segunda-feira, 17 de abril de 2023

  França/ Partidos e sindicatos reagem à promulgação da reforma das pensões

Bissau, 17 Abr 23 (ANG) - O presidente francês, Emmanuel Macron, promulgou na noite de sexta-feira a polémica lei sobre a reforma das pensões, após a validação de partes essenciais do texto pelo Conselho Constitucional.

Este acontecimento está a provocar as mais diversas reacções por parte dos partidos políticos e dos movimentos sindicais.

Poucos esperavam uma acção tão rápida por parte do governo. Foi às 3h28 da noite de sexta-feira para sábado que o Presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu promulgar a polémica lei sobre a reforma das pensões, que preconiza a passagem da idade mínima para a reforma dos 62 para os 64 anos de idade, prometida em campanha.

Apesar de dispor de quinze dias para a promulgar, o mandatário decidiu não esperar e agiu horas após a validação de partes essenciais do texto pelo Conselho Constitucional. Desta forma, o texto deve entrar em vigor no dia 1 de Setembro.

Na sexta-feira à noite a primeira-ministra, Elisabeth Borne, havia defendido o apaziguamento entre o governo e a oposição ao declarar que não há "nenhum vencedor, nenhum perdedor", e que o governo queria "prosseguir a consulta com os parceiros sociais".

Porém a promulgação nocturna complicou a situação e deixou o governo numa posição delicada.

Desde então as reacções por parte da população, dos partidos da oposição e sindicatos continuam a multiplicar-se, com inúmeras manifestações a eclodir durante a madrugada nas principais cidades do país.

grupo intersindical anunciou que tencionava continuar a sua mobilização e que recusava a reunião proposta por Emmanuel Macron antes de 1 de Maio, data do Dia do Trabalho.

Enquanto os partidos mais à esquerda reagiram prontamente ao acontecimento, apelando à manutenção das manifestações, por outro lado, alguns dos principais líderes da direita limitaram-se a reagir à decisão do Conselho Constitucional.

Jean-Luc Mélenchon, um dos principais líderes da esquerda, diz que Macron “queria intimidar toda a França durante a noite”, numa mensagem publicada no Twitter.

O primeiro secretário do Partido Socialista (PS), Olivier Faure, acredita que esta promulgação expressa foi proposital e feita para causar um certo impacto, e apelou a manter as manifestações.

Fabien Roussel, patrão do Partido Comunista Francês, não poupou palavras e chamou o governo de “ladrões”, convocando a população às ruas para o dia 1 de Maio.

Marine Tondelier, chefe do partido verde EELV (Europa Ecologia - Os Verdes), reagiu energicamente, categorizando o acto de “provocação”, acusando o presidente de querer fracturar o país.

Marine Le Pen, figura-chave da direita radical, sente que o “destino político da reforma das pensões não está selado”. O presidente do partido “Os Republicanos”, Eric Ciotti, apelou a todas as forças políticas para que aceitassem a decisão do Conselho Constitucional.

Franck Riester, ministro delegado encarregado das relações entre o governo e o Parlamento, contrariou as acusações por parte da oposição e afirmou que as promulgações costumam ser feitas logo após a decisão do Conselho Constitucional.

Julien Troccaz, líder do movimento sindical “Sud-Rail” não parece convencido, e estima que esta decisão pode sepultar o mandato de Emmanuel Macron. Sophie Binet, número um da CGT, também acredita que “o presidente não pode governar o país enquanto não retirar esta reforma”.

De acordo com a AFP, que afirma ter consultado várias fontes no seio do executivo, o chefe de Estado deverá pronunciar-se no início da próxima semana. Ele irá reunir-se com os executivos da maioria na segunda-feira no Palácio do Eliseu. ANG/RFI

 

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