Política/”Nigéria deverá assumir a
próxima presidência da CEDEAO”, diz PR
Bissau, 07 Jul 23 (ANG) - O Presidente da República e em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que a Nigéria deverá ser o próximo país a assumir a presidência rotativa da organização regional.
Em entrevista à Lusa e RDP, por ocasião do final do mandato da Guiné-Bissau à frente da CEDEAO, Umaro Sissoco Embaló fez um balanço positivo da presidência da organização e adiantou que a Nigéria deverá assumir a presidência, no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo, que se realiza domingo, em Bissau.
"De um modo geral é
complicado fazer uma auto-avaliação, mas aquilo que me consta é que os meus
homólogos disseram que foi um bom desempenho, sobretudo com uma dinâmica e
termos participado em várias mediações de paz, que é o espírito da
CEDEAO", disse.
O chefe de Estado salientou
que "infelizmente" a organização não conseguiu concluir os processos
de transição na Guiné-Conakry, Mali e Burkina Faso durante o seu mandato.
"De resto penso que
desempenhamos a nossa presidência com grande êxito e não esqueça que é a
primeira vez que um país lusófono presidiu a esta grande organização regional e
isso é muito importante para a Guiné e Cabo Verde, mas também para a
lusofonia", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
Questionado sobre a sua
deslocação à Rússia e à Ucrânia no âmbito da presidência da CEDEAO, o
Presidente guineense explicou que o espírito da organização é a
"paz", referindo que decidiu ir aos dois países "manifestar que
a África hoje não é só pedir, mas que também participa na busca de soluções
pacíficas e de paz".
"Esta guerra acabará
em cima de uma mesa e isso cada dia está a provar-se", salientou.
Sobre a integração e
estabilização da sub-região, o Presidente guineense destacou que a
"integração já está", referindo que a CEDEAO é a única zona de África
onde as pessoas circulam sem necessitar de visto.
Afirmou ainda que têm o
aspecto da segurança, temos o problema dos “jihadistas” no norte do Mali e no
Burkina Faso e o Boko Haram na Nigéria e estamos a implementar uma força
anti-golpe e de luta contra o terrorismo".
Questionado se a decisão
definitiva de criação da força anti-golpe e de luta contra o terrorismo sairá
desta cimeira, Umaro Sissoco Embaló disse pensar que sim.
"Penso que sim,
porque como sabem a Nigéria é um país que pode contribuir muito em termos
efectivos, de logística, materiais e em termos monetários", disse.
Umaro Sissoco Embaló
explicou também a razão pela qual decidiu não fazer dois anos à frente da
organização sub-regional.
Era para fazer dois
anos, mas entendeu que depois da derrota da maioria presidencial, não tem
condições para presidir à CEDEAO, afirmou o Presidente.
"Para presidir à
CEDEAO tem de haver uma sinergia, uma cumplicidade entre o Governo e o
Presidente da República, como sabem, é a ministra dos Negócios Estrangeiros que
preside ao Conselho de Ministros, e é o ministro da Defesa e do Interior e
durante a minha presidência são os meus tenentes", disse o Presidente.
"Agora que há uma
outra maioria, não tenho condições, porque não haverá essa cumplicidade, haverá
mais distância", salientou.
A Guiné-Bissau assumiu a
presidência da CEDEAO há um ano.
Fazem parte da CEDEAO, o
Burkina-Faso, Cabo Verde, Côte D´Ivoire, Gâmbia, Ghana, Guiné-Conakry,
Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo. ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário