atletas.
É um torneio muito complicado. E claro, só podemos estar à espera de defrontar
grandes atletas nestas provas. Cada combate é uma final e eu perdi a minha.
RFI: Este
combate frente ao azeri foi demasiado complicado?
Bubacar Mané: Foi muito complicado. Não conhecia o meu adversário e
foi então a primeira vez que combati contra ele. Nesta categoria há monstros.
RFI: O objectivo
é chegar aos Jogos Olímpicos?
Bubacar Mané: É o objectivo para todos os atletas que estão
presentes no torneio parisiense, e claro também para mim.
RFI: Como vai
ser essa caminhada até às Olimpíadas?
Bubacar Mané: Primeiro, tenho de trabalhar. Depois tenho de ver o
calendário e tentar participar nas provas para pontuar.
RFI: Onde
treina?
Bubacar Mané: Eu estou, e treino, em La Ciotat, perto de Marselha,
no Sul da França. Treino no clube francês onde estou e tento estar bem
fisicamente graças ao meu treinador. Estou apenas a regressar agora ao mais
alto nível.
RFI: De onde lhe
vêm as origens guineenses?
Bubacar Mané: Os meus avós eram da Guiné-Bissau. Os meus pais são do
Senegal, mas os meus avós vieram da Guiné-Bissau. Por isso foi simples pedir
para representar a nação guineense.
RFI: Como surgiu
essa escolha pela Guiné-Bissau?
Bubacar Mané: Foi uma escolha pessoal. Quis representar as minhas
origens mais profundas. Agora quero é colocar o mais alto possível a bandeira
da Guiné-Bissau e o continente africano em geral.
RFI: Já esteve
na Guiné-Bissau?
Bubacar Mané: A última vez que estive lá foi em Novembro do
ano passado. Tudo correu bem, fui muito bem recebido. Avistei-me com os
responsáveis do judo na Guiné-Bissau e trocámos ideias para este ano, em termos
de provas a disputar.
RFI: Foi até à
aldeia dos seus avós?
Bubacar Mané: Desta vez não consegui ir à aldeia dos meus avós
porque foi uma viagem curta e mais direccionada para o lado desportivo. Mas
quando for lá novamente, quero ir à aldeia sim.
RFI: Como surgiu
essa paixão pelo judo?
Bubacar Mané: Descobri o judo graças ao centro social do
meu bairro. O judo é uma grande família, eu sempre estive e estou no mesmo
clube (ndr: Kodokan Ciotaden - La Ciotat Marseille) desde o
início. O meu treinador é que me apoia desde sempre.
RFI: Como foi
gerir o desporto e a vida profissional?
Bubacar Mané: Quando era jovem, eu tinha realizado algumas provas, inclusive com o Senegal, em menos de 100 quilos, mas depois decidi dedicar-me à minha carreira profissional. Agora decidi voltar por vontade própria e também para me desafiar. ANG/RFI
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