Senegal/ Ousmane Sonko exige figurar
entre candidatos às presidenciais
Bissau, 09 Jul 23 (ANG) - O
opositor senegalâs Ousmane Sonko, actualmente sob prisão domiciliar em Dacar,
ameaçado de ineligibilidade devido a várias condenações da justiça, em
entrevista ao canal televisivo France 24, alega, no entanto, continuar na
corrida rumo às eleições presidenciais.
Um escrutínio no qual não
vai figurar o chefe de Estado cessante, como Macky Sall anunciou esta semana.
O opositor senegalês Ousmane Sonko em declarações ao canal
televisivo France 24 alega que Macky Sall teria abdicado de nova candidatura
devido "à pressão do
seu povo".
Sonko, bloqueado
pelas autoridades na sua casa de Dacar desde os finais de Maio, tinha-se escusado até ao momento em prestar declarações.
O dirigente oriundo da Casamança, província do Sul do Senegal,
fronteiriça com a vizinha Guiné-Bissau, reagiu ao discurso de Macky Sall da
noite de segunda-feira durante o qual Macky Sall anunciou não se voltar a
candidatar à presidência do país em Fevereiro do próximo ano, após dois
mandatos na chefia do país.
"Muitos
felicitaram o presidente cessante por ter meramente respeitado a Constituição
deste país. É triste para África" declarou Ousmane Sonko. "E alguns mesmo falaram em
"excepção senegalesa" quando a Mauritânia, Cabo Verde, o Gana, o
Níger, a Nigéria, recentemente, e muitos outros países africanos têm tendência
em dar o exemplo com alternâncias democráticas onde os presidentes cessantes
não se voltam a candidatar respeitando a Constituição",
acrescenta o opositor senegalês.
Para Ousmane Sonko, « não
há nada de excepcional ». « O
atraso a fazer este anúncio provocou muitos prejuízos no Senegal. Se o
presidente da república tivesse desde o início dito, de forma clara, como o fez
quando anunciou pretender disputar um segundo mandato, que era o seu
derradeiro, e que, por inerência, não tinha o direito de se candidatar a outro,
não estaríamos neste ponto" sublinhou o opositor.
« Na
realidade o presidente Macky Sall não abdicou por ser um democrata, ele
desistiu, antes de mais, por causa da pressão do seu povo, mas recuou
porque teve também a pressão internacional », declarou Ousmane
Sonko. ANG/RFI
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