quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Fundo Rodoviário



 Ex. Director acusa ministro das Obras Pública de “esbanjamento” de cerca de 400 milhões de francos cfa

Bissau,06 Out 16 (ANG) – O ex- Director Executivo do Fundo Rodoviário acusou o ministro de Obras Públicas, Construção e Urbanismo de “esbanjamento de forma arbitrária e irresponsável do dinheiro dos contribuintes da rede rodoviária”.

Marciano Mendes
Marciano Mendes falava quarta-feira aos jornalistas em jeito de reação as acusações apresentadas ao Conselho de Ministros, pelo ministro das Obras Públicas, Malam Bajai, segundo as quais terão ocorridos “graves irregularidades   na Administração do Fundo Rodoviário, inclusive  a desobediência à tutela pelo Conselho de Administração do Fundo”.

O ex-Director do Fundo Rodoviário qualificou de “autêntica desinformação” e de tentativa de denegrir a sua imagem, reputação, honra e dignidade as acusações do ministro Banjai, por isso, desafia o ministro a apresentar tais irregularidades publicamente ou através de um relatório ao Conselho de Ministros e ao Ministério Público.  

“ É bom saber que em menos de 90 dias ou seja três meses, o ministro das Obras Públicas Malam Banjai autorizou o pagamento, de forma escandalosa, de mais de 365 milhões de francos CFA (55.000 Euros) para as obras de manutenção de vias rodoviárias, sem concurso público, conforme manda a lei, mas sim por uma adjudicação directa de algumas empresas de sua confiança, deixando de fora um conjunto de empresas que tinham ganho concurso público para a manutenção das estradas”, informou Marciano Mendes. 

Qualificou de “escândalo do ano” as obras de manutenção da Avenida Amílcar Cabral, e que custou ao Estado guineense mais de 43 milhões de francos CFA, quando, segundo ele, em 2014, as obras de manutenção desta mesma via, custaram pouco mais de seis milhões de francos FCA e em 2015 era um pouco mais de quatro milhões francos FCA.

 Acrescentou que nas vésperas da festa muçulmana de Tabaski, o ministro ordenou o pagamento de uma das facturas dessa obra em mais de 12 milhões de cfa , sem a assinatura do fiscal da obra. 

O ex-Director do Fundo Rodoviário informou que, por razões do aumento significativo do montante da obra em causa, o conselho de Administração do Fundo Rodoviário convocou o Diretor-geral das Infraestruturas e Transportes para justificar os motivos do disparo no orçamento da obra de manutenção da Avenida Amílcar Cabral, de seis milhões para mais de 43 milhões de francos CFA.

“Em consequência disso, o ministro Malam Banjai entendeu que o Conselho de Administração do Fundo Rodoviário está à desafia-lo, incluindo o seu Director Executivo”, explicou.

Marciano Mendes acusou ainda o ministro das Obras Publicas, Construção e Urbanismo de retirar obras de manutenção de várias vias do interior do país às empresas que tinham ganho concursos para o efeito, nomeadamente o troço que liga TANTA-Cossé/Cambadjú orçados em mais de 68 milhões de francos, que deveriam ser executadas pela empresa Gcos&Filhos Sarl, tendo passado essa obra  a empresa SCOESTRADAS, doando  mais dinheiro a referida empresa no valor de  mais 20 milhões de francos.

O ex-Director do Fundo Rodoviário disse que para melhor triunfar com as suas estratégias de “afundar” a instituição, o governante decidiu criar uma Comissão de Avaliação do Fundo, composta pelo pessoal do seu Gabinete privado, denominado de GETEC´s, como  pretextos para  afastar o  Diretor Executivo Executivo das suas funções.

“A referida Comissão mal começou o trabalho, o ministro Malam Banjai, autorizou o pagamento de mais de dois milhões e meio de francos cfa, através dos habituais despachos”, explicou.  
ANG/LPG/ÂC/SG






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