Brasil/Lula apela à união de todos os brasileiros no Dia da Independência
Bissau, 07 Set 23 (ANG) - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apelou à união de todos os brasileiros e garantiu que o Dia da Independência do país, que se celebra hoje, "não será um dia nem de ódio, nem de medo".
Numa mensagem gravada para assinalar o 201º
aniversário da independência do país, Lula da Silva afirmou que "a independência
do Brasil ainda não está terminada".
"Ela precisa de ser construída a cada
dia, por todos nós, sobre três grandes alicerces: democracia, soberania e
união", frisou o chefe de Estado brasileiro, na quarta-feira.
O aniversário da independência "não será
um dia nem de ódio, nem de medo, e sim de união", prosseguiu Lula da
Silva, que ao longo do discurso foi detalhando o que chamou de conquistas que o
seu Governo fez desde que tomou posse a 01 de Janeiro, sucedendo a Jair
Bolsonaro.
Lula da Silva disse ainda que os
brasileiros podem ter "sotaques diferentes", torcer por “times”
(clubes de futebol) diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência
por este ou por aquele candidato, mas que pertencem todos à mesma nação.
No ano passado, o 07 de Setembro foi
utilizado pelo então Presidente brasileiro Jair Bolsonaro como um comício e
como uma demonstração de força dos seus apoiantes, que saíram às ruas em
demonstração de apoio ao ex-capitão da reserva, numa cerimónia que contou com a
presença dos chefes de Estado de Portugal, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Já há dois anos, para comemorar essa data,
Bolsonaro disse que não respeitaria decisões judiciais determinadas pelo juiz
do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes, num protesto diante de milhares
de apoiantes. Nesse dia, os seus apoiantes saíram às ruas em defesa da
dissolução do Supremo Tribunal Federal e do Parlamento através de uma
"intervenção militar" com Bolsonaro no poder.
Um dia depois, grupos de camionistas que
apoiavam Bolsonaro bloquearam estradas em vários estados do país e exigiram a
destituição dos juízes do Supremo.
Brasília está hoje em alerta máximo e com
um esquema de segurança recorde para as celebrações do 201.º aniversário da
independência do Brasil, indicaram as autoridades.
Ao todo serão dois mil militares da Polícia
Militar do Distrito Federal de unidades especializadas, como a Cavalaria e o
Batalhão de Operações Policiais Especiais, e cerca de 500 polícias do Distrito
Federal (DF), a que se acrescenta, a pedido das autoridades locais, a Força
Nacional de Segurança para reforçar a segurança durante o desfile de 07 de
Setembro.
De acordo com a Secretaria de Estado de
Segurança Pública do DF, o policiamento será maior do que no ano passado e
maior do que na tomada de posse presidencial de Lula da Silva a 01 de Janeiro,
de forma a "manter a ordem pública, a segurança dos participantes, dos
edifícios públicos e das autoridades presentes no evento".
A Esplanada dos Ministérios, avenida que
alberga todos os ministérios e que culmina na praça dos três poderes (Palácio
do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal), foi encerrada ao
trânsito às 21h00 de quarta-feira (01h00 de hoje em Angola) e o acesso das
cerca de 30 mil pessoas esperadas para as celebrações terá pontos de revista
policial espalhados pela avenida.
As autoridades do DF estão empenhadas em
evitar que se repitam os acontecimentos de 08 de Janeiro, quando milhares de
radicais ligados à extrema-direita brasileira, muitos deles acampados há meses
em frente ao quartel-general de Brasília, atacaram as sedes dos três poderes em
Brasília, no oitavo dia da presidência de Lula da Silva, com o objetivo de o
retirar do poder. ANG/Angop
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